ONDE FICA A NECESSIDADE DO POVO? – Vera Sábio*A maioria dos políticos, somente quando questionados, muito superficialmente esclarecem suas funções visto que seus interesses pessoais perpassam o dever de servir o povo.
A grande maioria dos candidatos sonham com a eleição, já fazendo planos do quanto aquele salário farto e fácil, somado com os desvios frequentes, lhes transformarão a vida e proporcionarão carta branca da impunidade parlamentar.
Porém, a esperança do povo sofrido está em políticos sérios que realizam projetos que ainda não existem, os quais de maneira simples podem resolver situações específicas que passavam despercebidas.
E foi por verificar aqui mesmo no jornal, o veto da governadora, a respeito de dois projetos feitos por uma deputada da oposição, os quais me chamaram muito atenção, pois sou mulher e sou cega.
Devo ser ignorante mesmo quando passei em concurso público há 20 anos, concurso este que já respeitava o acesso da pessoa com deficiência visual e outras deficiências, afinal pude escolher realizar em braile, de maneira digital ou com uma pessoa selecionada para ler a prova para mim. No entanto, há pouco tempo um deputado do lado do governo fez um projeto para pessoas com deficiência conseguirem realizar as provas dos concursos com acessibilidade. Com isto, a falta de uma investigação básica, a fim de saber que já existe esse projeto há muitos anos, passou despercebido e o projeto foi aprovado.
Então lhes pergunto, a onde fica a necessidade do povo?
Sabemos do aumento de vítimas mulheres que são constantemente agredidas por homens, e colocaremos esta necessidade em outros planos, quando o projeto for elaborado por políticos do lado do governo?
Sabemos também que um teste simples de acuidade visual pode levar a detectar o quanto antes a necessidade de crianças e adolescentes procurarem o oftalmologista e evitarem a cegueira. E este projeto foi vetado.Por que mesmo?
Sempre repito esta frase quando observo a terrível corrupção:“contra fatos, não há argumentos”.
Assim, caro eleitor, não seja apenas um indignado, mostre com seu voto sua total indignação. Saia do seu comodismo e pegue para você problemas que agora parecem não serem seus. Afinal somente com empatia podemos enxergar atrás de tantos floreios uma triste realidade. Pouco ou praticamente nada é feito realmente de bom para nosso povo, os quais pagam o salário gordo dos que dizem nos representar. E o pior, quando surge políticos que querem fazer algo relevante, por vezes são barrados, principalmente se forem da oposição, não levando em conta que depois de eleitos, todos devem estar do mesmo lado, ou seja, o lado do povo.*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected]. (95) 991687731—————————————–Derruimento à brasileira – Tom Zé Albuquerque* Há poucos dias ocorreu uma tragédia no Rio de Janeiro com o desabamento de uma ciclovia, fruto de negligência, falta de planejamento, desrespeito às normas e descaso do poder público. Detalhe: a obra foi inaugurada no último mês de janeiro e custou a bagatela de 44 milhões de reais.
Ao assistir à chocante reportagem, apontando 3 mortos mais alguns desaparecidos, inevitavelmente a firmei de forma análoga com a bagunça que se transformou o Brasil, um país em deterioração, em queda livre, desabando pelos impactos que naturalmente não se sustentam, de que a incompetência, a imprudência e a irresponsabilidade têm validade, e não podem perdurar para sempre. Ah, mas o prefeito da cidade, que está em Atenas, garantiu que serão apuradas as responsabilidades. Sério? Aqui em terras tupiniquins são presos engenheiros, donos de empreiteiras, diretores de empresas públicas e outros que sustentam o poder com suas propinas astronômicas, mas os sustentados continuam incólumes.
Remonte-se a quase uma década quando, paradoxalmente, o Brasil – país pobre, de estrutura e serviços precários à população -, foi escolhido para sediar uma copa do mundo de futebol e, de carona, as olimpíadas. Naquele tempo, discordar desses absurdos era uma espécie de antipatriotismo; opinar contrariamente sobre a derrama de bilhões de reais para pão-e-circo num país em crise perene na área de saúde, educação em frangalhos, segurança pífia, infraestrutura de países de terceira linha, era ser intransigente ou não. Mal sabíamos que existia por trás de tudo isso um interesse macabro do governo central para que obras gigantescas ocorressem no Brasil, pois algo mais lucrativo para facções políticas ainda não há.
Não temos como saber a dimensão dos valores pecuniários desperdiçados em obras neste país; não fazemos ideia de o que está por trás de inúmeras (e por vezes ilógicas) construções, reformas, desvios (sem trocadilhos)… a realidade é cruel, profunda, nefasta. Superfaturar obras no país do Neymarvirou esporte nacional. Os beneficiados estão articulados em teia, ganham-se benesses alguns grupos aqui, outra ala mais uma vez acolá, depois nova fatia é destinada, e assim seguem petrolões, mensalões, estádios, quadras e outros “elefantes brancos” oxigenando as traquinagens do poderio político, explícitas ou ainda acortinadas.
Sinceramente, não sei o que será de meu país, que mais parece um barco à deriva se batendo em rochas, pra lá e pra cá, sem comando, sem botes salva-vidas para todos. Por que chegamos a esse implacável estágio? Certamente tem a ver com o que o incrível poeta russo Leon Tolstoi defendeu lá no século XIX: “Mas a verdade é que não só nos países autocráticos como naqueles supostamente livres as leis não foram feitas para atender à vontade da maioria, mas sim à vontade daqueles que detêm o poder”. *Administrador – email: [email protected]——————————————Quem colocou essa caçamba ai? – Valdir Fachini* Class, Plaft, Cablam, não sei exatamente qual foi o barulho que ouvi, só sei que não gostei, não parecia com um som de música, lembrou um pouco… o carimbador maluco do Raul, mas muito vagamente, também não tinha nada a ver com o barulho de uma flor caindo ao solo ou com o estalar de um beijo.
Nem de longe se assemelhou com o ruído do vento no balançar das folhas, nenhum som alegre se parecia com aquilo. Confesso que não fiquei nem um pouco feliz, nem arreganhando os dentes, mas uma coisa eu aprendi, barulho dói. Descobri que barulho dói, doeu na alma, nos ouvidos, no coração e principalmente no bolso, ainda mais nessa crise que estamos passando, quando o dinheiro está cada vez mais curto.
Maldita hora em que dei marcha ré sem prestar atenção no obstáculo que tinha atrás e o dito cujo era uma caçamba, uma baita duma caçambona amarela com adesivos refletivos, não sei por que não a vi. Ela estava lá na rua encostada no meio-fio, como se estivesse me esperando, toda arranhada, cheia de hematomas e cicatrizes, como se me pedindo… venha…bata em mim, judiar dessa pobre coitada que só serve pras porcarias que ninguém mais quer, só sirvo pra me jogarem os restos de obra, exagero dela, pois ela se machucou muito menos que meu carro, meu lindo carrinho preto, novinho quase zero.
E lá vou eu gastar meu dinheirinho suado(nem sei quantos cabelos vou ter que cortar) tenho que comprar uma lanterna nova, um para-choque e gastar com funilaria e pintura. Mas eu sei que esse é o preço que tem que se pagar pelo conforto de se ir onde quiser na hora que nos convém sem depender de ninguém, também é o pagamento pela nossa desatenção, por querer tudo muito rápido sem perda de tempo, a gente sempre se esquece daquele velho ditado… quem tem pressa…
A caçamba ficou lá com mais um amassadinho quase imperceptível e o meu carrinho novinho, bonitinho quase zero está aqui, lanterna quebrada e as marcas amarelas, oh dó! *Escritor————————————–Que caminho tomar? – Afonso Rodrigues de Oliveira*“O caminho acima e o caminho abaixo são um só e o mesmo”. (Heráclito)Todos nós costumamos recorrer ao sapo da Alice. Estamos sempre na encruzilhada sem saber que rumo tomar. E é nesse engodo que estamos sempre nos preparando para a vida sem aprender a viver. Mas tudo é simples pra dedéu. Difícil é acreditarmos em nós mesmos e decidir que vereda tomar, sem a orientação do sapo. Os caminhos são o mesmo. A decisão é que é nossa. Todos somos donos dos nossos destinos. O fato é que raramente sabemos que destino nos interessa realmente. Não podemos ser felizes se não procurarmos a felicidade em nós mesmos. Já sabemos, embora não acreditemos, que ninguém tem o poder de nos fazer feliz, a não ser nós mesmos.
Não importa nem interessa o que você faz na vida. O que realmente importa é o que você faz da vida. Se a vive com felicidade ou infelicidade. Lembre-se sempre do Bob Marley: “A vida está para quem topa qualquer parada, e não para quem para em qualquer topada”. Comece seu dia, hoje, determinado, ou determinada, não importa, a ser uma pessoa realmente feliz. Não permita que as coisas ruins que estão acontecendo no dia a dia e todos os dias lhe tragam tristeza. E a tristeza pode vir nos aborrecimentos. Logo, evite-os. Por que se aborrecer quando você pode tirar de letra, todos os maus momentos? A melhor maneira de evitar que alguém aborreça você é você não se aborrecer com o alguém. Aí você deve se lembrar do Jaime Costa: “Não há bobo mais bobo do que o bobo que pensa que eu sou bobo”. Simples pra dedéu.
Aprenda a ler as pessoas. Mas tem que fazer isso com personalidade. Senão você é que está no caminho abaixo. Esqueça as descidas. Enfrente as dificuldades nas subidas. Cada degrau que você sobe na escada da vida significa que você evoluiu. E a escada da vida sempre dirige ao horizonte infinito. Porque a vida é infinita, chamada de eterna. O erro está em pensar que o horizonte está na horizontal. Porque a vida é, realmente, um cadinho de ilusões, onde se funde a argamassa da racionalidade. Mantenha-se no patamar superior, mas sem a inferioridade da arrogância e da empáfia. Somos todos iguais nas diferenças. Leia as pessoas no olhar delas. Mas é você que tem que saber fazer a leitura para entender que caminho você quer tomar; se o abaixo ou se o acima.
A decisão será sempre sua, e os resultados também. Logo, decida antes que alguém tente decidir por você. Mas amadureça primeiro. Encare, com sabedoria e maturidade, a grade fantástica na Universidade do Asfalto. É nela que você fundirá todos os conhecimentos adquiridos nas escolas. Pense nisso.*[email protected]