Jessé Souza

Flores em nossas vidas 1894

Flores em nossas vidas

Os moradores do bairro Cidade Satélite, do setor que fica à direita da RR-205, que dá acesso ao Município de Alto Alegre, ficaram animados quando a Prefeitura de Boa Vista começou uma obra no canteiro central da Avenida do Sol, no ano passado, uma das principais que dá acesso ao Residencial Vila Jardim, obra recém-inaugurada.

Na medida em que as obras de aterro do meio-fio foram avançando, os moradores achavam que dali surgiria um imenso calçadão, que se tornaria uma excelente opção para caminhadas ou cooper. Afinal, estamos em uma das cidades onde mais se pratica exercícios físicos.

Porém, foi só uma ilusão. A Prefeitura logo lançou terra adubada e plantou grama e flores. Ficou muito bonito e florido, diga-se de passagem. Mas, neste caso, a população estava esperando mesmo era cimento no amplo meio-fio para que aquela avenida se tornasse um amplo espaço que serviria para a prática de exercícios.

Repito e friso: o boa-vistense não é contra as flores, a estética e o paisagismo. De forma alguma. Aplaudimos a cidade alegre, bonita e florida. Porém, há prioridades e outros benefícios a serem observados antes de fazer jardim. 

A Avenida do Sol, por sem ampla e extensa, deveria ter se tornado um imenso calçadão a serviço da saúde e do bem-estar dos moradores. É bom lembrar que a população daquele bairro aumentou para mais três mil famílias, com a inauguração do residencial, as quais poderiam ter mais uma opção para passeio e exercícios físicos.

Porém, preferiram gramas e flores, impedindo que as pessoas tivessem mais um ponto para colocar o corpo em movimento, gerando bem-estar a quem se exercita. Vale ressaltar, ainda, que há muito tempo os jardins se tornaram prioridade, não apenas pela estética. Há algo mais a ser observado.

A maioria das flores plantadas nos canteiros centrais e calçadas é temporária, ou seja, tem um tempo de vida curto e novas mudas precisam ser plantadas a cada ciclo. Isso significa mais dinheiro público a ser investido, o que não aconteceria se essas flores fossem de plantas definitivas ou que tivessem um tempo de vida maior.

É preciso avaliar prioridades diante desse cenário de crise que o país atravessa e da nova realidade que se desenha para a Capital. O caso da Avenida do Sol é apenas um exemplo, mas existem outros em que as prioridades deveriam ter sido analisadas com critério.

Como não temos vereadores preocupados com as prioridades da população, os canteiros floridos continuarão embelezando nossas vidas, porém ocultando situações mais urgentes, úteis e necessárias. Até quando?

*JornalistaAcesse: www.roraimadefato.com/main