Opinião

Opiniao 19 02 2016 2059

Nossa excelência, o mosquito! – Ruy Chaves*

Os padrões alimentares dos mosquitos brasileiros começaram a mudar com a chegada dos portugueses em 1500. O sangue novo trouxe grande excitação às sanguessugas aéreas, especialmente por seu gosto estranho, de início não identificado, com excesso de sal, mas totalmente diferente do gosto forte de mandioca das vítimas de muitos séculos, os que foram chamados de índios porque Cabral achou que tinha chegado à Terra de Vera Cruz, nas Índias. Lamentavelmente, os estoques de bacalhau e de vinho logo acabaram, os portugueses caíram na mandioca, todos os sangues voltaram ao mesmo gosto e os mosquitos se sentiam comendo ração. Putz!

Com a chegada da família real, a mosquitada foi ao delírio. Afinal, além do cardápio farto garantido por população de origens e tipos sanguíneos variados como índios, escravos, portugueses e muitos estrangeiros, além dos nascidos nas terras do Brasil, mulatos, cafuzos, caboclos e mamelucos, nossos mosquitos passaram a beber o sangue azul dos reis e das rainhas, dos príncipes e das princesas, da nobreza com suas perucas, sedas e brocados, gente de pele branquinha, gordinha, que delícia! Os mosquitos viviam o paraíso das muitas cidades brasileiras com esgoto correndo a céu aberto, ruas imundas perfumadas pela urina dos nobres senhores, pântanos e alagadiços por toda parte reproduzindo a cada dia legiões de novos mosquitos com sede absurda se incorporando ao banquete.

Em 1903, ganhamos a guerra contra os mosquitos no Rio, uma das cidades mais sujas do mundo à época, com gestão competente, séria e ousada de Osvaldo Cruz, que chegou a ser considerado inimigo do povo nos jornais e parlamentos, superando a revolta das vacinas. Mas 516 anos após a chegada de Cabral, os mosquitos se sofisticaram, baixaram a produção de febre amarela e de malária e sua obra-prima, o aedes aegypti, passou a nos dominar com seu alto nível de profissionalização impondo-nos a vergonha e as tragédias da dengue, da chikungunya e da microcefalia.

Piada infeliz, querem acabar com os mosquitos por decreto, por apelos nas mídias, mas verdade é que se estamos sendo derrotados por mosquitos, estamos preparados para ganhar qual guerra? Estamos perdendo todas as guerras, perdidos entre a corrupção e a recessão, entre a inflação e o desemprego, mas nossos mosquitos são muito famosos, inclusive objeto de discursos de presidentes de países de primeiro mundo e de conferências da ONU que recomendam: não viajem para o Brasil!

Ok, não viajarei para o Brasil, mas sou brasileiro e vivo no Brasil: o que faço para proteger minha família e a sociedade? Não sou criador de mosquitos, procuro e combato possíveis águas de parto e uso repelentes e raquetes eletrocutadoras que estalam frequentemente ao garantir mais um mosquito brasileiro privado de picar e de beber nosso sangue e de nos transmitir doenças, além de ameaçar o mundo. Você, o que faz? Cria mosquitos? Continuaremos o país derrotado por Nossa Excelência, o Aedes? O comediante de saudosa memória diria: Fala sério! Panta rei.

*Professor e diretor da Estácio

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A vida é uma jornada maravilhosa – Flávio Melo Ribeiro*

A vida é uma jornada maravilhosa, permite sonhos e aventuras; possibilita tecer relações; amar, sofrer, aprender e ensinar. Mas é uma guerra que não se sai vivo, um dia você vai perder essa batalha, mas não vai ser hoje. Hoje é dia de luta e vitórias! Momento de arregaçar as mangas e construir algo significativo, talvez alguma coisa grandiosa que você ainda não se permitiu fazer. Hora de ser o arquiteto da sua própria vida, levando em consideração todo o projeto e não esquecendo de comemorar cada pequena vitória, pois é nesse processo que se reconhece o quanto é capaz de realizar seus sonhos.

A vida só tem sentido quando se idealiza projetos com o coração, desenvolve-os com a imaginação e inicia a construção do mesmo com as parcerias certas. Não se constrói nada significativo sozinho, o segredo está na montagem da equipe tecendo habilidades, inteligência, criatividade e empenho; então o projeto começa a tomar forma e as exigências solicitam novas ações. Dessa forma a vida flui a favor, pois o segredo do sucesso está em criar, dedicar-se em visualizar o cenário futuro para então organizar a equipe e fazer. As ações são cirúrgicas e os resultados são maiores.

Os projetos vitoriosos vão para frente porque nascem no coração, quer dizer, levam em consideração os outros, suas necessidades, seus problemas e de alguma forma ameniza ou resolve suas dores. Também são lucrativos porque as pessoas se veem atendidas, consequentemente divulgam e a abundância circula por toda sua vida.

Hoje é dia de se perceber forte e capaz de iniciar o que sempre desejou e deixou de lado, um dia para esquecer a preguiça e focar no que é importante. As construções mais espetaculares também foram as que deram mais trabalho, que exigiram mais empenho; então não fuja das dificuldades. Encare as adversidades como algo que precisa ser enfrentado, ou faça como a água, desvie dos obstáculos e segue adiante, mas não desista dos seus sonhos. Nesse processo não se esqueça das pessoas, nem todas terão o mesmo empenho que você, então acolha os fracos; mas conviva com os fortes, estes lhe desafiarão e ensinarão.

Hoje é dia de viver! Viva e se emocione!

*PsicólogoCRP12/00449

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Liberte-se dos dogmas – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Hoje não se admite, racionalmente, que alguém viva sob o domínio escravizante de qualquer dogma ou ideia imposta”. (Waldo Vieira)

Libertar-se de si mesmo é muito difícil. Mas mais difícil é libertar-se do domínio imposto pelas outras pessoas. Vivemos, durante eternidades, sob o domínio dos dogmas impostos. Por mais liberais que nos consideremos, vivemos a vida toda sob orientações, muitas vezes, de quem não tem nem mesmo condições de se orientar. Toda dificuldade que encontramos para vencer, está na dificuldade que temos em acreditar em nós mesmos. Acreditamos e confiamos mais no que o pastor ou o padre nos diz, do que no que realmente pensamos sobre o que queremos. Ainda não fomos capazes de acreditar em nossa origem. Ainda não sabemos de onde viemos nem para onde iremos já que teremos que voltar. Ainda não acreditamos que somos capazes de dirigir nossas próprias vidas. Ainda não acreditamos que são os esforços da vida que nos aprimoram e que nos faz crescer espiritualmente.

Viva cada momento de sua vida como um aprimoramento racional. E é por isso que você deve viver a vida com racionalidade e inteligência. Fazendo o que deve fazer como deve ser feito. E tudo que fazemos na vida deve ser feito com amor, dedicação e entusiasmo. Mas não confunda entusiasmo com euforia. Confie e acredite em você mesmo, e viva cada momento como um processo de crescimento. Nunca se julgue inferior. Nunca peça, apenas diga o que quer. Nunca baixe sua cabeça nem fique olhando para os bicos dos sapatos. Levante sempre a cabeça seja qual for tropeço. Bob Marley já disse que “A vida está para quem topa qualquer parada, e não para quem para em qualquer topada”. Nunca se entregue. Lembre-se sempre do valor que você tem como um ser de origem racional. Porque você veio do Universo Racional, e é para lá que você voltará.

Estar de bem com a vida é decisão de cada um. Quando nos deixamos vencer pelos trancos permanecemos trancados na ignorância irracional. É quando necessitamos de orientações. Quando sabemos o que e quem somos, não precisamos que nos dirijam nem nos digam o que devemos fazer ou não fazer. Mesmo porque até mesmo quando erramos devemos aprender com o erro. E quando aprendemos com ele não temos porque detestá-lo. Emerson também nos ensinou que quando erramos não erramos, aprendemos como não fazer o que fizemos. Reflita um pouco sobre isso e veja como você não precisa que ninguém dirija sua vida. Só você, e mais ninguém, é capaz de fazer você se sentir feliz ou infeliz. Logo, ninguém é superior a você, se você se respeitar realmente. Pense nisso.

*[email protected] 99121-1460

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ESPAÇO DO LEITOR

ESCURIDÃOO leitor Jean Derson ([email protected]) enviou a seguinte reclamação: “O poste que ilumina a rotatória principal da avenida Carlos Pereira de Melo está sem iluminação desde o dia 01/02/2016. Em contato com o 156, informaram que o problema já tinha sido solucionado pela secretaria responsável, mas nunca veio ninguém e a movimentada rotatória continua às escuras, trazendo perigo para quem transita à noite por lá. Estudantes, pessoas que fazem caminhada, clientes do shopping e turistas que vêm da Venezuela enfrentam este problema da escuridão”.

LEIServidor público que pediu anonimato comentou sobre o não cumprimento da Emenda Constitucional 036 aprovada pela Assembleia Legislativa de Roraima em novembro de 2014, mas não está sendo cumprida pelo poder Executivo: “O Legislativo estadual aprovou esta importante emenda à Constituição do Estado de Roraima que beneficia as pessoas que possuem familiares portadores de algum tipo de deficiência na redução de 50% da carga horária de trabalho, sem prejuízos à sua remuneração integral. Ocorre que estou tentando obter este benefício, já que meu filho é portador de necessidades especiais, mas sempre quando vou requerer junto ao setor de recursos humanos, é negado. A quem posso apelar agora?”.

SALÁRIOSServidores e alunos bolsistas da Universidade Federal de Roraima (UFRR) denunciaram que estão com os salários atrasados há dois meses. “O pagamento, que antes era creditado até o dia 10 de cada mês, não está sendo cumprido. A desculpa dada pela Reitoria é que não está sendo feito o repasse devido dos valores. Acontece que verificamos, no Portal da Transparência, que os valores estão sendo honrados. Então, o erro deve estar ocorrendo em algum setor da universidade. Com isso, ficamos impedidos de honrar nossos compromissos e não temos mais uma data fixa de crédito dos salários e bolsas”, relatou um servidor que preferiu não se identificar.