Opinião

Opiniao 08 04 2016 2251

Braile o maior presente para um cego – Vera Sábio*As tecnologias nos dias atuais são o que há de maior inclusão entre as pessoas com deficiência visual. Através da informática acessível há possibilidade de cursar uma faculdade, comunicar-se com qualquer pessoa em pé de igualdade e sem discriminação, ler livros imensos que seriam totalmente inviáveis pelo braile, divertir-se com jogos virtuais, obter novos conhecimentos, trocar experiências, fazer cursos online, participar das redes sociais, conquistar novas profissões como programadores, digitadores e outras em que o uso do computador é essencial.

Enfim, como as demais pessoas que utilizam a caneta, não entendendo como viviam antigamente sem o uso da tecnologia, nós, cegos, precisamos do computador, sem eliminarmos a importância do Braile, principalmente para aquele que nasceu cego.

O Braile é um código realizado a partir da constituição de 6 pontos com duas colunas e três linhas, formando em média 64 combinações, as quais possibilitam a alfabetização, as noções de ortografia, o contato com as palavras, fórmulas matemáticas e todas as condições que a criança que enxerga tem na utilização do lápis em seus primeiros anos escolares.

Ele é extremamente importante no desenvolvimento cognitivo, tátil e intelectual das pessoas que nasceram ou vieram a perder a visão na primeira infância. Também possui, em sua história, o exemplo grande de que podemos fazer das nossas dificuldades meios eficazes na modificação do mundo.

Louis Braile foi um garoto francês que com aproximadamente 4 anos perfurou seus olhos com um instrumento que seu pai utilizava para fabricar sapatos. Após o período de luto e reabilitação, quis estudar e refazer sua vida, tendo a grande ideia de utilizar do mesmo instrumento que lhes deixou cego para construir um objeto chamado de punção, o qual é a caneta do cego; com ela, a pessoa com deficiência visual consegue perfurar os pontos e formar as palavras.

O sofrimento pode ser uma passagem da dor para o prazer, da perca para a reconstrução, da derrota para a realização, do desânimo para a descoberta e da vontade para a ação. Tudo depende de como o utilizamos. O que não podemos aceitar de braços cruzados é a pura intenção sem os gestos necessários para transformá-las em algo concreto, promovendo a inclusão.

Temos no Estado de Roraima um local onde há impressoras em braile e todos os equipamentos e servidores estaduais necessários para uma gráfica onde possam fazer cumprir as leis destinadas à maior inclusão e acessibilidade das pessoas com deficiência visual.     Se fizeram uma lei para que as contas de água, luz e telefone sejam entregues em braile para os consumidores com deficiência visual, por que isto não está sendo cumprido?

Se o MEC envia os livros didáticos digitalizados para que, através desta gráfica, sejam transformados em Braile e entregues no início do ano letivo, para que os alunos “cegos” possam participar das aulas, recebendo os livros doados, como os demais alunos que enxergam, por que estes alunos que não enxergam recebem precariamente apostilas escritas em Braile a mão ou a máquina, muitas vezes precisando eles mesmos  escreverem?

A inclusão só será possível quando tivermos a empatia de que uma pessoa com deficiência visual, hoje, pode ser qualquer um de nós amanhã. E que as pessoas “cegas e de baixa visão” não querem privilégios. O que elas precisam é serem vistas como as demais, tendo oportunidade de estudar e progredir através dos recursos que foram desenvolvidos para sua maior inclusão. No entanto, estes equipamentos estão abandonados, tornando-se sucata e não realizando sua função.

As pessoas com deficiência visual são bem menos deficientes do que a sociedade que as acolhe precariamente. Muitas vezes, elas não conseguem demostrar suas capacidades por falta de adaptações necessárias para isto.

E o gesto concreto que cada pessoa que enxerga precisa realizar, principalmente os pais e cuidadores de alunos “cegos”, é entender que seus entes com deficiências têm todo o direito de estudar como os demais. E se isto não está acontecendo, denuncie. Da mesma forma aqueles “cegos” que precisam para sua maior independência, de conferir suas contas sozinhos, com a utilização do braile. É lei, é seu direito e merecemos que ele seja cumprido.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected]—————————————–O valor de cada um – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa, mas pela maneira de ele executá-la”. (Swami Vivecananda)Já falamos do Vivecananda, por aqui, um zilhão de vezes. Mas vale a pena repeti-lo. Mesmo porque sabemos que o ser humano sempre envelhece, mas raramente amadurece. E nesse rolar da vida demoramos a aprender, pra dedéu. Já estamos no século XXI da era cristã e ainda não aprendemos a viver os dias atuais. Ainda vivemos acorrentados a dogmas que nos impõem no decorrer dos séculos. Ainda vivemos como se o mundo tivesse nascido com Cristo. Mas tudo bem. Cada um na sua. E vejo isso, todos os dias caminhando pelas velhas e degradadas ruas de São Paulo.

Sempre que chego a casa fico imaginando quando é que seremos um povo civilizado, a ponto de nos orgulharmos de nós mesmos.

Tudo de que necessitamos e pensamos que queremos está ao nosso alcance, desde que acreditemos nisso. E só vamos acreditar quando acreditarmos em nós mesmos; no nosso potencial para viver a vida que devemos viver, e está ao nosso alcance. E comece sua batalha, apenas fazendo o que deve fazer como deve fazer. É muito simples. Certo dia, batendo um papo sadio com um casal de amigos, aí em Boa Vista, vivi essa experiência. A esposa do meu amigo comentou:

– Você sempre diz o que a gente deve fazer; e por que você não faz?

Não vacilei e respondi:

– O problema não está em eu não fazer, mas em você não fazer porque eu não faço.

Ela riu, rimos, e o papo continuou. Nem sempre nos espelhamos nas pessoas em quem deveríamos nos espelhar. Na maioria das vezes confundimos sucesso com euforia e riqueza com fortuna.

Nem todos os afortunados são realmente ricos nem felizes, enquanto a riqueza está na felicidade. Nem sempre os mandões são superiores aos mandados. Alguém também já nos disse que: “É do silêncio do povo que nascem os opressores”. E seu silêncio pode estar na sua inércia. Nunca deixe de fazer porque os outros não farão o que você faz. Você é um ser superior, e por isso não deve se sentir inferior a ninguém. Obedeça às ordens fazendo o que você deve fazer como deve ser feito.

Sua superioridade está na sua simplicidade. E é na simplicidade que demonstramos quem realmente somos. E ser simples não é ser submisso. O que nos leva ao comportamento racional. Que critério você está usando para a escolha dos seus candidatos nas próximas eleições? Eles estão dentro do seu padrão de cidadania? Pergunte pra eles o que eles pretendem fazer para abrir a mente dos legisladores para a criação do voto facultativo. Porque não conseguiremos isso sem uma educação cidadã. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460         ————————————-

ESPAÇO DO LEITOR APELO A leitora identificada como Merlita A. Morais ([email protected]) relatou: “Gostaria que, por gentileza, verificassem como os nossos idosos, no Hospital Coronel Mota, no setor de marcação de ultrassom, todas as quintas, estão sendo tratados. É um verdadeiro desrespeito. Desde o dia 22 de março estive na referida unidade tentando marcar exame para meu pai, de 88 anos, onde não havia prioridade. Fui falar com o diretor-geral, que informou que eram os funcionários que estavam fazendo diferente e que a prioridade existe perante a presença do idoso, dentro do limite das 15 vagas. Confirmei e não tinha essa recomendação. É uma falta de respeito com os idosos, que não merecem esta situação”.PASSARÃOA internauta Joana Mattos ([email protected]) enviou o seguinte e-mail: “Quero relatar a situação precária em que se encontra a balsa do Passarão, desde o despreparo dos funcionários até a falta de óleo diesel para o rebocador. São inúmeros os problemas e nenhuma ação é feita para minimizar estas dificuldades, pois há pessoas que dependem da balsa. Queremos uma providência urgente da Codesaima para esta situação, já que o serviço está sendo realizado de forma precária e não podemos ficar isolados”.BASA Em relação ao comentário do leitor Fábio Lucena, a gerência do Banco da Amazônia S.A. (Basa) esclareceu que na sede do Município do Cantá não existe nenhum posto de atendimento da instituição bancária nem caixas eletrônicos. Afirmou ainda que todos os caixas de autoatendimento na agência central, em Boa Vista, estão em pleno funcionamento.TRANSPORTE “Moro em Novo Paraíso, em Caracaraí, e estamos há quase um mês sem aula na escola do município por falta de transporte escolar, uma vez que a maioria dos alunos é das vicinais. A informação repassada é que a prefeitura não honrou o pagamento”, relatou o morador Jeiel Silva dos Santos Matos ([email protected]).