Opinião

Opiniao 28 03 2016 2202

Rota de Colisão – Roberto Barbieri*

O ser humano em sua vida, principalmente em grupo, entra e sai em diversos projetos, diversas formas de agrupamento de forças para alcançar uma melhoria individual e coletiva.

Assim cria grupos de oração visando o fortalecimento e divulgação da própria fé, participa de religiões para se sentir mais próximo das supostas divindades, une-se em cruzadas anticorrupção para tentar melhorar a situação da administração pública, busca a prevenção de acidentes para diminuir a própria dor e a dor dos seus próximos com a redução dos acidentes para não ter machucados, amputados e mortes trágicas perto de si.

Participa também de campanhas de prevenção de doenças e melhoria da saúde, tenta identificar grupos de alimentos nocivos e benéficos à saúde, enfim, um sem número de buscas, anseios e esperanças de uma real melhoria.

Qual destes projetos é o melhor e mais importante? Todos parecem ser importantes e não deveriam ser abandonados. E a participação em um deles, não dá o direito humano a ninguém de abandonar um outro em que acreditar, pois todos os focos fazem parte de uma corrente.

O ser humano está agregando agora um projeto relativamente recente, quem sabe de forma tardia, que é a Preservação da Natureza, a sustentabilidade dos locais onde vivemos e que interferem em nossas vidas, estando próximos de nós ou não, local este que podemos chamar de Meio Ambiente.

Ao se falar em plantio de árvores, em coletas seletivas de lixo, em preservação das nascentes, em redução da poluição, em economia de água, o que se esperaria de fato é um projeto de vida compatível com a sustentabilidade real do planeta, reduzindo-se drasticamente a própria população e consumo de supérfluos e de energia per capita.

Entretanto, será que este projeto ainda é viável? Muitos afirmam que os danos já provocados na crosta terrestre, decorrentes da superpopulação e do modelo econômico desenvolvido nas últimas décadas ou séculos, formaram feridas irreversíveis e este modo de vida estaria levando o mundo à rota de colisão da extinção da vida no planeta. Um caminho já sem volta.

Este modelo econômico baseado na rotação de consumo em espiral, consumindo gigantescas quantidades de energia e materiais, gera por sua vez resíduos em quantidades absurdas e alterações dramáticas na crosta e atmosfera terrestre, alterando a sua habitabilidade. Neste modelo é obrigatório produzir e consumir supérfluos para sustentar a base econômica para a gigantesca população do planeta.

Sem vaticínios apocalípticos ou proféticos, sem visões esotéricas delirantes, sem previsões sagradas, porém somente com base na realidade observável, já teríamos colocado nosso Titanic no rumo do iceberg e que não adiantaria ligar somente agora os retro motores. Parodiando o Titanic, até poder-se-ia dizer agora, “nem Deus salva este navio”.

Em termos mais rápidos estaríamos todos num mesmo avião caindo e com o bico já apontado para a terra. Será que dá tempo de salvar-nos quando até os céticos no avião já estão gritando “meu Deus”? Situação difícil e aparentemente com poucas chances de mudar, infelizmente.

*Ariculista – Passos – MG———————————-

O contraditório às avessas – Tom Zé Albuquerque* Não é por menos que a imprensa é considerada o quarto poder na ordem social, se ajuntando aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A posição, o humor, as tendências, as urnas, praticamente tudo que circula em nossa comunicação cotidiana decorre da influência midiática.

Nos últimos meses essa força tem demonstrado uma musculatura a mais com a pulverização dos resultados da operação lava-jato, na desconstrução da imagem pudica do ex-presidente da república, um homem asqueroso e perverso, mas que consegue até hoje angariar adeptos de um projeto transloucado de tomada do Estado através da apropriação privativa daquilo que é, de fato e direito, da população.

Nesse prumo, uma palavra tem sido suscitada com certa constância em alguns meios de comunicação, além das rodas de conversas, os bancos universitários, nas redes sociais ou nas mesas de negociação de propina da mais nova lista com centenas de saqueadores da coisa pública: Fascismo. Tenho notado que mesmo disparando acusações de todo viés, a maioria dos petistas não sabe do que se trata, mas conseguem pronunciar frases sobre o assunto numa repetição impecável, com uma disciplina tibetana. Mas… estaria mesmo a oposição coxinha sendo fascista?

Bem, o fascismo italiano apresentava algumas características explícitas, das quais se assemelham muito, sim, com os anseios e desatinos do governo do mensalão, ao contrário do que se prega. É bem verdade que quando se acusa outrem de determinado delito, alguma infração, um defeito qualquer ou mesmo uma exação (como é o caso vertente), a intenção real é se blindar, criar uma cortina hipócrita sobre suas anomalias, e nisso a gangue do lulão é imbatível. Esse estilo nada democrático de gerir o país culmina com o surgimento do Egocrata, do grego “poder do eu”, que revela um ser doente pelo poder, erguido pela mente alucinada em dominar tudo a sua volta, se apropriando para si de tudo que for do Estado, como se dele fosse parte de seu patrimônio, construído com critérios nebulosos, e pela difusão de uma ideologia dominante em todos os setores da sociedade.

Mas o fascismo escancara o despotismo justamente por interferir em todos os flancos sociais, não restando nada mais de privado e autônomo, para qual o Estado é o difusor oficial de sua ideologia intocável. Nesse cruel modelo, os organismos de massa (sindicatos, associações, círculos de pseudo-intelectuais…) são criados e mantidos direta ou indiretamente pelo governo. Não sei, mas sempre lembro do fascismo quando vejo manifestações petistas e suas bandeiras banhadas da cor vermelha exaltando a CUT, em substituição ao pavilhão nacional; ou quando vejo o Chico Buarque defender o lulão, gozando dos benefícios dos recursos públicos, talvez por uma contraprestação. É de dar náusea.

Mistificar a figura do chefe e subordinar os poderes legislativo e judiciário ao executivo eram máximas no fascismo. Qualquer semelhança com o partido estrelado aliado de Renan, Maluf, Barbalho e Collor é mera coincidência. Ah, e os fascistas controlavam as informações por meio de censura, um desejo orgasmante do PT, tantas vezes tentado ganhar contornos legais no Congresso Nacional, arregimentado por um energúmeno chamado Franklin Martins.

Só para constar, o fascismo de Mussolini era conhecido como Duce (aquele que conduz) e o lema fascista era: “Crer, Obedecer, Combater”. Incrível, não? Por que será que Marx (sim, ele mesmo) propagou que “…na fase transitória entre o capitalismo e a nova ordem deveria instalar-se a ditadura do proletariado”? Ditadura… coisa que o partido do governo encarnado declara de forma ardilosa abominar. Será? *Administrador ————————————————-

Sempre carentes – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Carecemos inteiramente de uma ciência racional do homem e da comunidade humana”. (Edmund Husserl)

Na realidade, o que nos falta é simplesmente a racionalidade. Ainda pensamos e admitimos que somos animais racionais. Mas ainda não entendemos que somos de origem racional. Porque no momento em que entendermos isso, passaremos a processar nossa racionalização. E é simples para dedéu. É só você pensar. Porque até agora não aprendemos a usar nossos pensamentos dentro da racionalidade. Relaxa, cara. Tudo que acontece na vida faz parte da vida. E se é assim, devemos viver cada momento como um momento evolutivo. Devemos aproveitar cada momento da vida como um aprendizado. É aprendendo com os erros que aprendemos a não errar. E o que aprendemos armazenamos em nossa memória. E é dela que saem nossos pensamentos.

Não fique se martirizando com a catástrofe política que assola nosso País. Isso é natural e faz parte da vida. Aprenda a nadar para não se deixar afogar nas marolas passageiras. Somos o que somos. Mas o mais importante é que sejamos o que não somos para sermos o que somos. É assim que evoluímos. Quando reclamar pelos seus direitos verifique se você está usando-os dentro do direito. Nunca saberemos se estamos certos, se não conhecermos as veredas da verdade.

O William Du Bois disse: “O problema do século XX é o problema da segregação racial”. Já estamos no século XXI e continuamos com o mesmo problema que vem do início dos séculos; e certamente se arrastará por mais séculos. Ainda não nos tocamos que quando lutamos pela igualdade é porque nos sentimos inferiores. Não dispute, faça o que tem que fazer como deve ser feito e você não se sentirá inferior. E papo encerrado. “Sorria, meu bem, sorria”. A vida é um espetáculo no qual todos nós somos atores. A qualidade na apresentação depende de cada um de nós. Se fizermos nossa parte como ela deve ser feita, o espetáculo terá valor, senão, não. Karl Marx encerra nosso papo de hoje: “De cada um, de acordo com suas capacidades; para cada um, de acordo com suas necessidades”. Claro pra dedéu. Dê a cada um, o que você tem de mais valioso; porque você está recebendo de cada um, de acordo com as suas necessidades. Uma troca na evolução racional. Na qual o mais importante é você não ficar esperando receber, mas se preocupando em dar. Porque é assim que aprendemos a respeitar a todos, no plano da igualdade. Afinal de contas, somos todos iguais nas diferenças. Mas só seremos realmente iguais quando entendermos isso. Respeitar as diferenças é dar o melhor de nós. O retorno vem no reconhecimento. Pense nisso.

*Articulista – [email protected] – 99121-1460————————————————

ESPAÇO DO LEITOR

ATRASO 1Acadêmicos do 10º semestre do curso de bacharelado em Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Roraima – campus São João da Baliza – denunciaram o descaso da instituição. Um deles encaminhou e-mail à Folha explicando que as aulas ainda não começaram por falta de professor. “Foi realizado processo seletivo para solucionar a falta de professor nos municípios de São João da Baliza e Rorainópolis. Mas as aulas ainda não começaram porque os professores ainda não foram contratados oficialmente”, relatou.

ATRASO 2Outro acadêmico, também em denúncia anônima, lembrou que a falta de aulas compromete o andamento do curso. “Há dois meses estamos sem aula pela falta de professor, apesar de já ter sido realizado o processo seletivo. Isso está acontecendo em pleno último semestre do curso, podendo comprometer a formação dos acadêmicos”, disse.

CÉDULA CFaltando um mês para o fim do prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, o leitor Vagner ([email protected]) relatou que a Prefeitura de Boa Vista ainda não providenciou a Cédula C dos servidores. “A Prefeitura de Boa Vista, em descumprimento à lei que determina a entrega ou disposição da Cédula C, documento necessário para servidores públicos fazerem sua declaração de Imposto de Renda, até a presente data não providenciou o documento, tampouco dá previsão de entrega, prejudicando milhares de servidores”, denunciou.

CANAUANIMPais de alunos da Escola Tuxaua Luís Cadete pediram providências em relação à gestão da unidade. “Gostaríamos de saber como está a questão da direção da escola, pois o gestor é do seletivo indígena e não foi reconduzido ao cargo. E agora? Como está a situação? Precisamos saber, pois educação precisa ser trabalhada com seriedade”, cobraram.