Bom dia!O achismo anda correndo à solta em Roraima já faz muito tempo. Informações fundamentais para a compreensão da realidade roraimense, inclusive para a avaliação do cenário sócio-econômico, e mesmo para a definição e acompanhamento de políticas públicas, não estão disponíveis nos órgãos públicos. Por causa disso, ficou fácil a cada um, ou uma, dizer o que lhe vem à cabeça ou mesmo o que lhe for conveniente.
O desmonte das estruturas administrativas que produziam informações úteis para o conhecimento da realidade local começou ainda no governo de Ottomar Pinto. Á época, a Secretaria de Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes) realizava um precioso levantamento estatístico sobre a entrada e a saída de pessoas em Roraima, tanto no Posto Fiscal do Jundiá (BR-174 sul) quanto no Aeroporto de Boa Vista. Quando o fluxo migratório começou a definhar, o governador mandou suspender o levantamento. Desde então, estes dados, fundamentais para entender o futuro imediato do Estado, deixaram de existir.
Em seguida veio a desarticulação do sistema de estatística sobre produção agrícola que era feito todos os anos pela Secretaria de Agricultura em parceria com o IBGE. Era uma ferramenta indispensável para o fomento ao desenvolvimento local. Hoje, ninguém sabe sequer quantos produtores vivem no meio rural roraimense, o que plantam e quanto plantam. Cada um diz os números que lhes interessam. Não é sem razão que poucos acreditam que, na safra passada, foram plantados 25.000 ha de soja.
Quem tem esses números e de onde eles foram tirados? Aliás, quem se aventura a mostrar o tamanho da nossa produção de agricultura familiar? Ou, ainda, o quanto vai se plantar de soja nesta safra? Por favor: sem mentiras ou ufanismo barato.DE NOVOA coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, volta a citar o nome do senador Romero Jucá (PMDB) como envolvido em malfeitos no uso de dinheiro público. Agora foi um ex-servidor da Receita Federal que, citando um lobista, disse em depoimento à Polícia Federal que Jucá, junto com seu aliado Renan Calheiros (PMDB), foram beneficiários de uma propina que ultrapassou R$ 40 milhões. Até quando?CONTENÇÃOFoi só o Tribunal de Justiça anunciar medidas de contenção que a coisa virou moda. O segundo órgão a seguir o exemplo foi a Defensoria Pública, que decidiu utilizar a tesoura para podar seu Orçamento. Ontem foi a vez da governadora Suely Campos (PP), que anunciou um pacote de cortes especialmente nas despesas de custeio. E os demais órgãos?CONCURSONo começo de 2015, em entrevista à Rádio Folha, a promotora de Defesa da Educação, Érica Lima Gomes Michetti, disse que esperava que, no início do ano letivo de 2016, a Secretaria Estadual de Educação já tivesse realizado concurso para professores efetivos da rede estadual a fim de acabar com aquela história anual de contratação de professores em caráter precário. Com o decreto de governo suspendendo concursos públicos, não resta mais esperanças à promotora Érika Michetti. PAROXISMO 1Que devemos combater a prática do racismo ninguém é contra. Mas é preciso evitar os excessos e que a luta contra a discriminação seja usada para outros fins. Ontem de manhã, uma funcionária de um estabelecimento bancário saiu de seu posto de trabalho conduzida/escoltada pela Polícia Militar, na frente de toda a clientela. O cenário foi constrangedor e ofensivo a uma trabalhadora e mãe de família.PAROXISMO 2O “crime” de que foi acusada a trabalhadora bancária foi o de dizer a seu superior que a fotografia do documento de identidade de uma cliente “estava preta” e dificultava a identificação. Foi o suficiente para que a dona do documento ligasse para o telefone 190 da PM, se dizendo ofendida por racismo pela bancária. No plantão policial, o delegado, reconhecendo o absurdo, liberou a trabalhadora e deve mandar arquivar a queixa esdrúxula. Quem pagará pelo constrangimento a que submeteram aquela mãe de família?CÃESVez por outra, as pessoas reclamam do excesso de cães circulando pelas ruas e avenidas de Boa Vista e culpam o Centro de Zoonose da Prefeitura, que não recolhe esses animais que entre outras coisas podem morder gente e provocar acidentes. A coluna foi investigar o assunto e o que apuramos é surpreendente: por pressão de ambientalistas, a legislação não permite mais que cães e gatos sejam mantidos em cativeiro. A prefeitura pode, no máximo, recolher os animais machos, castrá-los e devolvê-los às ruas. É por isso que as famosas carrocinhas sumiram.VAI DEMORARApesar dos vetos da governadora Suely Campos (PP) às emendas dos parlamentares à Lei Orçamentária Anual (LOA) já terem sido publicados no Diário Oficial do Estado (DOE), ainda vai demorar um pouco até que eles sejam votados pelo Pleno da Assembleia Legislativa do Estado. É que a matéria precisa passar antes por análise da Comissão de Justiça e Redação, o que implica na indicação de um relator. Enquanto isso, bombeiros estão em ação na busca de uma saída negociada. E ela é possível.