Bom dia!Só agora a presidente Dilma Rousseff (PT) deve estar se convencendo de que o processo de impedimento no qual ela está como ré não é apenas operado pelo poder Legislativo, ou seja, pelos políticos. Na verdade, começa a parecer ridículo o discurso dos defensores da presidente ao alegarem que ela está sendo vítima de golpe, promovido e patrocinado pela direita fisiológica do Parlamento brasileiro. Assim, como chega às raias do cinismo, o discurso dos adversários de Dilma e do PT quando a acusam de crime de responsabilidade por conta das pedaladas fiscais, que foram, e isso tem de ser dito com toda clareza, anistiadas pelo Congresso Nacional, quando da aprovação daquela lei, no dia 12 de dezembro de 2015, que fixou nova meta de superávit primário para o exercício de 2015.

O afastamento do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinado ontem pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, é indicativo de que o STF, através de seus ministros, sempre mostrou simpatia pelo processo de impedimento da presidente. Ora, Eduardo Cunha já cumpriu, e com muita eficiência e eficácia, seu papel neste processo, agora pode ser descartado, como de fato foi. Afinal, por que o STF demorou tanto a defenestrá-lo do cargo que vinha lhe servindo, há muito tempo, para retardar o processo que a Comissão de Ética da Câmara Federal lhe move por quebra de decoro parlamentar? A resposta é simples: sua presença no comando da acessibilidade do impeachment foi fundamental.E RENAN?A justificativa dada pelo Supremo Tribunal Federal para afastar Eduardo Cunha (PMDB) da presidência da Câmara dos Deputados foi a de que ele, naquele posto, seria um substituto eventual de Michel Temer, na eventualidade deste assumir a presidência da República, com o afastamento de Dilma Rousseff (PT). E um presidente da República, mesmo interino, não pode assumir se for réu em qualquer ação penal. Acontece que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), é o segundo na linha sucessória, sendo igualmente como Cunha, réu em vários processos que tramitam no STF. Vão afastá-lo também?  QUÓRUMO presidente da Assembleia Legislativa, Jalser Renier (SD), viajou para Brasília e, sem ele, não houve quórum para a realização da sessão plenária. Enquanto o painel registrava a presença na Casa de 16 parlamentares, nossa reportagem contou apenas 13 deles em plenário. Indagado por nossa repórter sobre o porquê das ausências, um parlamentar – a Coluna vai mantê-lo no anonimato – saiu-se com esta: “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”.CASSAÇÃOVem confusão por aí capaz de alterar a composição na bancada da Câmara Municipal de Vereadores de Boa Vista. Um vereador que mudou de partido o fez antes que fosse promulgada a lei que criou a chamada “janela” para que parlamentares com mandato pudessem trocar de siglas sem perdê-lo. O partido do suplente do vereador mudancista entrou na Justiça Eleitoral pedindo a declaração de perda do seu mandato e, segundo fontes da Coluna, a decisão judicial está prestes a sair. Vem banzeiro por aí.EXPOSIÇÃOO secretário de Comunicação da Prefeitura de Boa Vista, Weber Negreiros, visitou ontem a Folha. Aqui trouxe a informação de que a prefeita Teresa Surita (PMDB) está em Brasília. Ela foi fazer a apresentação do programa “Família que Acolhe” para técnicos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A ideia do banco é apoiar esse programa social do município que faz atendimento especialmente às mulheres dentro de uma visão integrada às suas famílias.COLCHÕESEm relação à nota “Faltando”, publicada na coluna Parabólica de ontem, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que está adquirindo mais de mil colchões novos de diversas especificidades para atender ao Hospital Geral de Roraima (HGR) e a previsão é que dentro de 30 dias o material já esteja disponível para atender aos milhares de usuários daquele que é o nosso maior hospital.TUBERCULOSEAinda sobre nota publicada neste espaço, a Sesau diz que os pacientes com tuberculose, atendidos no Pronto Atendimento Ayrton Rocha, deveriam ser atendidos nos postos de saúde, devendo ir para as unidades de urgência e emergência apenas as situações de agravamento. “Frisamos ainda não ser possível fazer o diagnóstico do paciente na recepção da unidade, uma vez que é necessário um exame específico para isso. Uma vez diagnosticada a patologia, todas as práticas de biossegurança são adotadas e todos os procedimentos necessários adotados na unidade que, exceto em casos graves, encaminha os pacientes para tratamento na Atenção Básica”, finaliza a nota.AMBIENTALISMOA Câmara dos Deputados está empenhada em abrir as discussões sobre a retomada de um projeto concebido ainda no governo FHC: o Arco Norte. Um dos maiores entusiastas da iniciativa é o deputado por Roraima Remídio Monai (PR), que defende o prolongamento da BR-210 (antiga Perimetral Norte) até encontrar a BR-169 (Santarém-Cuiabá). A ideia é meritória e claramente viável do ponto de vista econômico, mas vai esbarrar, com certeza, na resistência dos ongueiros e ambientalistas. E eles mandam na política federal para a Amazônia.