Bom dia!
É difícil entender por quais razões o Governo do Estado e algumas prefeituras de Roraima tenham, nos últimos tempos, demonstrado especial predileção para contratar empresas de fora para o fornecimento de bens e prestação de serviços. A economia e a população roraimenses enfrentam duas perdas simultâneas com essa predileção inexplicável: de um lado, perde impostos, que farão falta na prestação de serviços públicos de saúde, segurança e educação. De outro, milhares de empregos migram para outros estados, deixando os trabalhadores locais a ver navios.
Ao exportar impostos e empregos para estados muito mais desenvolvidos que o nosso, através dessas contratações de empresas alienígenas, governo estadual e prefeituras estão, na verdade, fazendo o papel de Robin Wood às avessas: enquanto o herói mitológico inglês roubava dos ricos para distribuir, entre os pobres, o produto roubado, as autoridades locais roubam emprego dos pobres roraimenses para doá-los graciosamente aos brasileiros mais ricos de outras plagas, no caso presente especialmente das plagas amazonenses.
É tanta falta de lógica econômica e de políticas públicas nesta prática de comprar fora que não é sem razão que mentes imaginativas procuram explicar tal comportamento. E nenhuma dessas hipóteses explicativas é capaz de engrandecer o conceito dos administradores públicos locais. Entre tais hipóteses está a de considerar que nesses centros maiores fica mais fácil esconder malfeitos. Será?
EMBATEComo a coluna informou, o embate entre Legislativo e Executivo em torno da aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) do Estado para 2016 está longe de terminar. Em resposta às informações divulgadas pelo Governo do Estado, dando conta de que relativamente Roraima é o Estado da Amazônia que mais gasta com o Legislativo, técnicos da Assembleia Legislativa fizeram um apanhado e os números absolutos mostram o contrário: A ALE-RR é o menor orçamento da região.
BOMBEIRONa ausência do líder do governo, o deputado Brito Bezerra (PP), que está fora do Estado, quem faz, às vezes, de bombeiro para arrefecer o fogo cruzado entre os deputados estaduais do bloco independente e o Governo do Estado é o deputado Mecias de Jesus (PRB). Ele tenta costurar um acordo capaz de evitar que o veto da governadora Suely Campos (PP) ao Orçamento aprovado pela ALE seja derrubado num plenário onde os independentes ainda dispõem de maioria.
DEFECÇÕESAs poderosas antenas da Parabólica captaram sinais vindos da ALE-RR de que a bancada dos independentes anda esperançosa de recuperar a folgada maioria de 15 parlamentares, perdida com as defecções dos deputados Diego Coelho e Ângela Águida Portela. A esperança reside na possibilidade de insatisfação de parlamentares da base governista com a reforma que se avizinha na administração estadual.
SAÍDAEmbora ainda não anunciada, é iminente a saída da chefe da Casa Civil, Danielle Campos Araújo, que deixaria o atual cargo para assumir a chefia da Representação do Governo do Estado em Brasília. O cargo é ocupado pelo ex-senador Mozarildo Cavalcanti, cujo destino ainda não foi revelado. A mudança deve ocorrer ainda neste mês de janeiro.
ARTICULADORPolíticos que sempre são ouvidos pela Parabólica falam do papel cada dia mais intenso de Marcelo Guimarães como principal articulador político da esposa, a prefeita Teresa Surita Guimarães (PMDB). Além de ocupar-se com redes sociais e de cuidar da criação de suínos, Guimarães tem conversado muito com parlamentares, políticos e outros possíveis aliados da prefeita na empreitada eleitoral deste ano. Teresa vai tentar a reeleição.
MEDICINAA Faculdade Cathedral dispõe de toda a infraestrutura necessária para a implantação de um bom curso de Medicina, que o Ministério da Educação diz ser prioridade nacional. Apesar disso, os dirigentes da Cathedral não conseguem aprovar o curso na Secretaria de Ensino Superior do MEC. Tudo porque Boa Vista é a Capital do Estado e tem só 300.000 habitantes. Na verdade, quem perde com isso somos todos nós, que vemos cada vez mais longe o sonho de transformar Boa Vista numa cidade universitária. Pode? INVIÁVELA agricultura do agronegócio, que utiliza intensivamente a tecnologia química, parece ter um cenário nada agradável para a próxima safra. Embora a alta do dólar americano torne nossos produtos mais competitivos, a importação dos insumos (corretivos e adubos) atinge preços impraticáveis. A tonelada de calcário importado da Venezuela, por exemplo, está custando aos agricultores a bagatela de R$ 320,00. A este preço, só de corretivo, incluindo a aplicação, o agricultor roraimense vai gastar ao redor de R$ 800,00 por hectare.
ALCNem tudo é notícia ruim em Roraima. A Área de Livre Comércio de Boa Vista, criada no mal avaliado governo municipal do então prefeito Iradilson Sampaio, está indo cada dia melhor. O comércio boa-vistense tem experimentado um crescimento nunca visto na economia roraimense. Apesar da inflação brasileira, os preços têm caído no mercado local devido à concorrência acirrada entre supermercados. E quem duvidava da viabilidade dos dois shoppings inaugurados no ano passado está de queixo caído. Apesar da recessão nacional.