Opinião

Opiniao 20 02 2016 2062

Imóveis, sempre um bom negócio – Erasmo Sabino*

A longa experiência que trago destes mais de 35 nos de atuação no mercado imobiliário de Roraima me dá uma visão ampla da realidade. Por isso, sempre trabalho com a hipótese de que o momento sempre será bom para o comprador, com uma multiplicidade de ofertas, ou para o vendedor, se houver novos empreendimentos no mercado.

É certo que a crise econômica ainda se manterá por mais algum tempo e, aparentemente, deve fazer afetar o mercado imobiliário. O que, para Roraima, não é um regra válida, pois alimentados pela baixa oferta e alta demanda, o mercado local sempre reserva supressas para todos.

No entanto, o que acontece no restante do Brasil não deixa de respingar por aqui. As consequências podem ser boas se os poderes da República solucionarem o atual impasse político e, a partir daí, dar novo um rumo para o País. Ou ruins sem a recuperação das atividades econômicas, pois esse é o norte necessário para que os brasileiros voltem a confiar nos governantes.

Não é possível saber, ao menos por ora, quando a crise política se encerrará. Todavia, se isso ocorrer até o meio do ano, o mercado imobiliário deve soltar rojões e estourar o champanhe a partir do segundo semestre. É o tempo necessário para que os empreendimentos que estão em curso em Boa Vista passem a ter a procura que se espera, com maior facilidade de crédito para quem quer investir em uma commodity segura e lucrativa como ainda é o lote de terra.

Aprendi nesta profissão que o mercado imobiliário depende de dois fatores principais para crescer. O primeiro é a confiança do comprador sobre o futuro da economia, fator crucial para que ele se sinta confortável em investir. A família precisa acreditar que não será necessário mexer na sua popança, pois com a economia na linha e o mercado atravessando um período positivo, o crédito estará ao alcance de todas as rendas.

O segundo fator é a confiança de que a renda não vai cair, já que para comprometer entre 25% e 30% do orçamento com o financiamento, por um prazo longo, o comprador precisa ter confiança de que sua fonte de renda se manterá intacta. Se esses fatores não estiverem presentes, a demanda não se anula, mas se reprime.

Assim, diante da expectativa de que surgirão boas ofertas em 2016, o ano poderá ser uma boa oportunidade para comprar imóvel. Seja um lote em um empreendimento confiável, com todas as condições para a construção imediata da casa própria; sejam vários deles como um investimento capaz de garantir um bom patrimônio para as gerações seguintes.

*Empresário

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Revolucionar para sobreviver – Jaime Brasil Filho*

Tempos estranhos estes em que vivemos.

Nele, uma falsa esquerda toma todas as providências que a direita tomaria. Rouba descaradamente, e a toque de caixa, os direitos trabalhistas e previdenciários do povo e canaliza o dinheiro dos impostos para aumentar a renda dos bilionários.

A antiga esquerda se tornou, há tempos, administradora dos interesses dos capitalistas.

Temos uma direita iletrada e truculenta, que grita por liberdade pedindo ditadura. Quem entende? Defende a intolerância como instrumento de ordem e acredita que a meritocracia é possível quando os filhos da Casa Grande têm que competir com os da Senzala. E, ainda, são contra quaisquer mecanismos que possibilitem diminuir a diferença entre os dois.

Neste mundo, e neste tempo, os desenvolvimentistas de plantão defendem o “Estado mínimo”, mas adoram financiamentos e contratos públicos. Defendem o livre mercado, mas cartelizam os seus preços. Dizem que o que deve prevalecer é a competição, mas se valem de articulações e favores de políticos e autoridades para que seus negócios superem os dos demais.

Vivemos em um tempo em que muitos reacionários falam mal do Brasil e do povo brasileiro, mas eles são os primeiros a buscar a perpetuação da desigualdade e da injustiça.

Criticam veementemente a falta de ética, vão às ruas a protestar contra a corrupção nacional, mas são eles próprios os corruptos locais.

Que lugar é este em que a corrupção pulula e viceja, este lugar que é recheado de dinheiro federal, mas onde a culpa pelo atraso e descaso recai sobre ambientalistas e indigenistas? Justo o meio-ambiente e os índios, uns e outros, que são justamente as grandes vítimas dos enriquecidos pelas negociatas em Roraima.

Depois de mais de 500 anos em que a Europa saqueou e saqueia, humilhou e humilha, matou e mata milhões de pessoas, centenas de povos, dezenas de países, os europeus se assustam com a chegada em suas terras de refugiados e degredados das próprias torpezas que o chamado “mundo ocidental” deixou de legado ao restante da humanidade.

Como dizer aos nossos filhos pequenos que quem deveria tratar a água joga esgoto nela?

Como dizer a eles que rios inteiros são destruídos porque alguns querem ficar mais ricos?

Como explicar que a destruição do mundo dos nossos netos recebeu licença e aprovação de seus avós, daqueles que deveriam fiscalizar e impedir o ataque à vida? Com consciência e técnica, aprovam-se projetos que constroem um mundo de devastação, miséria e dor.

Que crise econômica seletiva é essa, onde bilionários ganham 17 bilhões de lucro líquido, como é o caso do Bradesco, e outros bilhões de reais são roubados de milhões de brasileiros que mal ganham para viver?

Que justiça é essa que ao fim e ao cabo serve apenas para manter intocáveis as desigualdades dos tempos da escravidão?

Que sistema político é esse que blinda e encastela representantes eleitos com votos comprados e exige a negociação de contratos e cargos para que alguém possa se tornar mandatário de fato?

Que mundo é esse onde a imprensa é apenas um negócio que tem que gerar lucro e se sustentar politicamente?

A informação é uma mercadoria manipulável.

Que liberdade de expressão é essa onde o povo é mero receptor e não pode se expressar em larga escala?

Que capitalismo é esse tão festejado por tantos, e em que absolutamente todos os países do mundo se dizem em crise econômica, enquanto os bancos auferem lucros estratosféricos?

Para que serve um sistema econômico que traz má qualidade de vida para a maioria dos povos do mundo?

A educação formal é feita para criar soldados para a produção e para o consumo, ou deveria existir para criar cidadãos plenos em suas consciências e intelecto?

A vida se resume em trabalhar para se adquirir mercadorias? É para isso que respiramos? É para isso que temos filhos, para que sejam consumidores e consumidos por esse sistema, para que sejam uma peça de reposição da máquina?

Que tempos são esses onde a comida que alimenta é a mesma, envenenada, que nos envenena igualmente?

Como podem fundamentalistas religiosos tomarem de assalto um Estado que se diz laico e ainda tentar submeter a todos, inclusive os que não professam e comungam as suas crenças, ao falso moralismo que sustentam?

É justamente nas telas de onde emanam luzes o lugar em que vive a alienação mais obscura.

Que tempos são esses em que a humanidade presencia diariamente catástrofes ambientais e humanitárias e insiste em manter-se na mesma direção?

Seria a consciência um privilégio de poucos, e a sua falta um tormento para a maioria?

A ignorância já não alivia. O que os olhos não conseguem ver deixa a alma confusa e perdida.

Não saber já não é uma opção.

Transcender as aparências não deixa o mundo mais bonito, mas, sim, mais verdadeiro.

Não se pode mudar nada baseando-se em mentiras.

Já é hora de desvelarmos e revelarmos o que vem escondendo as evidências.

As revoluções não são desejos utópicos e idílicos, são necessidades para a nossa sobrevivência.

*Defensor Público

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A função é nossa – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Não é função do nosso governo, impedir que o cidadão caia em erro; é função do cidadão impedir que o governo caia em erro”. (Robert H. Jackson)

Os erros na política não são da política, mas dos políticos. E os políticos são uma responsabilidade do cidadão. O cidadão deve saber que é dele a responsabilidade de eleger políticos capazes de dirigir país, estados e municípios dentro de uma política digna. E não teremos uma política digna enquanto continuarmos elegendo políticos que não são políticos, mas aproveitadores da ignorância política do eleitor. E esta está no cidadão que não sabe que ele não é um cidadão de fato e de direito, enquanto for obrigado a votar. Não há cidadania com obrigatoriedade. E os políticos espertalhões sabem que o cidadão ainda não está preparado para o voto facultativo. E é exatamente aí que ele, o espertalhão, deita e rola. Por que preparar o cidadão para a política se está bom assim?

Faça o seguinte: prepare-se você mesmo. Pare de ficar elegendo políticos indignos e incompetentes para nos representar no poder público. Ou será que não merecemos ser respeitados como cidadãos? Ou não estamos sabendo construir nossa cidadania? Não, não estamos. Continuamos agindo como marionetes, sem percebermos que não haveria espertalhões se não existissem os otários. Que é o que somos, enquanto não nos valorizarmos para que possamos reclamar nosso direito à cidadania. Comece “pressionando” o político que você elegeu na última eleição, para que ele trabalhe pela Educação; para que possamos ser realmente educados e civilizados, e saibamos escolher e eleger candidatos realmente dignos de serem nossos representantes.

E isso não será possível enquanto não formos um povo instruído e educado politicamente. Faça sua parte. Respeite-se para que possa respeitar o direito dos cidadãos que, como você, têm o direito e dever de escolher os dirigentes públicos. Lembre-se de que você nunca será um cidadão enquanto for obrigado a votar; e nunca terá direito ao voto facultativo enquanto não for politicamente educado. Repetimos, faça sua parte. Porque nenhum político embriagado pelo amor ao poder desonesto, está interessado em educar o cidadão para que ele seja realmente cidadão. Mas para que você seja realmente um cidadão é preciso que saiba que a honestidade é um alicerce para a política. Não abomine a política. Sem ela não seremos nem mesmo um povo. O que devemos é nos cuidarmos para que mereçamos nosso título de cidadão de um País digno da nossa cidadania. Não permita que os desonestos continuem afundando nosso País. Pense nisso.

*[email protected] 99121-1460

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ESPAÇO DO LEITOR

SOCORROEm relação à matéria sobre o reflexo da estiagem, o leitor Amarildo Sales comentou: “Esta situação da forte seca não está restrita apenas à região do Roxinho, mas Alto Alegre, Amajari, Mucajaí e Iracema, onde o que se vê são plantações se perdendo e animais sofrendo drasticamente com a falta d’água. Já ocorreram situações em que tivemos que decidir se colocávamos água para os animais ou supríamos nossa sede. A situação está além do que imaginamos e a ajuda do governo tem que ser emergencial, reforçar o que já está sendo feito para garantir até a sobrevivência das criações que ainda restam em nossos lotes. É um pedido de socorro”, disse.

PARQUES“Espero que realmente seja cumprida esta decisão após a imprensa denunciar a situação em que se encontram os parques aquáticos, que atualmente servem apenas de criadouro para o mosquito da dengue. A situação ainda é pior nos municípios de Caracaraí e São Luiz do Anauá, que também possuem estes parques aquáticos e há muito tempo estão abandonados com focos da doença, já que a única água que estão recebendo é a da chuva”, escreveu o internauta André Moreira Garcia ([email protected]).

SEMÁFOROO leitor Paulo Carvalho enviou o seguinte e-mail: “Para aliviar a espera em relação ao tempo que a maioria dos condutores perde no horário de maior trânsito de veículos no Centro Cívico, na Avenida Ene Garcez e outras próximas ao terminal de ônibus, seria interessante se o departamento de trânsito do município verificasse a possibilidade de colocar semáforos com sentido único, tendo um tempo de espera reduzido. Assim o trânsito ficaria mais ágil e não perderíamos tanto tempo”.

VENEZUELASobre a morte do estudante brasileiro na Venezuela, leitor identificado como Pinheiro comentou: “O brasileiro não recebe o mínimo de respeito do povo venezuelano. Ao contrário deles, que quando vêm ao nosso país são muito bem recebidos. Este caso reflete muito bem o perigo que estamos expostos naquele país, mas mesmo assim ainda damos muito lucro a eles”.