A bolha imobiliária e os aventureiros – Erasmo Sabino de Oliveira*
“A bolha imobiliária existe e quando estourar levará muita gente à miséria, pulverizando patrimônios financeiros que, em muitos casos, foram construídos com grandes sacrifícios por várias gerações. Por outro lado, Boa Vista foi mais uma vez invadida por quadrilheiros, que estão provendo invasões em ano de eleições”.
Preocupam-me profundamente dois problemas muito sérios que vêm ocorrendo em Boa Vista. Um é a bolha imobiliária, que nos últimos anos ganhou volume excepcional, causando uma inegável distorção dos parâmetros que devem guiar equilibradamente o mercado imobiliário; outro é o avanço dos quadrilheiros que estão promovendo invasões para delas tirar proveito em ano de eleições municipais.
Com relação à bolha imobiliária, embora muitos digam que ela é apenas uma ilusão e que o mercado age seguindo suas próprias leis, é preciso ser realista e reconhecer que ela existe. Mais que isso, que é séria e quando estourar vai levar muita gente ao desespero e até mesmo à miséria, pulverizando indiscriminadamente patrimônios financeiros que, em muitos casos, foram construídos com muitos sacrifícios.
Lamentavelmente, de alguns anos para cá a realidade dos preços dos imóveis em Boa Vista fugiu completamente à razão e ao bom senso, sendo elevados sem que se meça com sensatez o justo valor do imóvel. Não se tem levado em consideração o valor venal acrescido da incorporação, na formação do preço final, dos valores agregados, como por exemplo, localização, serviços e equipamentos públicos, qualidade dos materiais empregados, etc.
São frequentes os anúncios de imóveis localizados em bairros da periferia, carentes de uma série de benfeitorias, de construção simples, orçados para venda com valores acima de outros, de melhor qualidade, situados em bairros nobres da capital. Este é, sem dúvida, um sintoma claro da falsa realidade em que os proprietários estão classificando seu patrimônio. Aliás, fazer preço é um direito do dono, mas ele tem que corresponder ao valor real do mercado. Fora disso, corre-se o risco de, na revenda, quando a bolha estourar, não conseguir até mesmo a metade do preço pago pela compra.
Outra questão que me preocupa seriamente é a tomada de assalto de áreas públicas e particulares por quadrilhas que comandam as invasões. O que me tem trazido sério prejuízo como empresário.
Estes são assuntos que renderão ainda outros artigos como este, e por certo eu voltarei a eles. Por enquanto, apelo às autoridades para que intervenham de forma a por fim a essa bandidagem; quanto à bolha, há maneiras práticas de lidar com ela. Basta que os segmentos políticos e administrativos do Município se empenhem na formulação de uma planta de valores que possa definir de vez os preços dos imóveis em Boa Vista. Mas que sejam dentro da realidade e não tomados pela insanidade que vemos hoje.
*Empresário—————————————————
Que ressuscite a paz – Vera Sábio*
“A paz no mundo começa em mim”…
Esta frase faz parte de uma música muito bonita que revela nosso compromisso diante da paz, aquela paz que só temos como senti-la com justiça, ética, dignidade e ordem. Sabe-se que não tem como mudar os outros e o mundo sem antes embutir esta mudança dentro de nós. Por isto observe o velho ditado que diz que “não há como fazer omelete sem primeiro quebrar os ovos”.
Quando mexemos na sujeira encoberta por muito tempo, escondida atrásde tantos colarinhos brancos, os quais pensavam estarem acima da lei, com certeza a explosão de ovos podres que espirram por todos os lados éimensa. No entanto, como fazer omelete?
Simplesmente, sofrer nem sempre é importante para uma mudança para algo melhor. Até para sofrer é necessário saber o porquê. Em tudo precisamos de um objetivo, de um planejamento e de uma meta a ser atingida. Afinal, ninguém merece omelete de ovos podres.
Jesus não só modificou a História, foi o marco da História, ficou para sempre na História, como a transformou com seu sofrimento. Ele possibilitou a paz no mundo através do amor que não somente está n’Ele, mas que é Ele.
Queremos a paz, porém até que ponto somos capazes de lutarmos, nos transformarmos, nos doarmos para que esta paz aconteça? Eu disse no texto anterior que a democracia estava morrendo, mas lembrem-se que Jesus fez de sua morte a crença em uma vida eterna muito melhor.
Que neste período de transição da morte para vida possamos descruzar os braços do egoísmo e do pensamento pequeno em que muitos pensam que se estão bem, pouco importa o bem geral.
Todavia, a democracia precisa viver e reviver em sua essência. Assim, este momento de Páscoa, que é a passagem da morte para vida, se torne o marco da transição do egoísmo para o amor mútuo, onde sejamos capazes de retirar quaisquer venda de orgulho, de vaidade, de inferioridade por termos acreditado errado.
Enfim, retirarmos todo ovo podre, permitindo com que a ressurreição brilhe como o sol da verdade e mostre o caminho que precisamos trilhar para um mundo melhor.
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega – CRP: 20/04509 – [email protected] – cel. (95) 991687731—————————————————
O reencontro – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos”. (Bob Marley)
Você não precisa ser saudosista para sentir saudade. Até mesmo quando ela não escorrega pelos olhos, às vezes bate forte. No último domingo, passei toda a tarde caminhando por dentro do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Foi uma tarde encantadora alimentada pelo sossego e a tranquilidade. E é nesses momentos que a saudade vem, de mansinho, e acaba dominando a gente. Mas, na verdade, todos nós gostamos de ser dominados por ela. Você eu não sei, mas eu, nessas horas, mando o pensamento voar o mais distante que ele puder. E o cara vai longe pra dedéu. E nas minhas últimas caminhadas em São Paulo e aqui no Rio, meus pensamentos sempre voam primeiro até Boa Vista. E sinto vontade de abraçar um punhado de gente por aí.
Dia desses tomei um susto alimentado pela saudade. Eu estava saindo de uma visita ao “Museu do Amanhã”, aqui no Rio. De repente, adivinha quem surgiu na minha frente? O Zeca Preto. Tomei um susto danado e quis correr para abraçá-lo. Mas parei porque ele olhou pra mim como se eu fosse uma caixa de fósforos. Não me deu a mínima atenção. Assustei-me e parei. Não era, era apenas uma cópia do Zeca. Ainda tentei lhe perguntar se ele tinha algum irmão gêmeo em Boa Vista. Mas temi que o cara me perguntasse onde ficava isso. Ainda bem que a dona Salete não viu o cara, senão ela teria corrido e abraçado o gêmeo na aparência. Abração, Zeca.
Levantei-me e o calorão me fez me lembrar de Boa Vista. Tomei o café e vim ao computador para conversar com você. Conectei o “Folhabv” e novamente caí no lago da saudade. Lá estavam três pessoas por quem tenho uma estima fora do comum: Mestre Zé da Viola, Nonato Chacon e minha queridíssima Catarina Ribeiro. Senti saudade deles. Tenho um carinho enorme pelo Zé da Viola. E como de costume, lembrei-me do Laudo Natel: “Saudade é a presença da ausência”. Aí fiquei feliz em ver tais figuras na minha frente, mesmo sendo em meras fotos. Que importa isso? O importante é que vivamos cada momento de nossas vidas como ele se nos apresente.
Pareceu assunto tolo? Não, não é. Afinal de contas só sente saudade quem foi feliz. E ela vem mais intensa quando ainda somos felizes. E nada pode ser mais valioso do que a felicidade. É ela que nos mantém inteiros e prontos para encarar os tropeços da vida, com naturalidade. Porque só assim somos realmente donos de nós mesmos. Senhores do nosso destino, montando a arquitetura do nosso futuro, independentemente da nossa idade. Nosso futuro é permanente. Vamos construí-lo no melhor. Pense nisso.
*Articulista – [email protected] – 99121-1460—————————————————-
ESPAÇO DO LEITOR
SINALIZAÇÃOO presidente da Feira dos Agricultores de Rorainópolis, Antônio da Sucam ([email protected]) relatou: “Gostaria de denunciar e pedir providência para que seja novamente colocada uma faixa de pedestre que ficava em frente à Feira do Produtor na BR-174. Nesta quarta-feira, sem nenhum motivo, o DNIT mandou apagar a faixa, colocando em risco as pessoas que atravessam a BR. Devido à grande solicitação das famílias e dos agricultores, já estamos nos mobilizando. Se a faixa não for pintada novamente, vamos realizar um bloqueio no Km 212 para chamar a atenção sobre esta necessidade”.
SEM ÁGUAMorador do Município de Amajari, Agnaldo Magalhães encaminhou a seguinte reclamação: “Após relatarmos a situação da falta de energia, outro problema é a falta d’água. Estamos há exatamente uma semana sem água nas torneiras e a informação repassada à população é que a pane seria por conta da constante oscilação de energia, o que teria ocasionado a queima das bombas de abastecimento dos reservatórios”, disse.
CENTRO Em relação à matéria “Fiscais pedem que calçadas sejam liberadas”, um dos comerciantes que acompanhou a operação comentou: “Além das calçadas tomadas de mercadorias importadas da Guiana e Venezuela, outra questão é a reclamação dos clientes com relação às abordagens, que são frequentes pelos venezuelanos que ficam próximos ao Caxambu. Já ocorreram inúmeros casos de reclamações quando existem policias militares, mas nada é feito e os mesmos continuam desrespeitando os clientes”.
PANE“Aqui no Sul do Estado estamos enfrentando problemas junto às agências do Banco do Brasil. Desde a semana passada, várias pessoas estão enfrentando enormes filas para abrir conta, mas os funcionários dizem que o sistema não está operante. De São João da Baliza partimos para Rorainópolis e lá encontramos a mesma situação. Gostaria de apelar para a Superintendência do Banco do Brasil para que resolva este problema”, relatou um morador.