Bom dia!
Estão tentando fazer da Lava-Jato uma grande e bem temperada pizza, e o principal ingrediente é uma misteriosa lista apreendida com uma secretária da construtora Odebrecht contendo mais de 200 nomes de políticos, distribuídos em 24 partidos políticos, o que parece indicar que o propinoduto da empreiteira não distinguia governistas de oposicionistas. Teria a referida lista gente filiada a grandes e pequenos partidos.
Rapidamente começou a circular, País afora, pela imprensa convencional e, sobretudo nas redes sociais, a ideia de que somos todos endemicamente corruptos e que se beneficiar do dinheiro público roubado faz parte da nossa tradição, o que abre a possibilidade para que os poderosos até aqui protagonistas principais do roubo na Petrobras costurem, com Michel Temer no lugar de Dilma, um grande acordão que resultaria em anistia do tipo “quem roubou, roubou, quem não roubou não rouba mais”. Afinal, o País precisa resolver sua crise econômico-social, e em nome disso devemos esquecer o passado recente e voltar os olhos para o futuro.
Os acordos que estão sendo costurados em nome do impedimento da presidente indicam esse caminho da “reconciliação nacional”. Gente atolada até o pescoço na roubalheira institucionalizada pelo governo de Lula da Silva (PT) e de Dilma Rousseff já anda garantido a seus mais próximos colaboradores que pelo menos um ministério num eventual governo Michel Temer já lhe está reservado. Nessa costura de acordos envolvendo especialmente PMDB e PSDB, negocia-se, inclusive, saída honrosa para Renan Calheiros e Eduardo Cunha. O primeiro, atual presidente do Senado Federal, já responde por nove processos no Supremo Tribunal Federal, enquanto Cunha está sendo processado na própria Câmara Federal.
CRESCECom quase todos os parlamentares federais que nossos redatores conversaram nesse feriadão da Semana Santa, a impressão que se colhe é que o impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT) é favas contadas, tanto na admissibilidade pela Câmara Federal quanto no julgamento de fato no Senado Federal. Muitos dizem que a decisão do Diretório Nacional do PMDB de afastar-se do governo Dilma será a pá de cal que está faltando para que a presidente petista saia do Planalto em, no máximo, 90 dias.
A FAVORNuma das versões do governo do Estado para justificar a entrada do deputado federal Hiran Gonçalves no PP dizia do desejo da governadora Suely Campos de reforçar a tropa de apoio da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Pois bem, ontem, em entrevista ao programa “Agenda da Semana” da Rádio Folha, o deputado Hiran Gonçalves disse que sua tendência é votar a favor do impeachment, inclusive porque como médico não pode ir de encontro ao que pensa a imensa maioria de seus colegas de profissão, flagrantemente opositores ao governo petista.
PROTAGONISTAPara reforçar sua tendência de voto ao impeachment, o deputado Hiran Gonçalves disse que tem sido protagonista na busca de um posicionamento oficial da bancada do PP na Câmara Federal. Ele foi um dos 22 deputados do partido que assinaram a convocação da bancada que se reunirá na próxima quarta-feira, 30, para bater o martelo sobre sair ou permanecer no governo. Gonçalves acha que a maioria dos 50 deputados do partido dirá que querem pular do barco governista.
W.O.Tudo indica que se depender do empenho da governadora Suely Campos (PP) e das principais lideranças que lhe cercam, a prefeita Teresa Surita (PMDB) vai ser reeleita por W.O. Ontem, na entrevista concedida à Rádio Folha, o deputado federal Hiran Gonçalves disse que nunca conversou com a governadora sobre a eleição municipal de Boa Vista. Os deputados estaduais Oleno Matos (PP) e Mecias de Jesus (PRB) já manifestaram que uma candidatura para a PMBV em outubro próximo não faz parte de suas respectivas prioridades. Logo…
DIVIDIDOEmbora o movimento das ruas pareça ser favorável ao juiz federal Sérgio Moro, o nome dele não é uma unanimidade entre políticos com mandatos. Pelo menos é o que se pode depreender quando se compara a Assembleia Legislativa de Rondônia, que lhe prestou uma homenagem pela condução da operação Lava Jato e a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que lhe negou a concessão do título honorífico de Cidadão Mineiro. É bom lembrar que Minas é governado por um petista envolvido numa monteira de acusação de desvio de dinheiro público.
LISTASCom a aproximação da data das convenções partidárias que vão indicar candidatos/candidatas a prefeitos/prefeitas e vereadores/vereadoras, muitos Tribunais de Contas estaduais já estão encaminhando à Justiça Eleitoral listas contendo nomes de ex-administradores que tiveram prestações de contas reprovadas. Muitos deram grandes prejuízos aos cofres públicos e tiveram como penas acessórias a declaração de inelegibilidade por alguns anos.
PREÇOO vice-governador Paulo César Quartieiro (sem partido) não tem dúvida: os órgãos de fiscalização e de repressão não fazem operações em Roraima porque esse é o preço exigido pelas principais lideranças políticas do Estado para se manterem coniventes com as políticas de intervenção do governo federal que prejudicam o desenvolvimento de Roraima. Ele afirmou isso, ontem, em entrevista ao programa Agenda da Semana da Rádio Folha.