Ovo da serpente
Faça um passeio pelos canais de TV aberta, à tarde, ação esta que é chamada tecnicamente de zappear. Você irá perceber que, no canal do SBT, estará passando novelas mexicanas com seus dramas melosos recheados de paixões, traições e todos os ingredientes de um folhetim televiso, mas… – e isso tem de ser destacado – mas não tem nada que insinue pornografia, sexo ou algo que vá contra a família. Até os beijos por lá são comportados, sem close e sem nudez.
Ao chegar ao canal da Globo, também à tarde, já será possível ver novela com cenas erotizadas. E quanto mais avança o horário, mais as cenas vão passando de erotizadas a pornográficas. Rola de tudo nas novelas globais, de corneagem em família à nudez explícita, de transas à prostituição… E tudo em horário nobre, quando as crianças ainda estão acordadas.
Porém, pode-se dizer que os pais têm a responsabilidade e o dever de desligar a TV ou trocar de canal. Porém, esta não é a realidade brasileira. A maioria dos pais trabalha até tarde da noite, enquanto suas crianças ficam em casa sendo “cuidadas” por adolescentes ou mesmo sozinhas, o que significa dizer que estão livres para ver TV e absorver todo esse “ensinamento” que rouba sua inocência, a erotizam cedo e as fazem queimar etapas na formação do seu caráter.
É exatamente isso o que está ocorrendo no Brasil: estão roubando a inocência das crianças para que elas se tornem “adultas” em corpo de crianças, pois, desta forma, elas passarão a ser consumidoras cada vez mais cedo daquilo que a TV anuncia, fonte de seus lucros estratosféricos. O bombardeamento do erotismo e pornográfico tem a finalidade de destruir os laços familiares a partir do fim da inocência das crianças.
Também pode-se argumentar que a Globo nada mais faz do que passar aquilo que o povo quer ver. Não, isso não pode ser aceito. O que a Globo está fazendo é plantando o ovo da serpente, e isso vem acontecendo há tempos, quando as grandes obras foram substituídas paulatinamente e, agora, descaradamente, por essas novelas de roteiros repetidos de sexo, corneagem, pornografia, negação da família e da fé religiosa.
Não se trata de uma “teoria da conspiração”. Depois de dar uma zappeada na TV, vá um local público onde haja crianças circulando. Você verá que a maioria não se veste mais como crianças. Elas estão se tornando “adultas em miniaturas”, com meninas imitando as funkeiras e as periguetes das novelas televisivas.
Parece que há uma ordem suprema para que roteiristas explorem cada vez mais a degradação humana não mais como forma de fazer alerta e abrir discussão, mas de servir unicamente de exemplo a ser seguido para alimentar o fim da sociedade baseada em respeito, pudores, regras, inteligência e honestidade. Enfim, querem acabar com a família como célula de uma sociedade sadia, e assim servir a seus propósitos inconfessáveis.
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