Bom dia!

Um olhar atento ao que está se passando no cenário político tupiniquim pode revelar alguns traços positivos. Um deles é que a crise que se abateu sobre o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) vem permitindo separar o joio do trigo na miscelânea ideológica construída para manter a tal governabilidade desse sistema presidencialista, que funciona mal na base de coalizão. Veja-se o caso do PMDB – um partido liberal de direita -, que deu apoio por 8 anos ao governo de Lula da Silva (PT) e por 5 anos a Dilma Rousseff (PT), a princípio um governo de esquerda populista e intervencionista.

Os movimentos de agora, pró e contra o impeachment, têm deslocado o PMDB rumo à tentativa de uma nova coalizão com partidos com os quais tem mais afinidade ideológica, como o PSDB, o DEM e outros partidos menores, todos dentro de um arco doutrinário mais próximo do liberalismo. Por outro lado, partidos de esquerda como o próprio PT, PCdoB, PSOL e Rede tentam se aglutinar na defesa da continuidade do mandato da atual presidente da República.

Afora o problema da roubalheira generalizada implementada no governo petista/peemedebista, o que está em jogo hoje é a necessidade que brasileiros e brasileiras têm de tomar um rumo, o que significa escolher entre um aprofundamento do atual governo mais à esquerda – mais intervenção na economia, mais gastos com programas sociais populistas, mais impostos, mais gastos com investimentos públicos, e tudo financiado com mais dívida pública – e um programa mais liberal a ser seguido pelo eventual governo de Michel Temer numa aliança PMDB/PSDB/DEM. A triste constatação é que em ambos os casos a sujeira da corrupção vai ser jogada de novo debaixo do tapete. Essa parece ser a triste sina desta república tupiniquim.

MORNOAs poderosas antenas da Parabólica conseguiram captar sinais dando conta de que o clima interno do PP, partido da governadora Suely Campos, continua morno quando o assunto gira em torno de uma candidatura governista à Prefeitura Municipal de Boa Vista. Nem mesmo a chegada, já como presidente, do deputado federal Hiran Gonçalves ao partido – e sua manifestação de que estaria disposto a enfrentar a atual prefeita, Teresa Surita (PMDB) – trouxe ânimo novo às hostes governistas.

NEM TANTOA aparente falta de entusiasmo dentro do PP com a chegada do deputado Hiran Gonçalves parece indicar que a vinda do parlamentar para o partido pode ter acontecido através de uma decisão de sua direção nacional. A princípio, fontes do Palácio Hélio Campos falavam que Hiran teria recebido convite da governadora para presidir o PP, e que o objetivo dela seria o de reforçar a defesa de Dilma na comissão que analisa o pedido de impeachment, da qual o parlamentar faz parte. Acontece que, em entrevista à Rádio Folha, no domingo, o deputado Hiran Gonçalves deixou muito claro que votará pelo impedimento da presidente.

ACORDOA falta de apetite da governadora Suely Campos (PP) e do ex-governador Neudo Campos para apoiar uma candidatura à Prefeitura Municipal de Boa Vista tem provocado uma onda de boatos nos bastidores da política local. Um desses boatos dá conta da vontade dos governantes do Estado de buscar um acordo com a prefeita Teresa Surita (PMDB) nos seguintes termos: Suely não interferiria nas eleições de Boa Vista, abrindo possibilidade de uma reeleição tranquila a Teresa, e Teresa faria o mesmo em 2018, quando a governadora disputará a permanência do Palácio Hélio Campos por mais quatro anos. O problema será combinar isso com um monte de interessados.

2º TURNOParece não restar mais dúvida de que a eleição de outubro para a Prefeitura de Boa Vista poderá ser decidida num eventual segundo turno. Os últimos dados divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) indicam que faltam pouco mais de 600 eleitores para o atingimento da meta fixada de 200+1. Como faltam ainda alguns dias para o encerramento das inscrições no TRE, e considerando a velha tradição dos brasileiros de deixar para fazer as coisas nos últimos dias, tudo leva a crer que este número será facilmente ultrapassado.

CARGOS 1Parlamentares federais da base de apoio do governo Dilma Rousseff no Congresso Nacional estão empenhadíssimos e articulando com seus colegas de Parlamento buscando votos contra o impeachment. Em troca, eles oferecem aos colegas os cargos federais nos estados ocupados por indicação de parlamentares que fizeram parte do governo e agora trabalham para derrubar a presidente.

CARGOS 2 Em Roraima, segundo uma fonte da Coluna, existe mais de uma dezena desses cargos: Caixa Econômica, Banco do Brasil, Secretaria da Pesca, Delegacia Federal da Agricultura, INSS, Eletrobras e Conab, entre outros. “É cargo pra dedéu”, diria nosso mestre Afonso Rodrigues, colunista cá da Folha.

EMBATEEnquanto o mundo desaba em Brasília, um embate numa importante secretaria estadual começa a ganhar corpo nos bastidores. Tudo porque, ao deixar a pasta, a administração anterior manteve seus aliados em cargos importantes, principalmente os que tratam de licitação de obras. O novo titular se diz engessado para tomar decisões, o que impede a realização de serviços urgentes para o bom andamento dos trabalhos na pasta.