Por amor à vida – Erasmo Sabino*As inúmeras manifestações furiosas das forças naturais, que cada vez mais se espalham por todos os cantos do mundo na forma de furacões, terremotos, tempestades, deslizamentos, matando milhares de pessoas, não ocorrem por acaso. São avisos, alertas e advertências que a humanidade recebe, mostrando que as agressões praticadas contra o meio ambiente, agredindo indiscriminada e irresponsavelmente o ar, a terra, a fauna, a flora e as águas não ficam sem respostas, muitas delas furiosas e destruidoras.
Cada sociedade é responsável pelos seus atos presentes, pois eles terão sérias consequências, boas ou ruins, no futuro que está por vir. Sem esse respeito, na verdade, nada restará para as futuras gerações e elas já não terão como viver num planeta em que os seres humanos, na busca de riquezas, por quaisquer meios e a qualquer custo, destroem seu bem mais sagrado, a vida.
Hoje tenho a satisfação de dizer que durante os mais de 35 anos em que atuo no mercado imobiliário o respeito à natureza e à vida sempre foi um conceito permanente, que adoto de forma imperativa quando planejo qualquer empreendimento. Assim foi com o Cidade Satélite, hoje considerado um dos bairros de Boa Vista com alto nível de qualidade de vida e que já caminha para a sua terceira fase.
Ao traçar os planos para a sua implantação, a primeira e maior preocupação, embora ele tenha ocupado uma área de lavrado, onde a vegetação rarefeita não sofreu grande impacto ambiental, foi de adotar todas as medidas necessárias para a preservação do seu entorno, às margens do rio Cauamé, no qual a natureza plantou um cenário de rara beleza.
Defender a natureza não pode ser apenas uma jogada publicitária, uma campanha de marketing. Não pode ser apenas um jeito de levar à população mensagens que agrupem um conjunto de interesses comerciais. Ou que transmitam conceitos muitas vezes ilusórios de respeito ao meio ambiente. Defender a natureza é evitar a ocupação ilegal e indiscriminada de áreas, destruindo o pouco que lhe resta de vida e transformá-las em depósitos de seres humanos.
Defender a natureza é agir diariamente em defesa das coisas mais simples, como evitar desperdícios, dar destino correto ao lixo, aos esgotos e tudo que possa de alguma forma, direta ou indiretamente, agredir a fauna, a flora, as águas e o ar.
Defender a natureza não é dizer que vai fazer, mas fazer. Adotar ações concretas que resultem em benefícios permanentes que protejam todo um patrimônio natural que possa ser legados às futuras gerações.
*Empresário———————————–
A grande mentira – Jaime Brasil Filho*Quando criança via a minha mãe, profissional da educação dedicada que sempre foi, revoltar-se com os maus agouros que Delfim Netto, eterno ministro da ditadura militar, trazia todas as vezes que aparecia na televisão. Delfin Neto sempre foi considerado um gênio pela direita. A consequência dessa genialidade foi a deterioração dos salários, o aumento dos preços, o aprofundamento da desigualdade, o aumento da dívida pública etc. Quem já tinha consciência no final dos anos 1970, e início dos 80, sabe do que eu estou falando.
Não posso deixar de me surpreender ao ver, eu já com meus 44 anos, o mesmo Delfim falar sobre economia em horário nobre, no Jornal Nacional, no dia 28 passado. Delfim defendeu exatamente o que ele defendia quando eu era criança. Tudo o que por ele foi proposto tem por consequência a deterioração dos direitos dos trabalhadores e mais sofrimento para o povo.
Ao fim e ao cabo nada mudou. A imprensa reproduz opiniões que apenas sustentam o status quo, o imobilismo social. Os comunicadores se valem de uma linguagem dissimulada para convencer a opinião pública de que as coisas são assim mesmo. A mídia trata uma específica forma de se lidar com a economia como se essa fosse a única existente e possível.
Nessa mesma noite, no mesmo programa jornalístico, fiquei estarrecido com o pronunciamento do representante do Bradesco no chamado “Conselhão”, que é uma espécie de ajuntamento de “notáveis” para sugerir caminhos para o governo na área da economia, ou coisa que o valha.
Pois bem, vi um senhor representando o tal banco dizendo que todos estamos perdendo com a recessão. A frase dele é lapidar: “Na recessão, todos somos perdedores”. Ele disse isso justamente do dia em que toda a imprensa noticiava o lucro líquido recorde do Bradesco, o segundo maior faturamento líquido da história dos bancos no Brasil. Foi um lucro de nada menos 17 bilhões de reais. Quer dizer que o Bradesco é perdedor? Ora, faça-me o favor…
Dessa forma vemos os conservadores, a direita, se articulando para tirar o Brasil da crise econômica que vivemos. E, como eles estão fazendo isso? Com a velha fórmula: “ordem para o povo e progresso para a burguesia”.
Só se fala em ajuste, arrocho, austeridade. Mas, para quem? Para todos?
É incrível como tudo, absolutamente tudo, está construído para garantir os ganhos dos especuladores e banqueiros. A própria LRF, Lei de Responsabilidade Fiscal, traz limites para todos os gastos, menos para pagar os juros e valores a banqueiros e especuladores. Justamente porque essa Lei foi inventada para que sobre mais dinheiro para os exploradores de vidas e almas.
Todas as medidas que Dilma tomou até agora, neste segundo mandato, foram no sentido de roubar os direitos dos trabalhadores para dar mais dinheiro para os agiotas internacionais e nacionais.
Os bancos e, de resto, todo o sistema financeiro dentro da lógica do capitalismo liberal, deveriam servir apenas para garantir a circulação de capital para fins de financiamentos voltados para a produção. Mas, não. Os bancos se tornaram um fim em si mesmos, e o dinheiro que deveria ser a representação da mercadoria ou do trabalho realizado, tornou-se ele mesmo, o dinheiro, a própria mercadoria, o próprio fetiche. Assim, a maior parte do dinheiro circulante não se presta à produção, apenas mantém seu lastro, seu valor real, alimentando-se dos impostos, tarifas e taxas pagos pelos trabalhadores. E é para isso, e não para outra coisa que se fala tanto em “ajuste fiscal”, ou seja, para aumentar o pagamento dos juros aos banqueiros.
A imprensa vive repetindo que as contas do governo não fecham. Mas ela mente, deixa a entender que é a aposentadoria miserável paga a milhões de brasileiros que desfalca o tesouro, insinua que o reajuste anual do salário mínimo atrapalha. Tudo mentira. As contas do tesouro não fecham porque há uma “dívida” imoral e impagável, uma sangria implacável e desmesurada que exige cada vez mais recursos públicos. As contas não fecham porque os banqueiros e especuladores sempre querem mais e mais.
Como exemplo posso citar que em 2014 o Brasil gastou com a amortização da dívida pública 45% do orçamento. Isso mesmo, quase a metade do orçamento que deveria ir para a educação, saúde, sistema de Justiça e segurança, foram parar nas mãos de parasitas do suor do povo. No mesmo ano a saúde consumiu meros 3,98% do orçamento, a educação 3,73% e a previdência 21,76%.
Está aí provado. Não é a previdência que atrapalha as contas do governo, não. Não é por falta de dinheiro que a saúde vai mal, e não faltam recursos para investir na educação. O nosso problema é bem outro.
Livrarmo-nos das garras das aves de rapina que consomem a riqueza produzida pelo povo brasileiro é tarefa do próprio povo, e começa com o desmascaramento do discurso oficial replicado pela mídia, e que tenta convencer o povo de que ele é responsável pelo seu próprio sofrimento.
Já basta. Que vença a verdade!
*Defensor Público————————————Os enjoados – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Os negativos sentem-se como as pessoas na sua primeira viagem de navio: ficam enjoadas o tempo todo”. Às vezes você sai por aí chutando pedrinhas, latinhas e tudo o que aparecer na sua frente, à altura do bico do sapato. Não tem tempo, nem mesmo de pensar no que está deixando-o casmurro. Nem sempre somos capazes de entender o que está acontecendo. E nada mais gratificante do que encontrar uma pessoa bem-humorada pelo caminho. Chato é quando encontramos algum chato que pensa que é bem-humorado. Mas quando nosso problema está em nós mesmos, tiramos de letra qualquer chatice. E nossa chatice, que vem incomodando desde que nos levantamos da cama? Que fazer pra que ela não contamine as outras pessoas? Simples pra dedéu. É só você se sentir capaz de absorver, entendendo o recado do bom humor. Ele contagia e cura. Nada mais gratificante do que um sorriso sincero vindo de uma pessoa bem-humorada. E nada mais chato do que uma pessoa mal-humorada. Mesmo quando o mal humor não é mais do que enjoo.
Nada me deixa mais atônito do que uma mulher bonita, bicuda pelo enjoo. Às vezes sinto vontade de tentar cortar o mal-humor, mas tenho medo de uma bicada. Sou muito sinsível. Há uma série de porquês que fazem com que as mulheres sejam mais sensíveis ao enjoo. Talvez porque elas sejam menos chatas do que os homens. Não sei por que Deus teve que fazer o homem antes da mulher. Mas, mesmo não sabendo, adoro isso. Acho que Ele resolveu criar a mulher, depois que descobriu o erro que cometeu esculpindo o homem. Até as formas Ele aprimorou na mulher.
Os homens dão menos importância a esses dados, do que as mulheres. E é exatamente por isso que elas são mais suportáveis mesmo quando estão enjoadas. Mas há um aspecto nesse enjoo coletivo, que deve ser levado em consideração. E que atinge tanto os homens quanto as mulheres: é o negativismo. Nada mais contagiante e mais desagradável do que uma pessoa negativa, independentemente do seu sexo. Quando as suportamos, apenas suportamos. E nada mais agradável do que saber que o negativismo pode ser evitado. Todos somos capazes de curar nossos sentimentos quando eles têm características de doença. Mesmo porque somos capazes até de curar nossas doenças. E o otmismo é um dos remédios mais eficazes nesse combate.
Quando acordar não deixe o humor debaixo do travesseiro. Se deixar, o mal-humor toma conta de você. E é aí que você dança, com os outros, a valsa do mal-viver. Procure o motivo do enjoo. E o mais sensato é não ficar botando a culpa em nada nem em ninguém. Pense nisso.
*Articulista [email protected]————————————
ESPAÇO DO LEITORABANDONOO leitor Gustavo Pereira enviou a seguinte reclamação: “Está cada dia mais perigoso realizar caminhada próximo à Praça José Renato Hadad, que fica localizada na Avenida Ene Garcez, em razão do mato que toma conta do local, servindo como criadouro de mosquitos, já que no local existe bastante lixo. É uma pena deixar um local de lazer que já recebeu centenas de pessoas neste abandono, sem receber nenhum cuidado, danificando ainda mais os equipamentos. É pratica das gestões que iniciam seus mandatos abandonarem espaços públicos sob a desculpa de adequações na estrutura”.SALÁRIOFuncionários da Passos Ravedutte, terceirizada do governo que atua nas unidades hospitalares, relataram que estão buscando, de forma amigável, um entendimento com a direção da empresa para que seja pago o salário atrasado juntamente com a segunda parcela do décimo terceiro do ano passado. “Na próxima semana, alguns servidores já comentaram que irão faltar por não terem como se deslocar até a empresa”, relatou um funcionário que pediu anonimato.PROTESTO“Em menos de 24 horas, este é o segundo protesto que os moradores bloqueiam a rua de acesso aos bairros em razão da falta de recuperação das vias, após obras realizadas em que o asfalto é retirado e a nova pavimentação demora a ser concluída. Gripe, resfriado e outros problemas respiratórios são algumas das doenças que atacam crianças e idosos pela quantidade de poeira que se forma no interior das residências. Minha mãe já foi encaminhada duas vezes a uma unidade hospitalar para fazer inalação por conta desta poeira excessiva”, comentou a leitora Núbia Barros.DENGUESobre a matéria “Imóveis fechados dificultam o combate”, o internauta Gerson Rocha escreveu: “Não adianta existir uma mobilização se a maioria dos criadouros do mosquito se encontra exatamente nestes terrenos em que os proprietários apenas cercam o local e deixam acumular por vários anos mato e sujeira. Na Rua Cerejo Cruz, por exemplo, existe um destes locais que, apesar de estar murado na parte externa, é imensa a quantidade de lixo. Fica como sugestão a aplicação de multa pelo município a quem insistir em deixar estes locais abandonados”.