Frustrações no serviço público – Vera Sábio*Procurei algo mais sentido e vivido pelos servidores públicos, aqueles que realmente vestem a camisa e cumpre o papel de servir. Acho que este magistrado, William Douglas, juiz federal com mestrado em Direito e pós-graduação em Políticas Públicas e Governo, tem esta visão e por isto colo aqui o que ele falou:
“Vários são os servidores públicos que compartilham comigo sua dor e frustração. A impotência diante dos desmandos, a falta de valorização, a corrupção, a nefasta influência do aparelhamento político, o comando por estúpidos apadrinhados que não entendem nada e todas as outras questões que você, certamente, sabe como é. Em meio a esse cenário, claro que existem bons chefes e excelentes profissionais ocupando cargos em comissão, mas não vamos fechar os olhos. Não adianta tentar ser politicamente correto, ou simpático, e fingir que não temos um problema que nós temos.
Isso para não falar dos fofoqueiros, invejosos, das “panelas” etc. E pior é que, às vezes, o “sistema” nos reserva o indesejável papel de ser o capitão do mato, ou o carimbador, ou apenas aquele que dá ares de legitimidade ao que é imoral e ilegítimo. Caio Tácito disse certa vez que a arte da tirania é se valer de juízes ao invés de soldados… E isso acaba valendo para muitos cargos dentro doserviço público. E muitos se veem sem opção, sem saída.
Bem, o que posso e vou fazer hoje é dizer como eu me protejo disso. 1º, eu penso o seguinte: minha relação com o Estado é uma, com os idiotas no poder é outra (não há só idiotas, eu repito), mas com as pessoas é ainda outra. Por mais difícil que seja, tento praticar o que recomenda Efésios 6, “Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo; Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre.”
2º, penso na ideia do metro quadrado. Eu cuido do meu metro quadrado. Nele o serviço público haverá de ser honesto, eficiente, educado, humano. Como dizia Theodore Roosevelt, devemos fazer o que podemos, com o que temos, onde nós estamos. Assim tento fazer o melhor. Então, trabalho para que aquele que “cair nas minhas mãos” se considere uma pessoa de sorte. Esta pessoa terá o melhor que eu puder oferecer. De modo que tenho uma Vara elogiada, uma equipe formidável, etc.. Ainda não cheguei no nível que gostaria, nem como cristão nem como servidor, mas tento. Acho que é o que nos resta, nos cabe, nos consola.
Espero que você possa ficar feliz cuidando do seu metro quadrado. Estou certo que assim como o desânimo, a motivação também é contagiosa. Creio que podemos inocular noutros esse pedaço de sonho, de metro quadrado. Mas o que temos nós a oferecer senão isso: um metro e um ideal, por mais quimérico e utópico que seja. A utopia nos protegerá do desencanto.
Ainda existe um 3º consolo, menos nobre, mas não menos respeitável: dali tiramos nosso sustento. Portanto, que levemos para casa o “leite das crianças” e honremos as calças que vestimos. Mas me permita contar algo que aconteceu quando eu era Delegado de Polícia na 17ª D.P., em São Cristovão, há exatos 22 anos, em 1993. Houve um acidente de trânsito com um ônibus e eu, entusiasmado, infante, 1º colocado do 1º concurso externo para Delegado em talvez uns 20 anos. Ao chegar ao local do acidente, um oficial do Corpo de Bombeiros, capacete branco, ao mesmo tempo profissionalmente calmo, mas humanamente angustiado, uniforme tingido de sangue, retirava do ônibus uma criança de talvez um ano e meio ou dois. Ele olhou para mim e disse: “A gente ganha mal e ainda tem que ver isso, criança sangrando”. Ele fez o que devia, e partiu sem que eu pudesse fazer nada senão compartilhar um olhar triste.
Sua frase me acompanhou semanas, talvez meses, me torturando. Ela tinha uma dose de verdade que me angustiava. Finalmente, um bom tempo depois, me veio à mente a resposta que faltou naquele instante: “Não, Oficial, a gente ganha mal, mas pode ajudar uma criança sangrando”. Infelizmente não tive tirocínio para ter esta resposta à mão, ou, melhor, na ponta da língua, para consolar aquele modesto herói incomodado. Mas guardo essa resposta cada vez que ser servidor me incomoda. Não me considero nenhum herói, anoto, sou apenas mais um metro quadrado, e nem mesmo dos melhores, mas tento.
Quando me dói ser juiz, eu fico a me recordar dos tiros certeiros, das decisões nobres, das pessoas que resgatei dos tipos de cativeiro que eu tenho poder para, às vezes, tirar alguém. Ganha-se mal, meus caros amigos, mas podemos ajudar – lá, muito de vez em quando – alguma gente. Que isso nos sirva de consolo. E que não desanimemos: um dia retomaremos o serviço público dos incompetentes, dos omissos, dos tíbios, e o devolveremos ao povo, finalmente”.
Não preciso mais dizer nada, que este texto nos sirva para sermos melhores servidores e atuar em nosso metro quadrado.
* Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected].: 991687731————————————————–Não se renda – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Não deixe que seu primeiro fracasso o destrua, nem que seu primeiro sucesso o arruíne. Reconheça o ritmo da vida e o aceite”. (José Silva)A euforia, na mesma dose da tristeza, pode trazer prejuízos sérios a você. E sempre traz. Controle suas emoções. Não deixe que seus sentimentos se embriaguem embriagando você. Nunca veceremos enquanto não aprendermos a vencer nossos impulsos. E estes sempre nos levam ao descontrole. Tudo que acontece na sua vida faz parte de sua vida. Não fosse assim e não viveríamos a evolução. É ou não é? Nunca aprenderíamos, nem aprenderemos, a viver a evolução cultural, mental, espiritual e, sobretudo, racional, se não cometêssemos erros. E nosso maior erro é considerar o erro como um fracasso.
A medida do seu erro nem sempre é medida por você mesmo. Na tentativa de considerar a demensão do seu erro você sempre erra mais. Logo… o que você deve fazer é aprender com seu erro para não errar mais. Você nunca irá viver, plenamente, sua vida enquanto não se valorizar, consciente de que está numa caminhada. E o rumo da caminhada é você quem traça. Nunca se sinta incompetente para traçar sua vida. Não se esqueça de que você é o único responsável por ela. Não permita que ninguém dirija sua vida. Se permitir você estará se tornando uma marionete.
A mudança que estamos vivendo, no mundo todo, não é mais do que um processo evolutivo. O grande problema é que a ainda encontramos os obstáculos que foram o maior entrave para nosso desenvolvimentodesde os primórdios da “civilização”. Ainda não nos civilizamos, porque o quequeremosé civilizar. A busca à liberdade é uma caminhada milenar, e muito mais do que isso. E nunca seremos libertados dos grilhões sociais enquanto não nos libertarmos da ignorância, na caminhada da racionalidade. Quando lutamos pela igualdade é porque nos sentimos inferiores. E você nunca se libertará da inferioridade enquanto lutar pela igualdade. Você não temque ser igual; temque ser supeiror. E isso você nunca conseguirá enquanto não considrerar que o “inferior” é igual a você; e você igual a ele. Aí repete-se: somos todos iguais nas diferenças. Ou você considera isso ou nunca será superior, por mais que tente demonstrar sua superioridade. Valorize-se valorizando seu próximo, independentemente das diferenças sociais em que vocês se encontram. Simples pra dedéu. E se você estiver encontrando dificuldade para entrar nessa, cuide-se, porque você está no porão do navio, pensando que é o comandante. Fale com o cabo “Sivirino”. Ele tem o segredo, mantido na simplicidade e na eficiência profissional. Pense nisso.
*[email protected] 99121-1460—————————————————ESPAÇO DO LEITORREAJUSTEO leitor Idelfonso Carneiro comentou que, mal nos recuperamos de um aumento no preço da gasolina, do gás de cozinha, da cerveja e, por tabela, de outros insumos que dependem do frete, e chegou a notícia de mais aumento no preço da tarifa de energia elétrica para o início do mês que vem. “Como um trabalhador assalariado consegue viver com um arrocho desse? É um absurdo, e aproveitam ainda o período de intenso calor, quando utilizamos com mais frequência o ventilador e o ar-condicionado, para aumentarem a tarifa. Um desrespeito ao contribuinte”, disse.BLOQUEIO “É estranho que nenhum órgão federal tenha se manifestado sobre a situação do bloqueio na BR-174 norte. Cadê o direito do cidadão de ir e vir? Infelizmente, não vemos tanta agilidade em resolver os problemas que afligem a população. É necessário empenho e mobilização para que as famílias que necessitam se deslocar na rodovia não passem apuros. Pelo que sabemos, não existe nenhuma manifestação dos indígenas para acabar com o protesto, e a situação se complica ainda mais, já que agora são os taxistas que montaram outro bloqueio na saída de Pacaraima”, escreveu o leitor Francisco Almeida Lima. BANCÁRIOS “Sinceramente, não sei por que os bancários ainda não tinham aceitado o reajuste que foi oferecido na proposta encaminhada pela executiva nacional. Em um cenário de crise na economia, um aumento de 10% e mais 14% de acréscimo no vale alimentação, são um percentual muito superior ao recebido pelos servidores públicos neste ano”, comentou Nazário dos Santos.ACESSIBILIDADE Sobre a inauguração do auditório do Palácio da Cultura, o internauta Cesar Augusto enviou o seguinte e-mail: “Será que nesta reforma foram incluídas saídas de emergência e outra saída alternativa, ou continua sendo apenas pela porta de entrada? São detalhes que devem ser fiscalizados pelos órgãos de segurança, já que temos exemplos de locais que foram inclusive embargados por não se adequarem ao padrão de acessibilidade”, disse.