Bom dia!Vivemos um período de crise no Brasil. É a crise econômica que se enreda na crise política, embola com a crise social e deságua na crise moral. Os brasileiros e brasileiras vivem momentos de amargura e não veem, pelo menos em curto prazo, uma saída para vencer as imensas dificuldades de perda de emprego, empobrecimento e volta da inflação. Tudo isso sob a moldura dos maiores juros do mundo, que atingem especialmente uma classe média recentemente chegada ao mercado consumidor. O Brasil é reino de usura legalizada.
Ainda assim, é possível tirar algum proveito dessa situação de desesperança e aproveitar a crise para que possamos exigir dos agentes públicos brasileiros um mínimo de respeito e trabalho para reorganizar a pátria tupiniquim. Em primeiro lugar, é necessário fazer o Judiciário funcionar – dentre essa exigência está a de garantir a conclusão de ações como as da Lava Jato – sem extrapolar seus limites constitucionais. É urgente, inclusive, discutir o modelo, já provadamente desgastado, de indicação de ministros e desembargadores dos tribunais superiores.
É também imprescindível que se discuta e mude o papel do Legislativo brasileiro. Afinal, os chamados representantes do povo, em suas várias instâncias, custam uma fortuna aos cofres públicos e tomam medidas que aumentam ainda mais o desperdício do dinheiro retirado do contribuinte. É fundamental que se crie mecanismos para punir com rapidez e rigor os crimes por eles praticados. É bom lembrar que nesse tempo de impeachment ficamos sabendo que quase 200 parlamentares federais são bandidos e surrupiadores de dinheiro público. Se projetarmos para os parlamentos estaduais e municipais essa situação, chegaremos à conclusão inevitável de que somos representados por uma corja que precisa ser banida da vida pública nacional.AGORAFinalmente, depois de 12 anos tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Marco Aurélio poderá decidir sobre um inquérito que apura um caso de corrupção em que o acusado é o senador Romero Jucá (PMDB). A denúncia, que virou o Inquérito Nº 2116/2004, envolve o pagamento de propina na aplicação de recursos federais – oriundos de emendas de parlamentares ao Orçamento da União – no Município de Cantá, quando o prefeito era Paulo Peixoto.O CASOSegundo a Procuradoria-Geral da República, existem evidências de que o então prefeito, Paulo Peixoto, teria realizado licitações fraudulentas com orçamentos superfaturados, tendo repassado parte das verbas federais ao senador Romero Jucá. Na época, durante as investigações, a Polícia Federal chegou a fazer gravações telefônicas em que Paulo Peixoto cobra do empreiteiro o repasse da propina, alegando que uma parte seria para pagar Romero Jucá.PRESCRIÇÃOÉ natural que muitos se sintam esperançosos quanto à expectativa de que a justiça possa, finalmente, alcançar os políticos acusados de desvios de dinheiro público. A esses bem intencionados, a Coluna recomenda cautela. Essa acusação, como dissemos, já tramita faz 14 anos no STF e não está descartada a possibilidade de o ministro Marco Aurélio de Mello decretar a prescrição punitiva que poderia ser aplicada a Romero Jucá. Aliás, a estratégia de empurrar com a barriga processos que tramitam na Justiça, especialmente os que estão no STF, até que os crimes sejam prescritos, é a principal “janela” que os políticos utilizam para continuar impunes.CONFUSÃOUm internauta criou uma página na internet para convocar os eleitores da Capital a não reelegerem qualquer dos 21 vereadores da atual legislatura da Câmara de Boa Vista. A página está sendo muito acessada e, embora seja um direito assegurado ao cidadão pela Constituição Federal, a esposa de um vereador não gostou da iniciativa e partiu para a briga. A Coluna estimula que está na hora de os eleitores boa-vistenses começarem a refletir sobre as eleições de outubro avaliando o desempenho de quem tem mandato no Legislativo e no Executivo.CORESUm fato no mínimo inusitado marcou a sessão plenária da Assembleia Legislativa quando da votação do projeto de lei que institui as cores do brasão do Estado a serem utilizadas na pintura de prédios públicos. O deputado estadual Chicão da Silveira, na hora de pronunciar seu voto, à semelhança do que fizeram seus colegas da Câmara Federal, disse em alto e bom som: “Eu sou do PP e tem de pintar nas cores do partido mesmo”. Assim caminha nossa história política.NA CAPITALDepois de realizar algumas sessões no interior, o Governo do Estado resolveu realizar o programa “Caravana do Governo do Povo” na Capital. Será no Conjunto Cidadão, na Escola Elza Breves, na próxima sexta-feira. Nas reuniões realizadas no interior, foram mais de 7.800 atendimentos, dos quais 3.400, na área da saúde. Em cada sessão, o governo oferece cerca de 70 tipos de serviços públicos. VALE A PENANo sítio do Senado Federal é possível a qualquer cidadão ou cidadã brasileiro fazer um download e baixar gratuitamente o livro “História das Ideias Políticas no Brasil”. É uma obra indispensável para quem deseja conhecer muita coisa sobre essa República tupiniquim. E como dissemos acima, é de graça.