Amor aos 60 – Walber Aguiar*
Por ser amor, invade e fim… Djavan
Era uma penca de gente. Filhos, netos, bisnetos, trinetos e outros mais. Gente a não mais poder. Afinal de contas, tudo isso era fruto do amor. Amor de um homem e uma mulher, de dois baluartes do sentimento, da fidelidade, da paixão que duraria uma vida inteira, de uma relação loucamente linda e digna da renovação que ali se fazia.
Não só as pessoas, mas mangueiras, cajueiros e toda sorte de seres viventes ali foram testemunhas daquele relacionamento, daquele amor de tartaruga, da celebração de toda uma vida, do existir humano recheado de graça, beleza e encantamento.
Dona Maria Valda e seu Expedito estavam ali naquela geografia do amor, da verdade, do afeto, da temporalidade eivada de significado. Ali foram plantadas palavras de renovo e de juras eternas. Afinal, eram 60 anos de conjugalidade, de amarramento e de cumplicidade. Eram bodas de diamante. De uma pedra dura, desejada e extremamente preciosa.
Seu Benedito chegou cheio de pompa em um rollsroyce, enquanto dona Maria Valda o acompanhava de perto. Não podiam estar separados nem naquele momento em que as pernas do marido eram mais fracas que a vontade de dizer “eu te amo” novamente. Mesmo assim, ele se comportava como um lorde inglês, saído de uma carruagem da era vitoriana.
Tudo estava impecavelmente arrumado; desde o ambiente ao traje dos pajens e daminhas de honram que eram seus netos e netas, até o glamour dos adultos, que posavam para os flashes de Luciano Alvarenga, o Lula, com sua lente mágica e oportuna.
O poeta Josimar Sousa estava lá, testemunhando com palavras escolhidas aquela união quase inacreditável, aqueles votos renovados depois de 60 anos de casados. Zé Maria, um dos filhos do casal, estava radiante de alegria, afinal, Deus unira aquela família feliz, apesar dos dias de medo, dor e dificuldade.
Antes de sair daquele ambiente simples e de uma leveza indescritível, olhei nos olhos de cada um dos noivos. Portavam um brilho especial, como de dois namorados que se deram um ao outro, que viraram, enfim, uma só carne… Chorei e entendi o que Deus quis dizer…
*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras – [email protected]————————————————
O mundo jaz do maligno – Marlene de Andrade*
O nazismo foi um dos mais terríveis movimentos políticos que se tem notícia. Esse partido chegou ao poder porque a sociedade alemã não percebeu que Adolf Hitler e seus comparsas, seriam responsáveis por um terrível massacre, ou seja, o genocídio do povo judeu, ciganos, poloneses, comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra soviéticos, Testemunhas de Jeová, deficientes físicos e mentais.
Mas esse não foi o único genocídio do qual se tem notícias. Lendo a biografia de Marthin Luter King, pude sentir mais de perto, dentro do meu mais íntimo ser, a barbárie praticada pelos brancos dos Estados Unidos contra os negros. Assim sendo, entendi com mais profundidade também o que ocorreu no Brasil à época da escravatura.
Nesse viés, chega-se à conclusão de que o nazismo foi um movimento político perverso e autoritário, mas o que dizer do absurdo da América do Norte e do Brasil escravizar negros africanos? E o pior de tudo é que essa segregação contaminou grande parte do povo nos Estados Unidos. Negros tinham que se sentar separados dos brancos em restaurantes, escolas e outros locais públicos naquele país. Ocorre que, no Brasil, mesmo depois da abolição dos escravos, eles sofreram muito e, diga-se de passagem, ainda sofrem muitas humilhações. Ter acesso a essas histórias causa profunda indignação. Não dá para entender como podem existir pessoas que se julgam superiores a quem quer que seja.
Na Alemanha, o partido Nationalsozialistische idealizado por Adolf Hitler desejava matar pessoas que não fossem alemães para “melhorar” a raça. O mesmo fazia os brancos, americanos, que escravizavam pessoas negras martirizando-os de forma totalmente desumana, muitas vezes até a morte. A barbárie era tanta que nos Estados Unidos foi criado o KKK, ou seja, Ku Klux Klan, uma organização perversa e de extrema brutalidade. Eles, como os nazistas, e também os americanos, se consideravam um a raça “pura” e se tivessem que matar em nome da “pureza” da raça, o faziam sem nenhum remorso.
De fato, esses grupos matavam sem nenhum constrangimento e piedade. Os KKK linchavam negros ao seu bel prazer e, aí, o que dizer dessa prática assassina? Na sua essência, é diferente do nazismo? Evidentemente que não. E o que os Lava-Jato fizeram contra o povo brasileiro? E o mensalão? No fim, tudo isso são crimes contra humanidade. Quanta indignação! Será que essas pessoas, as que ainda estão vivas, um dia se arrependerão de seus maus caminhos?
O que segue a justiça e a bondade achará a vida, a justiça e a honra. (Provérbios 21:21). – *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT – https://www.facebook.com/marlene.de.andrade47————————————————
Façamos nossa parte – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Quanto mais corrompida a República, mais leis”. (Rui Barbosa)
Gostou da manifestação no domingo? E daí? Realmente foi algo inusitado. Nada de bagunça, em todo o país. Mas isso não basta; não é suficiente para que tenhamos uma vitória realmente digna. Não foi não é e nem será, com movimentos e greves que vamos resolver nosso maior problema: a educação. No governo do Collor de Melo, fomos às ruas, gritamos, pintamos as nossas caras, e o tiramos da Presidência; mas logo depois o elegemos como Senador da República. E não é à toa que temos tantas leis ridículas nos cerceando. Não me surpreenderei se na próxima eleição o Lula voltar à Presidência.
Vamos fazer nossa parte entendendo que ainda não somos os cidadãos que pensamos ser. Porque não seremos, enquanto formos obrigados a fazer o que deveríamos fazer por dever de cidadão. E o mais elementar está na obrigatoriedade do voto. Enquanto formos obrigados a votar não respeitaremos o voto. E enquanto formos obrigados a fazer aquilo que não respeitamos, não respeitaremos a nós mesmos. Simples pra dedéu. Não existe cidadania com obrigatoriedade. O que nos leva à dedução de que o que nos falta realmente é educação.
Todos os bons políticos, e eles existem, só estão agrilhoados pela nossa ignorância política, sabem disso. Sabem que só seremos um povo respeitado como cidadãos, com o voto facultativo. Mas só o teremos quando formos educados para isso. E é por isso que os maus políticos não estão interessados em nos educar. E por que não vamos às ruas, não gritar, mas alertar nossos políticos para a necessidade de educar politicamente o cidadão? O trio mais abominável que assola nosso país, há séculos, é a falta de educação; preparar o cidadão para a cidadania plena. Porque só aí seremos capazes de escolher e eleger candidatos realmente dignos do direito de nos proteger, em vez de nos roubar, torturar e menosprezar. Mas a responsabilidade é de cada um de nós. Todos os desmandos dentro do nosso poder público é responsabilidade nossa e de mais ninguém. Somos responsáveis pelo nosso futuro.
O Brasil tem tudo para ser o líder no nosso Continente. Só nos falta competência para construir e fortalecer uma política realmente digna, com representantes dignos da nossa dignidade. Comece a pensar nisso com responsabilidade, na próxima eleição. O que está levando você a escolher e eleger seu próximo candidato? Assuma a responsabilidade do dever de cidadão, para não precisar ir para as ruas gritar protestando contra sua própria atitude. Vamos muda o cenário político primeiro mudando como eleitores. Pense nisso.
*Articulista – [email protected] – 99121-1460————————————————-
ESPAÇO DO LEITOR
FUGAS 1O leitor Antônio Aparecido Giocondi comentou: “É um verdadeiro descaso com a população roraimense, que vive sem segurança em tempos normais e com estas constantes fugas. Onde está a Polícia Militar, que é responsável pela segurança? Os presos conseguem construir escadas para escaparem e ninguém da parte interna tem conhecimento? Não acredito no que está acontecendo. É uma vergonha”.
FUGAS 2Sobre o mesmo assunto, o internauta José Inocente da Silva opinou: “Essas fugas costumeiras que acontecem na Pamc [Penitenciária Agrícola de Monte Cristo] já virou rotina. Esse governo não tem a mínima capacidade de solucionar o menor problema em relação ao sistema prisional. Faltam gestão e planejamento na pasta da Sejuc [Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania]. Quero aproveitar e parabenizar a Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) pela sua atuação e pelo esforço em recapturar esses delinquentes, mesmo que, logo após concluir uma operação, tem que recomeçar tudo de novo por conta desta ingerência”.
TUCURUÍ“Espero que esta decisão prevaleça e que a população de Roraima possa definitivamente ter a garantia e a confiabilidade de uma energia segura e eficaz. Este colapso que estamos vivendo atualmente é por puro comodismo da classe política federal, que nunca teve a preocupação de buscar uma nova alternativa para Roraima. Muito se falou, mas na prática nada aconteceu. A mesma história se repete com a indefinição da reestruturação da BR-319, que indiretamente beneficiará Roraima, e não temos um senador que se junte à bancada do Amazonas para pressionar o Governo Federal na retomada das obras”, escreveu o leitor Armando Guimarães.
RESPOSTASobre a reclamação de um leitor em relação aos estabelecimentos comerciais que estão limitando o valor para inclusão do CPF na nota fiscal, o Governo do Estado esclareceu que esse procedimento está errado. O cliente que estiver se sentindo lesado deve denunciar, pois em qualquer compra, independente do valor, o estabelecimento é obrigado a emitir nota fiscal. A denúncia pode ser feita na sede da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) ou pelo site /www.sefaz.rr.gov.br”.