Opinião

Opiniao 02 02 2016 1999

Cristianismo é libertador – Marlene de Andrade*

Cristianismo não é religião, e sim um relacionamento com Deus, o qual não é um conjunto de crendices como medo de gato preto, ou não passar debaixo de escada para não dar azar, ou ainda crer que espada de são Jorge tira “mal olhado”.

Cristianismo também nada tem a ver com o costume de usar figa, dente de alho, dente de porco, espada de São Jorge, imagem de Buda, elefante, imagens de “santos”, ou fitinha no pulso para proteger, ou tirar o “mal olhado”. Nada disso protege, a não ser Deus, até porque ninguém tem poder de com seus olhos prejudicar quem quer que seja, portanto não existe mal olhado. Como crer que os olhos das pessoas podem fazer mal a alguém? Tal crendice é meninice e superstição.

E tem mais: como e que a coisa criada por Deus, por exemplo, um dente de alho, pode de nos proteger? Poder só Deus o tem. Além do mais, o ser humano só prejudica alguém, digamos a título de exemplo, com sua língua. E Tiago nos mostra isso em sua carta quando afirma o seguinte: “… a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade….” (Tiago 3:6).

Uma pessoa também pode prejudicar alguém através de seus atos de violência e contra essas coisas temos é que contar com a misericórdia de Deus. Tudo isso é crendice muito característica do sincretismo religioso, ou seja, da absorção de várias crenças que foram se infiltrando dentro dos redutos religiosos na tentativa de adaptar o Cristianismo as religiões pagãs. Para quê? Tentar agradar gregos e troianos e também na tentativa de que as religiões se espalhassem mais rapidamente. E não é só isso, o sincretismo tem muito a ver também com a ignorância que grande parte das pessoas possuem em relação a Deus, pois muitas delas, por não terem intimidade com o Senhor, O trocam por essas bizarrices.

Nas religiões há um medo de tudo e nelas não se pode, por exemplo, chamar uma criança de moleque ou de danada porque isso vai ser revertido em maldição. Claro que não podemos humilhar quem quer que seja com nossas palavras, pois elas não agradam a Deus, contudo, o próprio povo vai dando uma interpretação diferente ao sentido anterior da palavra, e assim sua conotação semântica é substituída por um sentido totalmente diferente. Chamar hoje uma criança de danada não quer dizer que ela, como nos ensina os dicionários, é alguém com direito ao inferno, e sim muito inteligente.

E pensar que eu também já me influenciei com essas besteiras todas me constrange muito. Ainda bem que Deus abriu meus olhos e eu pude perceber que de fato Cristianismo não é religião, e sim um envolvimento de amor, entre a gente e Deus, por meio de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, e não uma “mistureba” de superstições e crendices populares.

“Rejeite as fábulas profanas e tolas e exercite-se na piedade.” (1ª Timóteo 4:7)

*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMThttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47Tel.36243445

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O Peixe Sumiu – Fábio Almeida*

Roraima possui pouco mais de 6 mil pescadores registrados e, destes, cerca de 2.800 encontram-se em Caracaraí, tornando-se desta forma uma das principais atividades econômicas daquele município. Em visita àquele município, pude conversar com o senhor Georgino Ribeiro, presidente do Sindicato de Pescadores da localidade, onde a angustia só aumenta, segundo ele.

O principal pólo pesqueiro de Roraima enfrenta anualmente um problema sério em virtude da inércia dos poderes constituídos. Enquanto estamos no período da Piracema, em Roraima, os pescadores industriais do Amazonas encontram-se liberados para pescar, pois o regime das águas e do pescado são diferente. Não seria problema se tivéssemos um posto de controle na foz do Rio Branco para impedir a entrada destes pescadores amazonenses e a captura de nossos peixes em período de Piracema. Esta situação prejudica e muito a recomposição do pescado regional.

Outros dois fatores também interferem diretamente na profissão destas pessoas: primeiro, o desenvolvimento da indústria do turismo que impõe a proibição aos pescadores de adentrarem em rios e igarapés para tirarem seu sustento, descumprindo o acordo de pesca firmado na década passada; segundo, o regime de chuvas em Roraima, que impõe condições ambientais desfavoráveis à circulação do pescado na Piracema, diminuindo a cada ano a quantidade de peixe.

Estas três situações, recorrentes no cotidiano destas pessoas, não sensibilizam o poder público local, muito menos a classe política. As vendas que impedem a visualização da vulnerabilidade social destes trabalhadores demonstram o completo afastamento da esfera pública de uma real política de preservação de nosso ecossistema e de geração de renda e emprego.

A situação ficou muito mais difícil com a seca que vivemos em Roraima desde o mês de novembro de 2015. Com as poucas chuvas ocorridas no aludido ano, o peixe sumiu. Os trabalhadores enfrentam uma dificuldade enorme para constituir sua renda mensal. Para piorar, o Governo Federal, sob a batuta do Conselho Nacional de Agricultura (CNA), que administra o Ministério da Agricultura, suspendeu o pagamento do auxílio pago ao pescador cadastrado, na época da Piracema, ou seja, a única renda que o trabalhador teria no primeiro semestre de 2016 sumiu.

A situação é grave. Os problemas sociais, econômicos e familiares já começam a eclodir e causar transtornos. Sintomas diretos de um povo trabalhador que não consegue auferir o mínimo de renda para suportar as necessidades básicas de suas famílias.

Lembremos que, ao começar as chuvas em Roraima, no mês de maio, os pescadores com a suspensão do Seguro Defeso estarão no Rio Branco e seus afluentes pescando o peixe que subirá para desovar, impondo desta forma a lógica da frase: o Peixe Sumiu. Bom dia

*Historiador e Servidor Público Federal

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O feio no bonito – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Jamais se deve confundir uma cidade com o discurso que a descreve. Contudo existe uma ligação entre eles”. (Ítalo Calvino)

Você já sabe que sempre me perco dentro de um supermercado. Fico ziguezagueando que nem um tonto. E tive que fazer umas compras, ontem, pela manhã. E quando passei pela calçado do Fórum João Mendes, lembrei-me da frase do Ítalo Calvino. Porque adoro esta cidade. E sempre me revolto quando vejo a degradação em que se encontram suas calçadas, praças e ruas. Um retrato fiel e nauseabundo da incompetência administrativa no Estado. A caminho do mercado, entrei numa agência bancária, ali no Fórum. E não entendi, nem entendo como uma cidade como São Paulo pode ser tão desprezada e maltratada na sua limpeza pública. Repito: uma demonstração vergonhosa do estado vergonhoso em que se encontra nossa política pública. Mas o que mais me envergonha é saber, ver e sentir, que o mau exemplo caminha por todas as grandes e pequenas cidades do país.

Mas de uma coisa devemos ter certeza: “nem tudo está perdido quando resta uma esperança”. Em Chapeuzinho Vermelho já lemos e ouvimos isso. Só que não aprendemos. Mas vamos em frente. Ontem à tarde fomos, a dona Salete, o Alexandre e eu, dar uma caminhada pela Praça da Liberdade, olhando, admirando e quase comprando alguma lembrança na feira japonesa. Um ambiente que sempre me chamou a atenção, há décadas. Um local onde aprendemos muito, desde que saibamos observar o bonito no feio. As diferenças entre o que devemos viver, sem nos aborrecermos com o que não devemos viver. Quando sabemos ver o lado bom da vida ela nunca é ruim. Então não vamos perder tempo com a desordem, quando a ordem é viver a vida com racionalidade. O universo é infinito, e nós também. A vida que vivemos é apenas parte da vida que vamos viver. O que no sindica que para se viver melhor é preciso ser o melhor. E só somos melhor quando melhoramos. E só melhoramos quando nos conscientizamos de que somos o que pensamos, mas nem sempre somos o que pensamos que somos.

Nunca baixe sua cabeça, mas nunca a erga pela empáfia. Nunca se esqueça de que somos iguais nas diferenças. E é neste dito que está a chave para abrir a porta da racionalidade. Onde não há preconceitos, racimos nem inferioridade. E isso só será possível quando entendermos o que somos em cada um de nós; fazendo sua parte como ela deve ser feita. Aí vêm as eleições. E ainda não temos a liberdade que queremos e merecemos no voto facultativo. Sem o qual não seremos livres nem democratas. Continuaremos na ignorância e de cabeça baixa diante dos que nos dominam. Pense nisso.

*[email protected] 99121-1460

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ESPAÇO DO LEITOR 

DESCASOMoradores do Município de Pacaraima relataram que os caixas eletrônicos do Banco do Brasil nos fins de semana não estão funcionando para saque e cobram uma solução para o problema, principalmente nesta época em que o município recebe centena de turistas com destino a Venezuela. “Já se tornou insuportável esta situação que enfrentamos todos os fins de semana. Às vezes, na quinta-feira à noite, já não tem mais cédulas em nenhum dos quatros terminais. Quando eles abastecem, colocam pouco dinheiro e não demora nem três horas e os caixas ficam somente disponíveis para consulta. É um descaso com os moradores”, relatou um servidor público que pediu anonimato.

VIGILÂNCIAAcadêmicos da Universidade Federal de Roraima (UFRR) enviaram a seguinte reclamação: “Gostaríamos de saber quando ocorrerá a manifestação da Vigilância Sanitária Municipal para fiscalizar como são preparadas as refeições que são servidas no Restaurante Universitário. Na semana passada, vários alunos deram entrada no HGR com uma grave infecção intestinal e outros relataram que a comida não estava com um aspecto saudável. Precisamos do parecer de um órgão responsável para atestar se realmente a comida que consumimos está dentro dos padrões de higiene e qualidade”, relatou uma acadêmica que optou pelo anonimato.

FUMACÊA leitora Ivanilde Sobrinho (nilde.consultora40@gmailcom) comentou: “O bairro Caranã está infestado de carapanã e há tempos que venho percebendo que os carros fumacê não rodam com frequência pelas ruas de nossa Capital. Em um período em que estamos em alerta contra a dengue, é necessário redobrar os esforços e impedir a proliferação desta doença. Nós estamos fazendo a nossa parte, eliminando os focos e limpando nosso quintal, mesmo assim é grande a quantidade de carapanãs nas residências aqui do bairro”.

TRÂNSITO“São várias as imprudências que têm ocorrido na Avenida Major Williams no cruzamento com a Avenida General Penha Brasil, onde existe uma placa alertando ser proibido o retorno de veículos. Ontem pela manhã um carro em alta velocidade fez esta conversão proibida e quase causa um atropelamento de uma senhora. Vi que no local existem várias câmeras apontando para a avenida, agora resta saber se estão operantes”, relatou o internauta Marcos Melo.