Opinião

Opiniao 21 11 2015 1723

Quem respeita a vida, respeita a morte – Vera Sábio*Mais uma vez, Roraima está indignado com o fedor presente na corrupção e descaso com bens públicos, equipamentos e todo desrespeito, não somente por quem morreu, sobrando deste apenas a matéria em decomposição pela falta da vida. Mas, principalmente, pelos vivos que respiram o mau cheiro e são contaminados diretos e indiretamente pela podridão dos corpos, sem respeito aos familiares que gostariam de um adeus mais digno aos entes que fizeram a passagem proposta a todos nós.A vida depende do cuidado, dedicação e diversos fatores ambientais e sociais daqueles que querem uma vida longa e saudável. Todavia, a morte é a certeza para o futuro de todos. O que não deve acontecer é deixar que a morte comprometa o bem-estar de pessoas inocentes, de trabalhadores que lutam pela sobrevivência e da própria fonte de vida que é a natureza, a qual está cada vez mais contaminada pelos corpos sem vida e que de mais nada servem.Pensem o quanto morrem pessoas e o quanto há corpos se decompondo e contaminando a terra até chegarem ao lençol freático. Será que não estamos no momento de uma conscientização maior a este respeito? Será que não é bem mais interessante a divulgação do quanto é importante doar órgãos saudáveis, perdidos constantemente na morte repentina e que poderão salvar diversas pessoas em filas de transplantes?Também não é muito mais saudável para a natureza um bom investimento mais conscientizado a favor dos crematórios com valores adequados e entendimento do quanto diminuiríamos o risco de tantas contaminações pelos corpos mortos, que são matérias inúteis quando estão desprovidos do espírito.O espírito não morre, ao contrário, não teríamos esperança e nem sentido para sermos bons. Portanto, quem morre é a casca, o corpo, a matéria. Assim, este corpo sem vida não serve mais para nada, não sente nada e não precisa de nada.Como revela as escrituras sagradas, somos pó e ao pó voltaremos. No entanto, não será mais conveniente que cheguemos sem contaminação a este pó, tornamo-nos cinza, sem causar tantos malefícios a nossa saúde e a natureza?*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/04509——————————————— Terrorismo: simplificação e seletividade – Jaime Brasil Filho*O terrorismo não é uma ideologia, não é como o comunismo, o fascismo ou liberalismo, não. O uso do terror, isto é, o assassinato aleatório de inocentes, é uma execrável e abominável tática de guerra, injustificável e abjeta. O uso do terror sequer pode ser confundido com a sabotagem.O conceito de terrorismo não é aceito de forma pacífica pelas comunidades de nações. Aqueles países que têm legislado a respeito não são unânimes quanto a sua conformação e características.Diante dos últimos acontecimentos envolvendo essa tática nefasta, a simplificação que a grande mídia faz é empobrecedora. Não ajuda a entender o que acontece, realmente. O grande público fica sem saber os motivos, ainda que injustificáveis, de ações tão abomináveis como os atentados ocorridos em Paris, por exemplo.Toda e qualquer arma deve ter numeração, sua fabricação é sempre monitorada pelos países produtores de armamentos. Assim, qual a procedência do armamento utilizado pelo “Estado Islâmico”, por exemplo? Por que não há ações das nações ricas para identificar os financiadores, os instrumentos financeiros e os fornecedores de armas e fazê-los cessar? Não adianta dizer que eles, do EI, controlam refinarias e vendem 40 mil barris de petróleo por dia. Isso não explica nada. Fazer uma refinaria funcionar é uma operação complexa e não se vende 40 mil barris de petróleo cru, por dia, sem que ninguém veja. Se é assim, por que os países ricos não bombardeiam a tal refinaria e os poços de petróleo controlados pelo EI?Essas perguntas, e suas prováveis respostas, apontarão para o fato de que há gente graúda, e seus respectivos países, bastante interessados em que grupos se armem mundo afora e façam aumentar o faturamento da indústria de armamentos.Cada atentado covarde, como os que aconteceram, fazem os fabricantes de armas sorrirem de orelha a orelha. Imaginem, agora, os gastos com armas que a contraofensiva da França e seus aliados da OTAN farão a partir de agora.É preciso tirarmos as máscaras da hipocrisia desses países ricos que vivem há séculos atropelando os povos mais empobrecidos, roubando-lhes as riquezas. É preciso dizer que a OTAN não é mais inocente que o Estado Islâmico. Ambos praticaram e praticam atos crudelíssimos de uma frieza aterradora. Enquanto um fundamentalista religioso chega ao ponto de se explodir para matar quem está ao seu redor, o outro, de dentro de um caça supermoderno, aperta um botão de “videogame” e mata famílias inteiras que estavam reunidas em um casamento, como aconteceu no Afeganistão. Enquanto os fanáticos do EI cortam cabeças, os EUA mantém um campo de concentração em Guantánamo, onde presos não têm direito à acusação formal e muito menos à defesa, onde são torturados de forma sistemática. E tudo isso fica por isso mesmo.É preciso entender que muitos dos países que se dizem ultrajados, ultrajam; outros que se dizem atacados, atacam; vários que se sentem ameaçados, ameaçam.Condenar atos de barbárie como esses que aconteceram em Paris é tão importante quanto condenar o bombardeio recente a um hospital dos Médicos Sem Fronteiras no Afeganistão, e que matou pacientes e médicos dedicados a suas missões humanitárias. Quem bombardeou o hospital dos Médicos Sem Fronteiras, quem deu a ordem, quem são os culpados por tamanha barbárie?Se não me engano, foi Frei Betto quem disse que o “terrorismo é a guerra dos pobres contra os ricos, e a guerra é o terrorismo dos ricos contra os pobres”. Precisamos denunciar e nos indignar igualmente com os dois.Outro aspecto que chama bastante atenção é a seletividade da indignação com que a mídia tradicional trata os fatos de guerra e terror que acontecem pelo mundo. Quem se lembra dos 147 mortos em um atentado no Quênia, neste ano? Ou um fato mais recente: quem quer saber quem foram os culpados pela morte de 26 pessoas, dentre elas 7 crianças, segundo a agência EFE, em uma festa de casamento no Iêmen, em outubro passado, tendo a bomba partido de um avião da coalizão liderada pela Arábia Saudita, íntima aliada dos EUA?A seletividade da mídia não para. Será que uma vida vale mais que a outra? Teria mais importância alguém que nasce ou vive em um país rico? Os pobres não têm cara, nome, história ou família?Vamos um pouco mais atrás. O que disseram e fizeram, efetivamente, a mídia e os órgãos internacionais, quando houve o maior massacre genocida da história recente, em Ruanda? Lá, em 1994, algo em torno de 800 mil seres-humanos foram mortos em pouquíssimo tempo.O certo é que há que se buscar isonomia no tratamento à vida. Todas as vidas humanas são importantes e valem muito. É necessário que busquemos a verdade sobre as ações dos países ricos e belicistas nos territórios pobres e cheios de petróleo do Oriente Médio. Boa parte do caos por lá vividos foi criada e é fomentada pelas nações ricas.Nem a violência de Estado contra os povos do mundo, nem o uso do terror como tática de guerra podem ser justificados. É preciso ter clareza sobre os motivos que levam o ser humano a cometer tantas atrocidades. Nenhuma dessas causas é nobre, nenhuma delas pode justificar o que vem acontecendo.Enquanto isso, a grande mídia hipnotiza os povos do Ocidente “civilizado”, replica a velha e rasa dicotomia do bem contra o mal, e, com isso, se riem os fabricantes de armas, os que vivem da repressão aos povos, os banqueiros, as grandes corporações e todos os que ganharão dinheiro com o “esforço de guerra”; com isso se riem os fundamentalistas religiosos, os controladores de almas, os que se utilizam da opressão sofrida para sustentar a violência injustificada.Os inimigos dos povos do mundo são a desigualdade e a injustiça social. Os inimigos do mundo são aqueles que se alimentam dos conflitos e que consomem vidas humanas em suas ganâncias e delírios de grandeza, inclusive aqueles que fazem da perda de valiosas vidas humanas ganho fácil de audiência, sem se preocupar em esclarecer e conscientizar sobre as verdadeiras causas e reais culpados pelas mazelas que atingem os povos do mundo.*Defensor Público—————————————– De quem é a culpa? – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Se você é capaz de sorrir quando tudo dá errado, é porque já descobriu em quem pôr a culpa”. (Thomas Jones)E, cá pra nós, você só vai descobrir isso quando aprender a se ver no seu espelho interior. Porque tem muita gente que fica o tempo todo se mirando no seu espelho interior e não consegue se ver. Aí fica sorrindo, pensando que estou falando potoca. Sempre que as coisas não estiverem dando certo é porque você está errando. Simples pra dedéu. Então procure ver onde você não está acertando. Ou mais precisamente, porque você não está acertando. E fique atento, ou atenta, porque isso acontece a todo instante, na vida de todos nós. Não pense que os vencedores não erram. A vantagem deles é que eles aprenderam a aprender com os erros; tanto com os deles quanto com os dos outros. E aí aprendem a modelar. E modelamos evitando os erros que podem vir dos erros não observados. Deu pra sacar?Nunca, em hipótese nenhuma, perca seu tempo com aborrecimentos. De per si, eles já são um erro. (Gostou do per si? Ele é arcaico, mas deixe-o aí). Vamos falar sério. Você já sabe que uma das maiores tolices que cometemos, todos os dias, é ficar pondo nos outros a culpa por as coisas não estarem dando certo para nós. Sempre que isso acontecer com você, mire-se no seu espelho e se pergunte quem foi que cometeu o erro. Se você acreditou, piamente, na pessoa que errou, o tolo foi você; logo, o erro foi e é seu. Não foi a pessoa que enganou você, você é que se enganou com ela. Procure ser mais esperto da próxima vez. Faça isso e aprenderá a errar menos.Não deixe que o pessimismo nem o mau-humor façam de você uma marionete do destino. Seu destino é você quem traça. E tudo vai depender dos seus pensamentos. Mantenha-os equilibrados na balança da racionalidade. Nunca perca seu tempo com pensamentos negativos. O ser humano é muito mais tendente ao negativismo. E é por isso que devemos ser mais rigorosos no nosso aprimoramento racional. E a racionalidade não se casa com o negativismo. Seu valor está no valor que você se dá. E quem conhece a grandeza do valor que tem não se deixa levar por aborrecimentos nem derrotas. Porque a maior derrota que podemos sofrer é a que vem do nosso interior; quando nos desvalorizamos e não nos damos o valor que temos, e ignoramos a importância da nossa origem racional.Quer uma sugestão? Comece por não levar esse papo para as trilhas filosóficas. Estamos apenas batendo um papo de amigos. Entre mim e você, você e eu. Adoro conversar com você. E espero que você esteja levando a sério nosso encontro. Isso nos fará muito bem. Pense nisso.*[email protected]    ———————————————- ESPAÇO DO LEITORESTRATÉGIA“A direção da Escola Carlos Drummond de Andrade está realizando uma gincana para arrecadar materiais de expediente, incluindo folha A4, cartolina, papel cartão. O objetivo é, além de suprir a falta dos materiais na secretaria da escola, foi informado que tem o intuito de compensar aulas para não ocorrerem as reposições. A informação repassada pela gestão da escola é que os alunos que não estiveram de acordo vão perder ponto nas disciplinas, terão as faltas referente aos dias de realização da gincana e terão que frequentar uma semana a mais de aula. Consideramos esta situação absurda”, relatou a mãe de um aluno.ARBITRÁRIA“Não necessitava a forma arbitrária como foi conduzida a operação de retirada dos ambulantes da Feira do Produtor. Os agentes da Receita Federal portavam pistola de grosso calibre, causando intimidação nos ambulantes que comercializavam seus produtos na feira. Pelo que percebi, faltou coerência na abordagem aos ambulantes, uma vez que não ofereciam nenhum risco, estavam apenas comercializando seus produtos de forma digna. Se quisessem apoio armado, por qual razão não chamaram a Polícia Militar para dar suporte nesta operação?”, questionou a leitora Leiliane Ramos.FUGASobre a matéria “Governo confirma mais uma fuga na PA”, o leitor Thiago Castro comentou: “Não pode estar ocorrendo semanalmente esta situação nesta unidade prisional em Roraima. Gostaria de ver a estatística das fugas que ocorreram somente este ano, as quais já superam com certeza a de anos anteriores. A penalizada é a população, pois esses marginais, quando saem, têm o intuito de roubar, assassinar e estuprar”.PRISÃOO internauta Henrique Nobre comentou: “Ótimo trabalho da DRE e da Dicap que têm conseguido desbaratar estas quadrilhas de traficantes que agem na Capital. Quanto menos drogas em circulação na nossa cidade, menos problemas trágicos teremos envolvendo famílias e jovens sendo seduzidos pelo consumo e tráfico de drogas”.