Uma Breve História do PIB – Rodrigo Rodrigues Silva* (Parte II) Não poderia deixar de citar a Parábola de Mankiw. Em seu livro Princípios de Macroeconomia, Gregory Mankiw nos conta sobre a vida do magnata do petróleo de século XIX John D. Rockefeller, que viveu de 1839 a 1937. Segundo a revista American Heritage, se sua fortuna fosse atualizada para os nossos dias estaria no patamar de 200 bilhões de dólares. A título de comparação: é quatro vezes maior do que a fortuna de Bill Gates. Portanto, foi considerado o homem mais rico do mundo de todos os tempos.
Mankiw analisa a vida desse cidadão e conforme suas próprias palavras: “A despeito de sua grande fortuna, Rockefeller não podia desfrutar de muitas das conveniências que agora possuímos. Ele não podia assistir TV, jogar videogames, navegar pela internet ou enviar e-mails. Durante o verão, ele não podia resfriar sua casa com ar-condicionado. Por boa parte de sua vida, ele não podia viajar de carro ou avião, e nem utilizar telefone para falar com amigos e familiares. Se ele ficasse doente, não podia tirar proveito de muitos medicamentos, como os antibióticos, que os médicos utilizam hoje rotineiramente para prolongar e melhorar a vida”.
No final de sua analise, Mankiw indaga o leitor: se você teria condições de usufruir algum desses bens citados. Se a resposta for sim. Então ele arremete a pergunta: seria você mais rico que o homem mais rico de todos os tempos?
Esse paradoxo fundamenta sua crítica “construtiva” sobre a mensuração do PIB, pois o crescimento do PIB não reflete os ganhos de bem estar com advento de novas tecnologias, nem seus efeitos sobre a população. Isto é, mesmo com o gigantesco crescimento do seu valor monetário, o PIB, desde o século XIX, nada revela sobre os benefícios das inovações que ocorrem nesse período. Como se contabilizássemos todos os computadores produzidos num ano, mas não o quão bem eles melhoraram a qualidade de vida das pessoas.
Entretanto, Robert Solow outro ganhador do prêmio Nobel, chegou a resultados que mostram algo estranho acontecendo dentro do PIB. As taxas de crescimento ao longo dos anos sugerem, segundo seus cálculos, que parte da explicação do crescimento ocorre pelo acréscimo de capital (máquinas, equipamentos, prédios, etc) e parte pelo aumento de trabalhadores (mão-de-obra humana), nenhuma surpresa ate ai, porém mesmo depois de isolar o efeito dessas variáveis sobrou um resto! Ou seja, existe uma pequena parcela do crescimento que não é explicada pelos fatores de produção.
Que bruxaria é essa?
Esse fato se convencionou chamar de Resíduo de Solow. Esse resíduo é exógeno ao processo produtivo e é atribuído a ele o efeito dos avanços tecnológicos. Isto é, os ganhos de produtividade, tanto de máquinas e novos equipamentos, quanto a melhora da qualificação e especialização dos trabalhadores são definidos pelo resíduo de Solow. Em suma, as produtividades obtidas com os avanços da tecnologia influenciam o PIB positivamente.
Agora, se averiguarmos o PIB brasileiro atual, a consultoria MCM prevê um PIB negativo de 3,1%, em 2015 e de menos 1,3% para 2016. O Financial Times foi mais longe, considera para o Brasil queda de 3% esse ano e 2% ano que vem. Podemos chamar isso de desastre! Mas os motivos desse fracasso da política econômica, esta ancorado em duas questões básicas: pelo lado macroeconômico o governo procurou alavancar o crescimento através da demanda, somente com expansão dos gastos públicos e aumento do crédito via redução das taxas de Juros. O resultado disso foi déficit e inflação. Pelo lado microeconômico, o governo praticamente nada investiu em infraestrutura produtiva nessa última década, os investimentos públicos foram em obras de visibilidade, mas não de caráter econômico para aumentar a produtividade do país.
Como vimos, produtividade é essencial para o crescimento econômico, não houve melhora na educação e ainda precisamos importar médicos, faltaram engenheiros, não houve melhora no escoamento da produção, temos falta de silos de armazenamento, péssimas estradas, ínfimas e arcaicas ferrovias, portos superlotados. O PIB brasileiro é calculado desde 1948, pelo que tudo indica será a primeira vez na história desse país que teremos uma queda de dois anos consecutivos.
Parece que o Brasil não teve governo nesses últimos anos, ou ele estava preocupado demais construindo portos em Cuba!
*Doutor em Economia e professor do Departamento de Economia da UFRR [email protected] 98119-3224————————————————
As artes da arte – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Brasil, esse colosso imenso, gigante de coração de ouro e músculos de aço, que apóia os pés nas regiôes Antárticas, e que aquece a cabeleira flamejante na fogueira dos Trópicos. Colosso que se estendesse um pouco mais os braços iria buscar as neves dos Andes para com elas brincar nas praias do Atlântico”. Não há quem não se emocione com uma obra de arte. E esta está em todas as manifestações que externem o sentimento racional. Porque a arte é uma manifestação da intimidade espiritual. É uma manifestação do espírito. Ela traduz toda a beleza da espiritualidade, não importando em que categoria ou classe ela se manifeste. Desde os primórdios da civilização o ser humano tem demonstrado sua habilidade em expressar seus sentimentos através da arte. É como se o ser humano sentisse, no seu íntimo, a necessidade de mostrar, através da imagem, seus sentimentos e valores nas suas produções.
O gosto pela arte já se externa desde os povos mais primitivos. Cada um com sua maneira, dentro de suas possibilidades, de mostrar para o futuro, a sua existência. E a espiritualidade consiste em tal demonstração estar na inocência dos que a demonstraram. Na medida em que vamos evoluindo culturalmente, vamos criando novas formas de demonstrar nosso primitivismo através de novos conhecimentos. Mas nem sempre isso leva por muito tempo, a ideia de classificar a arte como se ela fosse uma demonstração classisista.
O cordel nativo e simples do nordeste brasileiros não é inferior à poesia reconhecida como clássica, nos ambientes cultos. Desenhos rupestres não são, no mundo espiritual da arte, infeior a grandes obras modernas e decantadas. Eis um mundo onde não há inferioridade. Onde todos pintam, esculpem, desenham ou se expressam sem o ilusionismo da classificação. Mas a qualidade é essencial para o desenvolvimento da arte. E temos na música, por exemplo, o maior exemplo do valor do aprimoramento na qualidade na arte, para que possamos desenvolver culturalmente, dentro dos padrões do desenvolvimento social.
O Brasil, esse colosso imenso, ainda tem muito a fazer no campo da arte. Nosso crescimento populacional, cultural e social não tem como ser medido. Mas devemos medir nossa responsabilidade para com o desenvolvimento da arte em todos os meios, mesmo os mais remotos, para que nossos descendentes possam se orgulhar do que fizermos hoje. Ainda caminhamos pelas veredas quase ínvias da cultura. Ainda estamos saindo das cavernas políticas e administrativas. Torço para que as classe artísticas roraimenses tenham o que merece no seu desenvolvimento cultural. Pense nisso.
*[email protected] 99121-1460 ————————————————ESPAÇO DO LEITOR SALÁRIOOs funcionários que prestam serviço para a UERR em São João da Baliza, contratados por uma empresa terceirizada, enviaram o seguinte relato: “Nossa situação, até a presente data, não foi resolvida. Continuamos com os salários atrasados e nenhuma explicação é repassada aos servidores sobre o atraso. Os comentários que se ouve é que a empresa estaria até decida a encerrar as atividades no polo. Portanto, ficamos nesta incerteza e as dívidas só se acumulando”.ÁGUAMoradores do Município de Normandia fizeram a seguinte reclamação: “A água que está sendo distribuída à população está apresentando um gosto fora do normal. Isso já há quase um mês e ninguém faz nada para resolver essa situação. A água é imprópria para o consumo humano, mas, mesmo assim, a maioria da população tem que consumi-la por não ter condições de comprar água mineral. Por consequência, muitos estão adoecendo de febre, diarreia e outros problemas intestinais”.ESCOLAPais de crianças que estudam na Escola Municipal Frei Artur Agostini comentaram que, apesar de já terem formalizado inúmeras reclamações na direção daquela unidade escolar, o problema continua. “Os alunos são obrigados a tomar água em bebedouros que não oferecem condições higiênicas, além da própria estrutura da escola, que não está mais adequada para atender aos alunos com condições satisfatórias. Esperamos que esta situação se resolva o quanto antes”, relatou um pai de aluno.ASFALTOA leitora Ana Célia Alves fez o seguinte apelo: “Gostaria de apelar aos responsáveis pela questão da infraestrutura dos bairros da Capital, que deixassem a sala refrigerada e passassem a andar mais para conferir de perto os problemas que enfrentamos. Exemplo disso é a rua Águia, no bairro Jardim Primavera, a qual no inverno se tornou intrafegável, e agora, neste início do verão, a poeira e os buracos estão por toda extensão da rua, causando inúmeros problemas aos moradores”.