Chegou a horaO momento é crucial para os brasileiros perceberam a grande encruzilhada em que nos metemos. Embora muitos estejam ofuscados pelo “efeito binóculo”, que faz enxergar o que está acontecendo longe daqui, como os atentados terroristas na França, sem perceber a realidade local, é necessário fazer uma reflexão sobre o que está acontecendo no Brasil, obviamente com reflexos para Roraima.
Embora não existam riscos de um atentado terroristas por aqui, outras tragédias precisam servir de alerta sobre o futuro que queremos para o nosso país. Os dois principais fatos são: a lama tóxica que varreu uma cidade mineira do mapa e arrasa rios por onde passa; e a lama fétida da corrupção na política, que vem sendo desvendada por meio da Operação Lava Jato.
No primeiro caso, a tragédia ambiental precisa ser pensada na ótica do desenvolvimento a qualquer custo versus preservação ambiental. Afinal, a defesa do meio ambiente vinha sendo colocada como “terrorismo contra o desenvolvimento”, “assunto de desocupados” e “instrumento de internacionalização e entreguismo”.
Com o caso do rompimento da barragem de uma mineradora em Minas Gerais, está comprovado que o meio ambiente precisa ser levado com toda seriedade e importância possível, pois não apenas a questão do equilibro da natureza está em jogo, mas de vidas humanas que podem ficar em risco em caso como a da tragédia de Mariana.
Essa questão também está diretamente relacionada com a lama da corrupção, em Brasília. Os políticos corruptos, os quais são financiados também por mineradoras, não são eleitos por fantasmas ou extraterrestres. Somos nós, de cada município e cada Estado, que os elegemos e os enviamos para o Congresso ou para o ar-condicionado dos Legislativos.
A Operação Lava Jato tem revelado como funciona a teia da corrupção que enlameia o Brasil. E o eleitor precisa ser chamado à responsabilidade sobre o que está acontecendo, pois é ele quem elege e reelege esses políticos que se beneficiam dos grandes esquemas, os quais são mantidos também por grandes projetos que promovem riscos ambientais.
O terrorismo que a política tem praticado contra a população brasileira precisa ser freado, não apenas pela faxina que está sendo praticada por meio da Operação Lava Jato, mas também pela consciência do eleitor que irá às urnas já no próximo ano.
A corrupção que rouba o dinheiro que deveria ser investido no bem-estar do povo é a mesma que financia políticos que se opõem à questão ambiental. Essa lama fétida tem o mesmo destino e destrói vidas igualmente, mesmo que cada uma a sua forma. É preciso acordar e, como eleitores, também assumir nossa parte de responsabilidade. A hora é agora.
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