Opinião

Opiniao 04 01 2016 1883

Deusas amazonas – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Uma vez igualadas aos homens, as mulheres transformam-se seus superiores”. (Sócrates) Talvez por isso os homens temem tanto a igualdade das mulheres. Sempre vi a mulher como um ser superior. Talvez o Miguel Ângelo tenha pensado nisso quando disse: “Na arte as insignificâncias causam a perfeição, e a perfeição não é uma insignificância”. Eu não sou um bom escultor. Falta muito para sê-lo. Mas me sinto grande nas minhas esculturas; e isso porque só esculpo mulheres. E isso não é uma doença nem uma obsessão. É apenas um respeito pela perfeição da criação divina, a mulher. E hoje resolvi mandar um abração às mulheres da minha vida, no âmbito da amizade, do respeito e do carinho. Muita vão ficar de fora desta relação, não por descaso, mas por não haver espaço suficiente para todas. E de início deixo meu abraço para a mulher com quem convivo há mais de cinquenta anos, numa felicidade que alimenta meu estado de espírito na grandeza da vida: a Salete, mãe dos meus seis filhos.

Algumas dessas mulheres passaram o dia todo, hoje, passeando pela minha cabeça, mexendo meus pensamentos sadios. Um abração para a Carla Giselle; Samara Diniz; Sheneville, ZannyAdairalba; Natalina, a quem não vejo, faz tempo; Débora Rodrigues; Márcia Seixas, e tantas outras que sabem que não as mencionei por falta de espaço. E só por isso. Além das muitas mulheres que fazem parte da minha família. São tantas que não cabem no meu abraço, apenas o recebem com carinho. Adoro minha filha Helena, minhas netas, noras e ex-noras. Sinto-me orgulhoso por elas serem mulheres que completam esse universo feminino que enriquece o mundo masculino sem nem mesmo os que fazem parte dele tenham a sensibilidade de entender a grandeza delas.

Sou um péssimo desenhista e por isso não me atreveria a desenhar uma mulher, por saber que não expressaria a grandeza que ela reflete na beleza divina que ela possui. Talvez um poeta expressasse melhor que procure externar no meu sentimento pelo universo feminino. Mas nem mesmo a expressão poética superaria o carinho, amor e respeito que tenho e guardo pela criação divina que é a mulher. Porque é nela que qualquer insignificância gera a perfeição que nos encanta. Que todas as mulheres do mundo vivam, intensamente, cada momento do ano que se inicia cheio de felicidade. Que o amor seja a base da felicidade que necessitamos para ver o progresso esperado e desejado, da posição da mulher, na sociedade, sem discriminação nem preconceitos. Que sua superioridade seja reconhecida pelos que nem mesmo se conhecem.*Articulista ——————————————  PARA QUE O ANO SEJA NOVO – DarcísioPerondi*Poucas vezes na minha vida testemunhei os brasileiros de todos os credos, classes e cores com tanta dificuldade para imaginar e confiar num futuro melhor. Em 2015, a desidratação das nossas esperanças acompanhou de perto a trajetória declinante da economia nacional. O boletim Focus, no qual o Banco Central compila periodicamente as previsões de um amplo painel de analistas econômico-financeiros, mostra um abismo escancarado entre as projeções do início e do final de 2015 para indicadores como evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação.

Em janeiro último, o boletim antecipava para todo o período de 2015 um aumento de 6,56% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e um modestíssimo avanço de meio por cento do PIB. Agora em dezembro, esses prognósticos foram refeitos, mostrando que o Brasil andou para trás: a inflação fechou o ano em 10,61% e que o PIB registrou crescimento negativo (– 3,7%). Em poucas palavras, o custo de vida ultrapassou em muito o “teto” da meta inflacionária estabelecida para 2015 (6,5%), enquanto a economia ficou quase 4% menor que em 2014, quando crescimento do PIB já foi praticamente igual a zero! (E, para o final de 2016, o BC projeta nova contração do PIB, da ordem de – 2,8%.) Empresários, trabalhadores, consumidores e famílias sentem na carne a crueldade concreta desses números: queda drástica no faturamento e nas encomendas, desemprego em massa e anemia do poder de compra dos salários.

A sociedade sofre e não aguenta mais tanto sacrifício para arrastar o peso excessivo de um Estado balofo, incompetente, perdulário e, como comprovam as investigações da Operação Lava-Jato, assustadoramente corrupto. Um Estado que não cabe mais na economia brasileira. Há um ano, o agora ex-ministro Joaquim Levy assumia a pasta da Fazenda com a missão de limpar a lambança nas contas públicas que a presidente Dilma Rousseff aprontara durante o seu primeiro mandato. Não deu certo: o prometido superávit primário (economia que o governo deve fazer para pagar os juros da sua dívida), superior a R$ 60 bilhões, virou um déficit de R$ 120 bilhões. Por isso, as agências internacionais de classificação de risco têm rebaixado sistematicamente a nota do Brasil, considerando que o país enfrentará dificuldades cada vez maiores para saldar uma dívida pública que já se aproxima do perigoso patamar de 70% do PIB. Com a recessão, o governo perdeu R$ 52 bilhões em receita nos últimos dez meses. Continua, porém, gastando mais do que arrecada. Quando Dilma e a equipe econômica falam em “ajuste fiscal”, o que de fato têm em mente é o aumento dos impostos e a criação, ou recriação, de tributos, como no caso da CPMF. Nesse ritmo, economistas conceituados, como Mansueto Almeida, calculam que a arrecadação tributária, hoje na faixa de 35%, não tardará a chegar a insuportáveis 40%.

Para o lugar de Levy, a presidente designou o ex-ministro do Planejamento Nelson Barbosa, principal arquiteto da malfadada “nova matriz econômica”, fórmula que, no mandato anterior, quebrou o Brasil, combinando ingerência pesada do governo em todos os setores da economia com generosos empréstimos dos bancos públicos aos magnatas financiadores das campanhas do PT.

O modus operandi desse desastre foram e continuam sendo as tristemente famosas “pedaladas fiscais”, expediente por meio do qual o governo ‘espeta’ suas despesas no Banco do Brasil, na Caixa Econômica, no BNDES e no FGTS e abre créditos para se financiar sem prévia autorização do Congresso Nacional. Ora, nada disso é permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, pela lei orçamentária ou pela própria Constituição. Em 2014, as tais pedaladas custaram ao Brasil R$ 18 bilhões e, em 2015, custarão mais R$ 25 bilhões.

Graças às competentes e minuciosas auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU), o Brasil já sabe para que Dilma ‘pedalou’ tanto: para comprar e roubar sua reeleição. Ora, isso é crime de responsabilidade que, de acordo com a Constituição, deve ser punido com o impeachment da presidente da República. Avassalada pelos maiores índices de desaprovação de um chefe de Estado em toda a história deste país, Dilma ainda acha que, na ausência de legitimidade, pode se manter no poder até 2018, recorrendo ao ‘tapetão’ do Supremo Tribunal Federal (STF).

Só a partir do momento que a população tomar consciência de que o poder está em suas mãos e exigir que seus representantes no Congresso decidam de acordo com a vontade da grande maioria, aí sim, poderemos começar a crer em um feliz ano novo. *Deputado federal pelo PMDB-RS——————————————-A jabuticaba da vez – Francisco Balestrin*Einstein dizia: “a mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”. O mais fascinante sobre esse pensamento é que não há limites para a expansão do conhecimento e o desejo de progredir. E nós precisamos dar saltos.

No Congresso Nacional de Hospitais Privados, quando todos esperavam que Robert Kaplan, professor da Fundação Baker, na Harvard Business School, trouxesse o DRG (DiagnosisRelatedGroups) – sistema que tem o propósito de qualificar os atendimentos de internação dos hospitais, segundo o grau de utilização dos serviços prestados – para o centro da conversa, ele passou direto pelo assunto. Respondeu ao questionamento com uma perspectiva diferente, focando a análise no bundledpayment, modelo de pagamento feito pelos planos aos prestadores de serviços de saúde. Nessa opção o pagamento é feito por pacote, todos os procedimentos e exames necessários à realização de um procedimento ou cirurgia são agrupados, precificados e é definido um preço total.

Não me refiro aqui ao modelo como há tempos o conhecemos, e que no passado se parecia bastante com o nosso deficiente sistema de cobrança por pacotes. O bundle evoluiu, incorporando toda a linha de cuidados do paciente – consulta, atendimento, cirurgia, internação e reabilitação – e também o risco inerente a cada evento. Pontos onde justamente existiam os gargalos. E se não há uma metodologia à prova de erros, esta é a que, pelo menos, parece mais se aproximar desse ideal.

Por que, afinal, Kaplan sequer mencionou o DRG? O fato é que, nos Estados Unidos, a metodologia do bundle se mostrou mais adequada. Então, neste momento nos perguntamos: quer dizer que todos os debates que instigamos sobre os Grupos de Diagnósticos Relacionados foram tempo perdido?

De jeito algum. Ele continua um modelo a ser analisado, mas nitidamente se presta mais a ferramenta de gestão, e menos de remuneração. Estamos realizando um projeto piloto centrado no DRG e chegamos à conclusão de que, antes de três anos de preparo, a implementação desse sistema, da forma correta, seria impraticável. E, para fazer o DRG “jabuticaba”, é melhor nem começar. Como reza a nossa tradição, “se só existe no Brasil e não é jabuticaba, é bobagem”. Além do mais, reinventar a roda significa, muitas vezes, correr o risco de ela sair quadrada.*Presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP)——————————————–

ESPAÇO DO LEITOR

CHIP“Quero aqui demonstrar toda a minha indignação contra o Detran-RR, no que se refere à devolução do dinheiro cobrado pela instalação de um chip. O Detran está utilizando de mecanismos para não liberar o dinheiro pago pelo chip, que foi cobrado indevidamente ao cidadão. Eles falam que a pessoa precisa preencher um requerimento e levá-lo junto com alguns documentos. Também pregam que é muito fácil fazer tal preenchimento. O órgão só recebe o requerimento à tarde e o setor tem um funcionário que não entende do processo, exatamente para dificultar o tramite e a possível liberação do dinheiro”, afirmou o leitor Robson Gomes.PCCRO internauta identificado como Concurseiro perguntou da governadora Suely Campos quando ela irá sancionar o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações dos servidores do Quadro Geral do Estado. “Quero saber o que a senhora está esperando e quando vai sancionar a lei do PCCR. O PL foi aprovado dia 11 de dezembro e, até hoje, nada de sancioná-lo. Será que teremos que esperar mais 11 anos?”, questionou.ASSEMBLEIA“Os deputados não estão preocupados com Roraima. Pensam que inviabilizando o Estado vão atingir a governadora Suely. O mandato passa, mas o povo continua. Deputados, o povo não é mais besta. Vocês tiveram uma lição nas eleições passadas. Ou esqueceram que o atual governo tirou a máquina das mãos de vocês?”, comentou o internauta Marcell Grangeiro.DELEGACIAO leitor Gilberto Marcelino comentou a situação da reforma da delegacia de Caracaraí. “A delegacia mudou de endereço ao menos três vezes nos últimos anos, funcionando agora num imóvel desprovido de condições mínimas de uso. O fato é que o governo estadual iniciou, há algum tempo, a construção de uma nova delegacia, cujas obras foram interrompidas. Não há que se falar em reforma de imóvel, mas sim na retomada das obras da nova delegacia, que já consumiram muito dinheiro dos contribuintes”, desabafou.