Bom dia!

É difícil fugir do assunto, afinal, no mundo político tupiniquim, o principal item da pauta de discussão foi a declaração do PMDB se dizendo divorciado do governo petista de Dilma Rousseff. O que quase todo mundo diz é que algo parece muito estranho quando um casamento de 13 anos é desfeito, sem qualquer discussão, através de uma reunião que durou menos de cinco minutos. E ninguém votou. O vice-presidente Romero Jucá – político considerado ter no sangue o DNA de governista – perguntou perante o diretório quem queria se divorciar de Dilma e todos levantaram o braço dizendo sim. Estava tudo acabado, mesmo com o partido tendo centenas de filiados ocupando centenas de cargos importantes no governo.

Nenhum dos caciques do PMDB veio perante a opinião pública dizer as razões que motivaram a decisão de abandonar o barco governista, que ameaça adernar por imperícia de seus tripulantes, entre os quais eles mesmos como copilotos e protagonistas. O governo de Lula – onde começaram os erros – e de Dilma Rousseff – que está pagando o preço dos erros do antecessor e dela mesma – desde o começo foi um presidencialismo de coalizão sustentado por duas principais vértebras: o PT e o PMDB. Tentar eximir-se dos erros que levaram o Brasil a esta crise avassaladora estabelece duas hipóteses: ou muita gente do PMDB é cínica ou essa gente acha que o povo é idiota. Será?

DEBANDADA Fontes da Parabólica garantem que se a governadora Suely Campos não chamar para si a condução do PP, especialmente em relação às eleições municipais de outubro, muita gente vai debandar do partido governista. Os candidatos a prefeitos e a vereadores são os principais interessados na ação da governadora, afinal, esperam apoio para defender o governo no embate eleitoral. Eles dizem que fica difícil do ponto de vista eleitoral assumir só os ônus de ser governo, sem levarem qualquer bônus.

DIFÍCIL 1Desde ontem o governo Dilma Rousseff montou uma força-tarefa para comandar a negociação corpo a corpo com deputados para garantir pelo menos 172 votos no Plenário da Câmara Federal a fim de derrubar o impeachment. A abordagem não será pela via partidária, mas diretamente com cada parlamentar. A negociação é na base de um convite para que esses parlamentares indiquem os cargos federais deixados pela saída do PMDB da base governista. São postos de primeiro, segundo e terceiro escalão da máquina estatal federal espalhada Brasil afora.

DIFÍCIL 2A primeira abordagem dos representantes do governo Dilma junto à bancada de deputados federais de Roraima não foi muito alvissareira para o Planalto. Segundo levantamento dos próprios governistas, dos oito deputados, incluindo as duas deputadas, cinco já bateram o martelo e vão votar pelo impedimento da presidente. Os outros três tendem a acompanhar a decisão da direção nacional de seus partidos que, pelo noticiário, tendem a imitar o PMDB, abandonando o barco governista.

TERRASA governadora Suely Campos (PP) está animada com a perspectiva de desatar, finalmente, o nó em que se transformou a regularização das terras transferidas ao Estado pela União. No próximo dia 12 de abril, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério do Meio Ambiente vão sacramentar a decisão já tomada na Câmara Técnica de Destinação de Áreas Públicas na Amazônia, que pacificou com o Governo do Estado a questão das áreas de conservação e outras de caráter inalienável. Feito isso, o processo começará a fluir. O presidente do Iteraima, Alysson Macedo, está em Brasília acompanhando o desenrolar do imbróglio.

APOIOEmbora ainda não tenha sido lançada oficialmente pelo partido, a deputada Shéridan Anchieta (PSDB) já tem o apoio de, pelo menos, seis deputados estaduais que, vez por outra, manifestam essa preferência. São todos parlamentares do Grupo dos 14 que, apesar de manterem ótimo relacionamento com o presidente da Assembleia Legislativa, Jalser Renier (Solidariedade), não mostram interesse em apoiar a reeleição da prefeita Teresa Surita (PMDB), provável candidata do líder.

TRISTEAntigamente, para expressar inconformismo com as coisas desta terra de Macunaíma, era comum ouvir a sentença: Roraima é a terra do já teve. Pois bem. Ontem um dos nossos redatores fez uma visita ao Distrito Hortigranjeiro do Monte Cristo. Idealizado pelo governador Ramos Pereira, na década de 70 do século passado, mas implantado pelo governador Ottomar Pinto, o Monte Cristo era para ser um distrito de produção hortifrutigranjeira com vista a abastecer o mercado de Boa Vista e de Manaus (AM). Infelizmente, o que se vê hoje por lá é só desolação, além de lotes ocupados por quem nada produz. Uma pena ver tanto dinheiro público sem o retorno esperado de geração de riqueza e emprego.

AUXÍLIOFontes da Parabólica dão conta de uma reunião ocorrida ontem, entre o Sindicato dos Agentes Penitenciários e o Governo do Estado, representado pelo secretário de Justiça e Cidadania, Josué Filho, e pelo chefe da Casa Civil, Oleno Matos. Na mesa de negociação, o governo teria acenado com a concessão de um auxílio alimentação à categoria, no valor mensal de R$ 500,00. Cá entre nós, o problema é que isso pode desaguar no legítimo direito de outras categorias reivindicarem o mesmo.