Opinião

Opiniao 09 01 2016 1907

Motivos para otimismo em 2016 – Erasmo Sabino*

As notícias sobre economia não andam boas, por isso, é normal que as pessoas não estejam muito animadas com 2016. Mas pelo menos no mercado imobiliário não há razão para preocupação. Vejo com muito otimismo o ano que começa. Eu, cá comigo, tenho vários projetos que certamente irão responder à demanda que o crescimento contínuo de Boa Vista tem alimentado nos últimos anos.

Um desses empreendimentos é o Cidade Satélite III, que vem para transformar definitivamente aquela região em verdadeira cidade. Que, aliás, nasceu com esse destino quando atravessei a ponte do igarapé Caranã e plantei em pleno lavrado a semente daquele que é, hoje, um dos mais importantes bairros de Boa Vista.

Mas se o leitor tem alguma dúvida, me permita dizer por que estou otimista com 2016. Embora ainda não haja informação concreta, novos valores de teto do Minha Casa, Minha Vida devem entrar em vigor e isso terá um impacto positivo no mercado. O aumento vai fazer com que mais imóveis possam ser incluídos no programa e atendam a uma grande demanda por moradia popular que existe no país. Com isso, o mercado para esse tipo de imóvel deve ficar aquecido.

As mudanças nas regras de financiamento dos bancos públicos em 2015 pegaram muitas pessoas de surpresa e levaram os compradores a buscar novas alternativas para financiar seus imóveis. Com isso, linhas alternativas de crédito, como o financiamento em bancos privados, ganharam destaque no mercado e devem continuar crescendo em 2016.

Embora em Roraima, a construção civil enfrente dificuldades, pois nem sempre tem à disposição estoques de terrenos para novos empreendimentos, a procura por imóveis não deve diminuir, fazendo com que a demanda do mercado permaneça positiva. O fato é que 2015 foi um ano em que a retração econômica se refletiu no mercado imobiliário. As mudanças nas regras fizeram muitas famílias alterar seus planos ou mesmo ter que adiá-los. Com isso, quem gostaria de ter comprado não comprou, mas deve acabar fazendo isso neste novo ano.

Portanto, embora esteja só começando, 2016 reserva boas perspectivas, especialmente nos segmentos de imóveis populares e de médio padrão. Pela vasta experiência que adquiri nestes mais de 35 anos de vivência no mercado imobiliário roraimense, não hesito em dizer que creio sim em um bom ano. Para quem trabalha com vendas, como eu, e para quem sonha em ter um pedaço de chão, como milhares de boa-vistenses. Qual o segredo? É simples: a população vai crescer e as pessoas precisarão ter um lugar onde morar.

*Empresário

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O mundo nas mãos dos banqueiros – Jaime Brasil Filho*

É incrível observar a apatia geral diante do que se tornou o mundo em que vivemos. Um mundo absurdo e abjeto. Mas é compreensível. Neste verdadeiro manicômio todos estamos internados, submetidos ao controle mental e corporal de drogas que vão desde o fundamentalismo religioso à alienação midiática que transforma pessoas ordinárias em celebridades, usurpadores e ladrões em heróis e ignorantes em sábios. Tudo é construído para desviar a nossa atenção do que importa, para que não tenhamos consciência crítica, para que passemos a nossa existência como simples peças de sustentação desta máquina de destruição de corpos, almas e de culturas.

Em um mundo em que basta ter dinheiro para se fazer tudo o que se quer, em um mundo onde os mais inescrupulosos e egoístas são os que se apropriam da riqueza produzida social e coletivamente. Em mundo assim, as desigualdades que criam as guerras e a violência são tidas como consequências naturais da vida. Não é. A desigualdade social é uma injustiça criada e mantida ideologicamente e materialmente por um sistema cruel e fratricida: o capitalismo.

Não interessa se as experiências socialistas até hoje fracassaram. Este não é o ponto. A questão fundamental é que o capitalismo está destruindo o ser humano, a humanidade e a vida da biosfera do planeta.

É inegável o controle bélico que os países ricos mantém sobre os mais pobres, apenas para garantir a exploração da natureza e dos trabalhadores. Independentemente do que passou, o nosso futuro enquanto espécie, dentro do capitalismo, é não termos futuro. O capitalismo é como um câncer que destrói todos os tecidos humanos, as relações sociais fraternas, os rios, envenena o ar, transforma o amor em competição e ostentação e aniquila a vida.

Imaginem, vocês: saiu o ministro da Fazenda, Levy, e entrou Barbosa. E já na segunda-feira de manhã, às vésperas do Natal, o que faz o novo ministro? Vai participar de uma teleconferência com banqueiros e especuladores, conferência esta convocada pelo banco JP Morgan, para que o ministro mostre que está disposto a fazer de tudo para continuar a alimentar esses sanguessugas e parasitas. Na própria conferência, o ministro já avisou que vai encaminhar ao Congresso proposta para mudar a idade de aposentadoria, de novo. Dilma, nesta semana, confirmou essa vontade: a de atacar mais ainda os trabalhadores. Ou seja, estão avisando aos banqueiros que os brasileiros trabalharão até morrer para que os juros dos especuladores sejam pagos. É um absurdo, um crime: submeter a todo um povo aos interesses de meia dúzia de saqueadores de vidas.

Os governos matam seus povos de fome, de agrotóxicos, de ignorância ou deixam morrer nos hospitais precarizados. Tudo para que os banqueiros e especuladores recebam em dia o dinheiro que é fruto do nosso suor.

É este o nosso manicômio. Matam-se crianças, velhos, condenam-se os povos do mundo a uma vida de sofrimento, doenças, guerras e fome, tão somente porque o sistema capitalista exige que a maior parte da humanidade seja escravizada para que alguns poucos se sintam superiores em seus mal disfarçados infinitos vazios existenciais. Assim, para que meia-dúzia de doentes psíquicos se satisfaçam, a humanidade é brutalizada, assassinada, explorada, torturada, e, para que isso aconteça, é mantida em um estado de, ilusão, medo, alienação e ignorância.

Se quisermos ter esperanças no nosso futuro, o primeiro passo é atacarmos essa lógica hegemônica dos bancos e agiotas legalizados em nossas vidas. É preciso denunciar a loucura e o disparate é são essas “dívidas” eternas que foram inventadas por governantes inescrupulosos, aliados dos mesmos banqueiros que nos saqueiam, e pararmos de nos submeter às suas chantagens de falência e quebradeira, caso deixemos de pagá-los. É preciso destruirmos o que é hoje a essência do capitalismo. Precisamos destruir o poder do sistema financeiro, que, muito acima do sistema produtivo, tem o mundo nas mãos. 

Os banqueiros são os verdadeiros governantes, não são os políticos. Os políticos de hoje são meros gerenciadores dos interesses dos banqueiros. A Lei de Responsabilidade Fiscal não é outra coisa senão um instrumento de controle de gastos para que sobre mais dinheiro para os banqueiros.

Mas, se os banqueiros e especuladores são os que nos governam, quem os elegeu? Ninguém. Eles são ditadores sem rostos e sem alma. Mas, controlam governos, polícias, exércitos.

São eles, no final das contas, os responsáveis pela destruição da vida no planeta, pela morte de inocentes nas guerras, são responsáveis pelas próprias guerras, afinal.

A televisão, o cinema, a grande mídia e as grandes agências de notícias tratam o mundo como algo dado e acabado, como se os acontecimentos fossem desconexos uns dos outros, sem uma causa comum e sem um objetivo comum. E, no entanto, tudo está conectado, quando se derruba mais florestas em Roraima para se criar gado, quando o desmatamento avança no continente asiático, quando os jovens da periferia de Boa Vista se sentem sem perspectivas de sucesso na vida, quando crianças morrem tentando fugir da Síria, tudo, tudo isso tem as mesmas causas, e essas causas tem os mesmos responsáveis.

Portanto, na humanidade temos, nesta globalização do dinheiro e da exploração humana, os mesmos problemas e os mesmos inimigos a combater.

Precisamos dar respostas globais aos nossos problemas globalizados. O primeiro passo para mudarmos é termos consciência e nos organizarmos. Precisamos pensar um outro mundo. Como dizia Lênin: sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário. É preciso esclarecer o que é o mundo, como ele funciona e para quê e a quem serve essa maneira de funcionar.

Essa será uma tarefa coletiva, de toda humanidade, que já começou mas que precisará da ação massiva das futuras gerações. É necessário que todo aquele que se importa com a sua coletividade e com a vida neste planeta se envolva em ações que desnudem e ajudem a destruir o sistema que, se não for destruído, destruirá a todos nós e a vida no planeta terra.

*Defensor público

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Revivendo – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Não permito que nenhuma reflexão filosófica me tire a alegria das coisas simples da vida”. (Freud)

Você pode nem acreditar, mas isso acontece comigo, e com frequência. Caminho pela rua pensando num assunto bacana pra conversar com você. Chego a casa e continuo pensando. E quando me sento aqui, ao computador, não consigo me lembrar qual era o assunto. Fico um tempão pensando, e nada. Aí me viro com outro assunto. Dias depois me lembro daquele assunto e não consigo me lembrar se falei dele naquele dia ou não. Está acontecendo isso agora. Não consigo me lembrar se já falei desse assunto de que me lembrei dias atrás. Mas tudo bem. Se já falei, desculpe-me, mas não quero perder a oportunidade de falar, arriscando-me, a perdê-lo não falando agora.

Foi em junho de 2012. Tínhamos acabado de tomar o café da tarde, quando minha sobrinha, Telma, entrou e nos convidou para assistir a uma peça teatral, dali a uma hora. Era uma apresentação do “Ballet Stagium” que estava comemorando seus 40 anos de existência. A peça era uma comemoração ao centenário de nascimento do Adoniran Barbosa. O espetáculo seria às 19h, ali na Caixa Econômica, na Praça da Sé. Tínhamos só meia hora pra chegar lá. Saímos quase correndo e chegamos na hora H. Foi um espetáclo fenomenal, numa simplicidade maravilhosa, na grandiosidade do Stagium.

13 músicas do Adoniran foram apresentadas pela orquestra acompanhada pelo Ballet, numa apresentação encantadora. Senti-me como uma criança, embelezada pelo profissionalismo e encantamento da simplicidade na apresentação. Mesmo porque eu jamais imaginara ouvir e assistir a um espetáculo clássico, na execução de músicas caracteristicamente populares do Adoniran Barbosa. Aí lembrei-me da frase do Mestre Lair Ribeiro: “A criança que existe em você pode lhe dar alegria de viver, se você a tratar com carinho e consideração”. E foi isso que fizemos, a Salete e eu, porque percebi, na sua face, a felicidade que ela esboçava num sorriso que consguia reter suas lágrias que queriam escorer pelos olhos felizes.

Fim de espetáculo, saímos, atravessamos a Praça da Sé e entramos em casa como crianças que chegavam do parque de diversões. Senti-me feliz hoje, à tarde, quado refletia e lembrei-me daquele momento simples e grandioso pela simplicidade associada à qualidade, tanto do Stagium quanto do Adoniran. Nunca perca a oportunidade de assistir a um espetáculo que lhe traga momentos de emoção, alegria e felicidade. Porque as três coisas estão ligadas ao pico da vida bem vivida. É quando descobrimos que o clássico está na qualidade e na simplicidade. Pense nisso.

*[email protected] 99121-1460

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ESPAÇO DO LEITOR

SALÁRIOCorrespondência eletrônica enviada por funcionários da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr) critica os altos salários pagos a alguns cargos. “Se a governadora vai cortar gastos, que faça logo pelos cargos da Aderr, cujos valores são absurdos e não necessitam tanto; valores estes que chegam a R$ 14.000.00, enquanto os concursados da casa recebem apenas um valor que não chega ao menor cargo comissionado. Fica aí a dica para começar a cortar gastos desnecessários”, diz o e-mail.

LICENCIAMENTOLeitor reclama do não funcionamento da Diretoria de Licenciamento e Gestão Ambiental (DLGA), da Fundação Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Femarh), porque o diretor entrou de férias. “Sem licenças, os empreendimentos que ajudam a desenvolver o Estado ficam paralisados, sem poderem se instalar e operar. (…) Atualmente, esta diretoria está trancada com cadeado, pois não há ninguém o substituindo”, reclamou.

LOCADORAAo pedir anonimato, internauta comentou sobre aluguéis de carros do governo em uma empresa de Manaus que tem filial aqui em Boa Vista. “Sou cliente da locadora e já venho observando, há mais ou menos três meses, que há muitos veículos novos, modelo S-10 e até ambulâncias e vans, estacionados no pátio da locadora, todos adesivados com o símbolo do governo. Segundo o dono, todos estão alugados para o governo. […] Ele sempre fica enrolado quando pergunto por que os veículos ainda estão lá”, afirmou.

SEGURANÇA”Gostaria de deixar aqui a minha indignação com toda essa insegurança que passamos! Sugeri que a Prefeitura ponha guardas municipais e o governo ponha policiais nas praças, perto do povo, para protegê-lo. Todos sabem que é nas praças da cidade que os traficantes vendem drogas”, comentou o leitor, que pediu anonimato.