Cotidiano

Estrangeiros buscam atendimento em RR

Guianenses e venezuelanos têm buscado, cada vez mais, atendimento médico em Boa Vista, aumentando ainda mais a demanda

O Hospital Geral de Roraima (HGR) e o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré (HMINSN) têm registrado uma grande quantidade de estrangeiros internados, como venezuelanos e guianenses, que buscam tratamento, cirurgias, incluindo partos.

O comparativo do primeiro semestre entre os anos de 2014 e 2015 sobre atendimentos feitos a estrangeiros no Pronto Atendimento Airton Rocha, no HGR, demonstra que a procura aumentou. Somente de pessoas oriundas da Venezuela, foram 286 em 2014, com 102 atendimentos a mais do que no ano seguinte, bem como as internações, que nos seis primeiros meses deste ano foram 49, quantitativo maior que os 44 internados em 2014.

Os guianenses também procuram as unidades hospitalares de Roraima para resolução de problemas de saúde. No primeiro semestre de 2014 foi registrado um total de 84 pessoas atendidas, com 44 internações. Em 2015 foram 87 atendimentos, com 15 internados.

De acordo com dados do governo, a maioria dos pacientes é de quadro clínico de emergência (Pronto Atendimento) e, no caso de cirurgias (procedimento e posterior internação), dentre as especialidades de maior concentração de estrangeiros estão ortopedia e cirurgia geral.

O Hospital Materno Infantil, no bairro São Francisco, zona Norte, forneceu dados que comprovam realização de aproximadamente nove mil partos a cada ano, equivalente a uma média de 25 a 30 nascimentos por dia.

Entre janeiro e junho de 2015, partos, procedimentos cirúrgicos e outras demandas envolvendo ginecologia somaram 228 intervenções a venezuelanas que buscaram tratamento. Por outro lado, atendimentos a mulheres da Guiana que passaram pelos mesmos procedimentos, no mesmo período, totalizam 103.

Os casos de estrangeiros acabam contribuindo com a superlotação das unidades de saúde, que muitas vezes não conseguem comportar mais a população do estado, com destaque para o HGR, principal referência para os roraimenses. Conforme as unidades de saúde, muitas vezes, o motivo de adiamento ou cancelamento de cirurgias se dá pela falta de leitos disponíveis no principal hospital do Estado.