Lama corrente e recorrente do descaso – Tom Zé Albuquerque*
Dois meses. Faz pouco mais que isso que a tragédia da cidade de Mariana, no Estado de Minas Gerais, ocorreu. Em verdade, esta cidade foi apenas o início de desmembramento caótico de amplificada degradação ambiental, abrangendo nos últimos dias sítios marítimos de preservação.
O fato, por si só, já causa comoção, mas o descaso do poder público, aliado às legislações ridículas e à passividade das autoridades, assim como a mudez midiática, agigantam o pandemônio criado pela irresponsabilidade de empresários do ramo de exploração mineral, obscuramente ligados a grupos políticos. Caso essa anarquia tivesse sido causada em um país sério, punições tinham ocorrido. Afinal, até a presente data, ninguém foi preso na nação do lava-jato, mesmo com toda a lástima provocada ao Brasil, mesmo com a morte de vários inocentes, mesmo com a destruição de lares e histórias de uma sociedade.
É mais que nítida a principal causa da esculhambação brasileira, que passa pela corrupção, pela falta de senso de coletividade, pelo desrespeito, pelo egocentrismo, pelo sistema político doente… a impunidade! Ora, por que não burlar se o sistema jurídico permite que me mantenha blindado?…pensa o facínora. Processos se arrastam décadas a fio com uso desregrado de lacunas formais e recursos descabidos, provocando um sentimento de impunidade de dar náusea. Menores aterrorizam os cidadãos, políticos se locupletam de recursos públicos provocando mortes em série nos hospitais, bandidos envergonham as polícias com seu poder bélico e capacidade de se manterem lépidos e soltos.
O último emblemático caso desse desregramento legal foi a condenação do fazendeiro de Unaí/MG a 100 (cem) anos de prisão pelo assassinato de quatro auditores fiscais do trabalho, todos no exercício da função no momento do extermínio. Pasmem, embora julgado e condenado em júri popular, o meliante ganhou o direito de viver tranquilamente em liberdade, enquanto a sociedade perdeu, mais uma vez, e permanece encarcerada no amedronto da impunidade vigente no país da corrupção. Não há punições que sirvam de exemplo; não temos exemplos rotineiros de integridade na sociedade brasileira. Não temos referências para quais podemos acreditar em ascensão.
O desastre ambiental na região mineira é o retrato do Brasil, uma terra devastada, cujos problemas tentam ser escondidos a qualquer custo, por qualquer meio, enquanto o tempo passa e nada acontece, exceto o desespero das pessoas sérias, cada vez em menor número. Imagine, caro leitor, 55 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério continuam avançando rios e mar a dentro, e não ainda esclarecimento dessa barafunda. A proprietária da Barragem do Fundão informou que “em função da complexidade do acidente”, a expectativa é de que “os laudos conclusivos sejam possíveis dentro de seis meses a um ano”. Pizza à mineira à vista. Não vai dar em nada…
Até hoje, nenhum plano de recuperação da natureza sequer fora esboçado; além disso, o saldo estarrecedor dessa catástrofe pouco sensibiliza as autoridades públicas: 19 pessoas mortas, 1.469 hectares de matas ciliares devastadas, mais de 120 nascentes soterradas, 352 famílias desalojadas, mais de 800 pescadores e ribeirinhos sem trabalho e renda, um acervo cultural secular incalculável destruído para sempre. Ora, o que importa é a CPMF, o Corinthians na Libertadores e as Olimpíadas. A lama de Mariana seria pouca, então?
*Administrador – email: [email protected]
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Relaxe – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Descobriremos o segredo da serenidade quando vencermos o mau hábito de julgar as pessoas”. (J. Paul Schmitt)
Vamos elogiar em vez de julgar. Mesmo porque quando elogiamos dividimos as responsabilidades. Ou seja, quem elogia está com a responsabilidade de ser honesto; o elogiado tem a responsabilidade de merecer o elogio. Nunca faça um elogio que não seja honesto. E nunca se esqueça de que elogiar faz parte das relações humanas. Elogie sempre, mas com sinceridade. A dimensão do elogio não traz diferença. Não há quem não se sinta bem ao receber um elogio quando sabe que ele é sincero e honesto. Mas não faça do elogio um hábito, mas um comportamento de bom relacionamento, mesmo que a pessoa elogiada não tenha vínculo de amizade com você.
Quando vivemos em um nível de relaxamento mental, não há como não ser feliz. E quando somos maduros emocional e mentalmente, sabemos exatamente o que é ser feliz. E quando sabemos o que é ser feliz, somos felizes. Comece por levar esse papo a sério. Quando seu humor começar a se coçar, olhe firme pra ele. Não permita que ele tome conta de você. Procure ao seu redor o que há de agradável para você. E essa é a melhor maneira de fazer o mau humor se afastar. Não acredito que você acredite que o ser humano tenha sido feito de uma bola de barro. Com certeza Deus é muito mais poderoso do que se imagina, e não iria perder tempo fazendo uma escultura de argila e transformando-a num ser humano.
Somos muito mais superiores do que a inferioridade que colocaram em nossas cabeças inocentes. E já não somos mais tão inocentes assim. Já sabemos qual foi nossa origem, de onde viemos, para onde iremos, quando iremos e como iremos. E quando você descobrir todo o poder que você tem para ser o que deve ser, será. E você não precisa sair por aí procurando seu caminho. Ele está no seu desenvolvimento racional. Só quando sabemos o que somos é que somos. A cada dia estamos mudando do que somos para ser o que ainda não somos. Mas o mais importante é não deixarmos de ser o que somos. A diferença está em procurarmos ser, todos os dias, o que fomos ontem, acrescentando no que somos hoje, o que seremos amanhã.
Você nunca vai alcançar seu nível superior enquanto ficar preso ao ontem. Amanhã, hoje será ontem. E você não vai viver o amanhã, enquanto ficar preso ao hoje que já será ontem. Deu pra sacar? Ontem é passado. Procure viver o hoje com intensidade. Mas sem exageros. Não se esqueça de que estamos, porque chegamos, aqui sobre a Terra, há precisamente vinte e uma eternidades. Nossa volta ao nosso mundo depende de cada um de nós. Pense nisso.
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CRESCENDO OS OLHOS – Vera Sábio*
A maior forma de enganar as pessoas, é sempre as fornecer a ilusão de uma conquista fácil, sem esforços, rápida e desnecessária.Voltei das férias, cheia de novas ideias para escrever; porém também com maiores contas a pagar. E foi neste instante que o celular tocou com um número desconhecido, cujo código de área é 88.
Com palavras amáveis e informações sutis, um senhor se identificou como atendente da Vivo, onde dizia que eu acabara de ganhar um prémio de 20 mil reais da seleção premiada.Puxa! dinheiro fácil na hora certa de pagar as contas extras. Cresci os olhos…
Por ter os pés no chão, fui ouvindo o que ele dizia, esperando ele me dar o tal protocolo para que eu fosse até uma loja da Vivo receber meu prêmio.No entanto, ele queria que eu digitasse o protocolo em um caixa eletrônico. E então a razão falou mais alto e perguntei de onde ele falava, quando respondeu que era de São Paulo; pois não sabia que eu sabia que era do nordeste. Conclusão ele ficou mais chateado do que eu e disse que eu tinha sido desclassificada, desligando em seguida.
Por causa desta ligação, resolvi escrever sobre o quanto as pessoas que se consideram espertas são capazes de serem enganadas diante de uma conquista desnecessária.
Esperto é aquele que gasta o que pode, conseguindo com seu suor pagar. Aquele que acredita nos seus esforços pessoais e não passa a vida toda, iludido que a sorte acontece sem o preparo; sem a qualificação, sem o estudo, sem levantar cedo e trabalhar muito.
Devemos crescer os olhos em nós mesmos e não esperar fatos inexplicáveis oferecidos por gente inescrupulosas, as quais tem como metas viver de enganar pessoas desligadas do quanto as conquistas são difíceis e trabalhosas.
Faça deste novo ano uma oportunidade de mudanças para o reconhecimento de quem somos, do que queremos, de como vivemos e como devemos viver. Pois aquele que se deixa levar por pouco merece pouca coisa; aquele que não se conhece é enganado facilmente e aquele que somente conta com a sorte pode não conseguir nada de diferente neste ano; já que não estará plantando nada de diferente.
Assim passa ano e entra ano e mesmo ficando mais velho continua o mesmo desinteressante de antes.
Não deixe se enganar por promessas de políticos que com certeza neste ano farão e como em outros anos não cumprirão.
Cresça os olhos em você mesmo valorizando o que és e o que faz e assim conquistarás um futuro melhor.
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected]. 991687731
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ESPAÇO DO LEITOR
CONSIGNADOUm leitor, que pediu anonimato, denunciou que o Banco Pan está oferecendo cartão consignado, prometendo desconto na folha de pagamento. “Porém, não está sendo descontado e os usuários estão sendo prejudicados. Se fosse para pagar avulso, ninguém o faria. Nunca entram em contato com os usuários, o que faz com que a dívida cresça, prejudicando o pobre trabalhador”, relatou.
PCCR 1Sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações dos servidores do quadro geral do Governo do Estado, o internauta identificado como “Kiev Detonador” comentou: “Depois de 11 anos de espera, ganhando abaixo do salário mínimo, o governo não estaria fazendo nada de extraordinário aprovando o PCCR, e sim corrigindo uma injustiça. Mas aprovar com o veto onde um servidor de nível básico não tiver direito a 5% de adicional de qualificação se tiver concluído o nível médio é uma palhaçada, comparando com os engenheiros que receberam mais de 65% de aumento de 2005 para cá”.
PCCR 2Ainda sobre o PCCR do Quadro Geral, o internauta Diones Batista dos Santos afirmou: “Engraçado! É uma novela para assinar um PCCR toda vez que é para priorizar o servidor do Estado. E quem bota mais empecilhos são alguns servidores de outros poderes que ganham muito bem e não estão nem aí para os servidores que ganham mal um salário que possa dar uma vida digna para sua família”.
LICENCIAMENTOEm resposta à nota “Licenciamento”, publicada no Espaço do Leitor de sábado, a Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) explicou que o diretor do Departamento de Licenciamento e Gestão Ambiental encontra-se de licença, mas no setor há o diretor substituto, Eduardo Cabral. A Femarh ressaltou ainda que todas as atividades estão sendo mantidas normalmente, inclusive a emissão de licenças ambientais.