Opinião

Opiniao 14 03 2016 2148

Depressão: Momento de agir – Flávio Melo Ribeiro*

Num determinado dia, ele acordou desanimado e percebeu que sua vida estava um caos. Ao refletir se deu conta que estava sofrendo pressão no trabalho mais do que normalmente vivenciava; está afastado dos amigos; abandonou os esportes e o pouco de lazer ficou comprometido com a crise que vive no casamento. Ficou na cama por trinta minutos, até sentir que precisava levantar. Mesmo sem ânimo, se arrumou e alimentou-se, no entanto, sabia que sofreria no final do dia ao retornar para casa, pois significava que sua vida não mudou e sentiria o peso do fracasso. Cumprimentou mecanicamente sua esposa e saiu para trabalhar sem compartilhar com ela suas reflexões e angústia. No trajeto ao trabalho sonhava com uma mudança mágica, sem esforço e se possível sem assumir responsabilidades. Mas não adianta, na maior parte dessas situações é como trocar o pneu do carro com ele andando, pois não é possível parar o mundo.

Essa reorganização da vida precisa ser feita no caos, levando em consideração todas as relações, tanto as ruins que lhe originam desânimo, como as boas que servem como alicerce para o processo de mudança. Este é o momento em que o equilíbrio emocional vai contar muito, pois a vida no “caos” produz emoções fortes e antagônicas que desalinham as relações. Essas emoções são alimentadas pela reflexão. Pensamentos positivos geram esperanças, criatividade e ações que constrói, por outro lado, pensamentos negativos geram medo, raiva, sentimento de perseguição, culpa e crítica excessiva aos outros. Essa luta será ganha por quem ele alimentar mais. E aqui começa uma corrida contra o relógio, se ficar mais tempo nessa situação os vários aspectos serão o empurrarão para uma depressão, é necessário reagir antes que esse estado o paralise.

Uma forma eficaz desse rapaz agir é identificar quais dessas relações é a que lhe traz mais estabilidade e organizá-la primeiro, mesmo que não seja a mais importante. Sua primeira luta vai ser superar sua fragilidade, quanto mais próximo da depressão, mas frágil se sente. Fato que os amigos e familiares não entendem, ou não sabem como lidar, com isso, em vez de ajudar acabam atrapalhando. No livro “Quem mexeu no meu Queijo”, do Dr Spencer Johnson, tem uma frase muito significativa para essas situações: “senão tivesse medo o que faria?”. Caso não consiga agir sozinho para superar tal estado procure ajuda profissional. Caro leitor, é bem provável que você não esteja passando por isso, mas talvez conheça alguém que está, ou mesmo não saiba que está passando, pois as pessoas tendem esconder até entrar em depressão, faça sua parte, compartilhe esse texto, pode ajudar um amigo.

*Psicólogo – CRP12/00449 – [email protected]———————————————

LULA JÁ ESTÁ PRESO – Percival Puggina*

Existem diferentes tipos de prisão. O ex-presidente brasileiro está enquadrado num deles. É uma prisão diferente, restritiva de várias liberdades, que ele mesmo se impôs como decorrência do estrago causado pela ambição à sua imagem. A lista das coisas que nosso ex-presidente está impedido de fazer é significativa para alguém como ele.

Primeiro, não pode mais virar mundo fazendo rentáveis palestras sobre as supostas maravilhas que seu partido e seu governo teriam realizado no Brasil. Não há maravilhas a mostrar. Como até os feitos do governo foram malfeitos, o país anda para trás mais rapidamente do que avançou. O exterior, bem antes do público interno, percebeu que caíra na conversa fiada do parlapatão de Garanhuns. As agências de avaliação de risco estão lá fora e sinalizaram ao mundo, passo a passo, as sucessivas explosões da bolha publicitária petista. Apenas em Cuba, Venezuela e na Coreia do Norte, Lula será um visitante dispensado de responder perguntas que não quer ouvir. Acabaram-se, se de fato as fez, as palestras mais bem pagas do mundo. A fonte secou. Tony Blair, Nicholas Sarkozy e Kofi Annan já não lhe telefonam.

Periodicamente, dentro de uma garagem qualquer, Lula entra num automóvel blindado, com vidros escurecidos além do limite legal, e desembarca noutra garagem qualquer, longe dos olhos dos brasileiros de bem. Há bom tempo vive oculto do grande público, com hábitos furtivos, evitando ser detectado pela imprensa. Suas últimas fotos mostram um homem com ar assustado e abatido.

Lula tem um sítio que não pode mais frequentar, onde há pedalinhos que seus netos não podem usar, uma adega inacessível e uma esplêndida cozinha que traz saudades à sua esposa. Ele tem três andares do mais apurado requinte num apartamento com frente para o mar na praia de Guarujá. Mas não pode nem pensar em chegar perto do prédio. Que dizer-se da praia!

Claro, há o apartamento de São Bernardo do Campo, que ele pode chamar de minha casa, minha vida. É seu refúgio protetor. Até prova em contrário. E é, também, sua prisão domiciliar, onde, diariamente, o ex-presidente acorda e olha o relógio para saber se já são mais de seis.

*Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

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Filhos (e netos) da revolução – Tom Zé Albuquerque*

Ontem foi um dia diferente. Não sabemos se será inserido nos anais da história nacional como algo marcante, mas algo mudou no comportamento de parte do povo brasileiro, sempre tão pacífico, passivo, vilipendiado.

Em parte das décadas de 1960 e 1970, no Brasil, os movimentos da sociedade se intensificaram, embora distorcidos em razão dos métodos nada convencionais dos rebeldes filhos da alta classe brasileira, vinculados a músicos, atores, atletas, políticos que se intitulavam como intelectuais. Uma acentuada parte deste grupo está hoje se locupletando, abocanhando algum benefício com o modelo atual de gerir do governo federal.

Antes, instituições bancárias eram saqueadas, a guerrilha severa assassinava em nome de uma ideologia panaca. Hoje, o saque continua, mas agora na propriedade pública, nos cofres que resguardam o patrimônio do povo. Mortes continuam a acontecer… nos corredores dos hospitais, nas estradas intransitáveis, por ausência de estrutura para segurança que resguarde a integridade física da população, pela ociosidade de adolescentes e jovens. O senso comum é explorado atualmente da forma mais vil, e a moral do povo brasileiro transparece pela aceitação tola de uma tomada de poder oligárquica que já dura mais de uma década.

O tom disperso e não constante das manifestações de rua em 2016 contraria a luta travada na década de 1980, nos movimentos estudantis, nos periódicos, nas passeatas, nos manifestos com foco em mudança, em voto direto, em busca de uma Brasil desenvolvido, alicerçados de propostas alinhadas. Nesse diapasão, a música brasileira regia esse intento, e o grupo de rock Ultraje a Rigor nos instigava através de sua composição intitulada de “Inútil”: “A gente não sabemos escolher Presidente; a gente não sabemos tomar conta da gente…”. Nunca um escracho esteve tão vigente: a alienação, a falta de domínio da língua pátria, a desonra, a arrogância…

A banda Revoluções por Minuto – RPM assim entoava: “Agem assim, pro seu próprio bem. Foras da Lei; sabem tudo que eu não sei”. Outro grupo de rock usava os palcos, as rádios (sim, ainda se ouvia muito naquela época), os discos de vinil nas radiolas para o despertar de um Brasil adormecido, Plebe Rude (Até Quando Esperar!): “Com tanta riqueza por aí, onde é que está, cadê sua fração? Até quando esperar? E cadê a esmola que damos sem perceber?”.

Mas nenhuma canção retratou tanto o Brasil (de ontem e de hoje) quanto aquela simbolizada pela banda Legião Urbana: “Nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado. Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação. Quem país é este? Que país é este?”. Será que realmente “Nossos inimigos, estão no poder…”? *Administrador—————————————-Plantando a sombra do futuro – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Há os que plantam a alface para o prato de hoje, e os que plantam o carvalho para a sombra de amanhã”. (Rui Barbosa)

Você já sabe, e mais do que eu, que só colhemos o que plantamos. E por que não procuramos plantar o melhor, hoje, para a melhor colheita de amanhã? Simples pra dedéu. Mas nem sempre somos educados hoje, para saber o que será melhor pra nós, amanhã. Ainda vivemos presos a um passado que deveria ser passado. Mas somos, todos nós, suficientemente capazes, para saber o que queremos para nós, e para os que fazem parte do mundo em que vivemos. O problema é conhecer o nosso mundo. Procure conhecer-se a si mesmo. É quando nos conhecemos que sabemos o que queremos e o que devemos fazer para conseguir o que queremos.

Somos todos iguais. Mas somos todos diferentes. Não podemos nem devemos dirigir nossas vidas baseados nas vidas das outras pessoas. São as diferenças que vão nos dizer o que realmente somos. A superioridade está em se saber superior. Mas mais importante do que saber, é conhecer-se como tal. E quando somos superiores, sabemos dirigir nossas vidas. E você, independentemente do seu sexo, pode se superar, sempre, dentro da racionalidade. Não tente se mostrar superior; apenas seja. A arrogância não faz parte da superioridade. A simplicidade é o esteio da grandeza.

Viva cada dia de sua vida, com entusiasmo e afinco. Não permita que nada, nem ninguém, faça você se sentir infeliz. Nunca perca seu tempo olhando para o bico do seu sapato, quando você tem um céu aberto à sua visão. Mantenha sua cabeça erguida diante de qualquer circunstância. Mantenha seu espírito sorridente. Mire-se sempre no seu espelho interior e se veja como você realmente é. E você é o que você pensa; mas nem sempre você é o que pensa que é. E é esta a diferença que faz a diferença. Valorize-se, sempre, para poder se ver em você. Não é seu vestido elegante que vai fazer de você uma mulher elegante, mas ele é importante para sua elegância. Assim como não é a gravata nem o cargo importante que ocupa, que vai fazer de você uma pessoa importante. Talvez você esteja valorizando mais o seu cargo do que a você mesmo. Ame-se amando. Mas também não permita que seu amor o leve à paixão, porque esta é um descontrole emocional que, fatalmente, leva-o ao ciúme, que é um descontrole mental. As veredas da vida são espinhosas. Mas as flores têm os espinhos que as protegem. O importante que você saiba onde pisar. Inicie sua semana com amor, à procura da prosperidade. Viva intensamente cada minuto de sua vida. Somos todos da mesma origem racional. Pense nisso.

*Articulista – [email protected] – 99121-1460——————————————–

ESPAÇO DO LEITOR

CORREIOSEm e-mail encaminhado à redação da Folha, o leitor Felismino ([email protected]) denunciou duas situações. A primeira é quanto ao atraso na entrega de correspondência pelos Correios. “O atraso na entrega das correspondências chegou ao nível do absurdo. Exemplo: boletos de pagamento são entregues uma semana depois de vencidos, gerando prejuízos para a população, pois as pessoas pagam as contas com juros. Acredito que o Ministério Público Federal deve requerer um posicionamento dos Correios, pois o serviço está cada vez pior”, relatou.

TRÂNSITO 1O mesmo leitor pediu ainda que os órgãos que cuidam do trânsito em Boa Vista dessem uma atenção maior aos locais que estão em obras. “O Smtran deveria prestar apoio nas áreas onde o tráfego está com desvios, em função das obras, como a revitalização da avenida Venezuela. Por conta dos desvios em horário de rush, o trânsito fica caótico”, disse.

TRÂNSITO 2“E quando é solicitada a presença dos agentes, por telefone, o atendimento é péssimo. Cheguei a requerer e o atendente afirmou que já sabia e que tinha encaminhado uma viatura. Resolvi monitorar e essa viatura nunca chegou, ou seja, é necessário levar a sério os serviços públicos. O Ministério Público precisa ser mais atuante na fiscalização desses serviços, pois os munícipes que pagam por eles não são atendidos como deveriam”, afirmou Felismino.

FEMARHUm leitor, que pediu anonimato, afirmou ter documentos em mãos que comprovam que a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) está emitindo documentos permitindo o desmatamento a pessoas que ainda não têm o título definitivo de posse do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima). “São áreas na gleba Equador, no município de Rorainópolis. Não sei o que faço, pois parece que estes órgãos são uma corrupção só”, denunciou.