Bom dia!“Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem mesmo que assim é que a natureza compôs as suas espécies” – Machado de AssisDESBLOQUEIONada mais justo do que a Justiça Federal decidir pelo desbloqueio da BR-174, que se tornou alvo do protesto dos professores indígenas. A população roraimense não tem culpa pelo fracasso das negociações da categoria com o Governo do Estado. Os professores decidiram, por conta e risco, abandonar a greve dos professores da rede estadual de ensino, atraídos por uma negociação sem lastro judicial. Agora deveriam encontrar outra forma de protestar, considerando que foram eles que erraram de estratégia política.COERÊNCIAA Coluna não está querendo dizer que a luta por uma educação gratuita e de qualidade não seja válida. Essa luta é legítima e essencial, porém bloquear uma rodovia federal pelo fato de o Governo do Estado não ter cumprido com o acordo não foi coerente. Os professores da Capital resistiram até o fim, mantendo a greve até onde acharam que seria bom para a categoria e conseguiram formalizar um acordo com o aval da Justiça. ABANDONOA avaliação que se pode tirar disso é que os professores da rede estadual foram abandonados no meio da greve pelos profissionais indígenas e pelos que trabalham no interior do Estado, os quais foram induzidos a tomar decisões isoladas. Se as lideranças desses segmentos erraram ou os induziram a decidir de forma equivocada, então agora deveriam assumir suas consequências. Fechar rodovias federais não foi uma decisão sábia, pois acabou por atrair a indignação da opinião pública, que chegou inclusive a apoiar a greve dos professores.SEM LEI 1 A Vila de Samaúma, localizada no Município de Mucajaí, a Centro-Oeste do Estado, tornou-se literalmente uma terra sem lei. Não há policiamento na região e as pessoas fazem o que bem entendem, de arruaceiros a valentões. Quem vai à região observa motociclistas sem capacete, com o veículo sem placa, embriagados e outros empinando o pneu dianteiro da moto no meio das pessoas. SEM LEI 2 “A polícia só vem aqui quando tem um homicídio”, disse um morador, ao relatar que havia um destacamento da Polícia Militar na região, mas foi retirado. Além dos motoqueiros que colocam a vida das pessoas em risco, tem os elementos que impõem medo nas pessoas e outros que andam armados a qualquer hora do dia, principalmente nos locais onde é vendida bebida alcoólica. ESTRUTURAEssa situação se repete em outras localidades, onde a polícia só tem aparecido quando há uma ocorrência grave. Na sede dos municípios mais distantes, os policiais não têm estrutura adequada para garantir um policiamento efetivo para combater a criminalidade e garantir a segurança da população. E esse problema não é novo. Remonta os outros governos, que não conseguem conter o crescimento da criminalidade em regiões mais distantes. ENCENAÇÃO 1A Prefeitura de Mucajaí decidiu fazer uma intervenção radical na chamada “Pedra da Encenação”, local onde ocorre anualmente a Encenação da Paixão de Cristo naquela cidade. No lugar está sendo construído um mirante, que vai custar quase R$ 2 milhões aos cofres públicos. Isso significa que a “crucificação de Cristo”, o ponto máximo da maior encenação ao livre da região Norte, agora terá que sofrer uma readaptação, perdendo as características originais da apresentação. Lá também ocorria o suicídio por enforcamento de Judas. ENCENAÇÃO 2A propósito, há tempos que o evento vem perdendo público. A encenação ganhou popularidade quando eram apenas atores locais, mas os organizadores decidiram contratar atores famosos para representar o papel de Jesus e, no final, um artista de expressão nacional para encerrar com um show. Quando não deu mais para investir em atrações exportadas, o público deixou de comparecer e está difícil resgatar as antigas tradições religiosas. Agora o público espera algo mais “pagão” no encerramento. HABILITAÇÃO 1Pilotar um veículo ciclomotor de 50 cilindradas não se exige mais habilitação. Uma decisão preliminar da juíza Nilcéa Maggy, da 5ª Vara Federal em Pernambuco derrubou a exigência da Autorização para Condução de Ciclomotores (ACC) em todo o território nacional. O processo foi iniciado com base em uma ação civil pública iniciada pela Associação Nacional dos Usuários de Ciclomotores (Anuc). A regra era estabelecida na Resolução nº 168/04 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Ainda cabe recurso.HABILITAÇÃO 2O Contran exige a Autorização para Condução de Ciclomotores (ACC) ou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do tipo A em todo território desde o ano de 2004, mas, com a decisão, esta exigência passa a não valer mais. A decisão trata apenas da habilitação dos condutores, então continua valendo a exigência para licenciamento e emplacamento dos ciclomotores. Para a decisão, foi considerada a potência limitada a 50cc como um fator que difere o ciclomotor dos demais como as motocicletas e automóveis. Sendo assim, ele não se insere em nenhum nível de habilitação.