Opinião

Opiniao 16 05 2016 2429

Vocação brasileira – Tom Zé Albuquerque* Estive relendo uma crônica do crítico e cineasta Arnaldo Jabor, intitulado de “As confissões sinceras de um ladrão brasileiro”, o qual relata numa metáfora bem familiar sobre o comportamento natural de alguém que se apropria do que é alheio.

No conteúdo, existe um personagem autêntico em declarar “Gosto de ser ladrão, doutor… Hoje não roubo por necessidade, doutor; é prazer mesmo”. O desenrolar textualizado é muito interessante, especialmente por se tratar do retrato de um Brasil falido moralmente, enraizado pela cultura de levar vantagem, de burlar e falsear não necessariamente por necessidade, mas pela tara de surrupiar as coisas dos outros. Como disse o jornalista José Simão: “roubar no Brasil virou esporte nacional”.

No texto de Jabor, o corrupto argumenta sobre o prazer de trapacear: “…preciso da adrenalina que me acende o sangue na hora em que a mala preta voa em minha direção, quando vejo os olhos covardes do empresário me pagando a propina (…) adoro a sensação de me sentir superior aos otários que me `compram`, eles se humilhando em vez de mim. Roubar é sexy, doutor…Roubar também me liberta, me tira do mundo dos obedientes. Veja, caro leitor, mais similar com a nossa realidade, impossível!”.

A impressão que tenho é que ser normal (portanto, honesto) é algo a ser ridicularizado por boa parte da sociedade brasileira, porque passa-se a ideia de o correto ser frouxo, abestalhado, sem ambição. Aliás, o bem-sucedido é normalmente tratado no Brasil como esperto, astuto, mas de forma pejorativa, não necessariamente por aquele profissional ou empresário que acumulou patrimônio honestamente, fruto de muito trabalho. Ser bom, então, é ser ruim no Brasil?

O mesmo autor expõe em seu artigo, através de seu personagem, que “O honesto é triste, doutor, a virtude dá úlcera, o honesto anda de cabeça baixa com baixos proventos, com uma vida limitada, sem conhecer o coração disparado, o gosto ácido da aventura, o honesto não sabe da santidade da sordidez, de onde contemplamos o mundo careta com desprezo”. Incrível, não? Pois é exatamente assim que se porta a bandidagem de colarinho branco no país, se regozijando em acumular riqueza ilícita, mesmo que comumente ostentando honestidade; são sabujos farsantes da cumplicidade vil.

O mesmo personagem brasileiro se autopromove numa manifestação tragicômica ao afirmar que “Eu sou especializado em bens públicos, doutor, é o que me dá mais tesão, saber que estou roubando todo mundo e ninguém (…) Olhe pra mim, doutor. Eu estou no lugar da verdade. Este país foi feito assim, na vala entre o público e o privado. Há uma grandeza insuspeitada na apropriação indébita, florescem ricos cogumelos na lama das maracutaias. A bosta não produz flores magníficas?” Triste realidade brasileira… e sem perspectivas em curto prazo. *Administrador———————————-FÉ – Roberto Barbieri*O processo da fé não é algo simples e gratuito. Envolve esforço e dedicação. Não se consegue da noite para o dia, precisa haver o embrião, daí o crescimento e fortalecimento, até que se crie raízes e haja a solidificação na pessoa.

No começo pode haver dúvidas, questionamentos, insegurança, incertezas, porém à medida que o tempo passa há um assentamento e criam-se as condições para que a fé se torne firme e inabalável através da persistência e perseverança.

Esta firmeza somente chegará pela experiência e pelo sentimento pessoal de cada um visto que a fé não poderá ser transmitida a outra pessoa. No máximo uma pessoa pode servir de exemplo, porém não poderá transpor esta fé a outra, sendo que a certeza da fé somente chegará dentro do íntimo de cada um.

Pelo menos estas são premissas anunciadas pelas pessoas que a possuem.

Durante este processo de aquisição da fé no plano religioso, a pessoa exercita a sua imensa vontade (biológica) de acreditar que o imponderável está atrelado a um ser maior que se comunica com ela, de alguma forma, ou a ouve através de seus pedidos e súplicas, que chamamos de orações dentro de cada religião. Esta vontade de crer é nata do ser humano, um desenvolvimento cerebral conhecido, adquirido no processo evolutivo, tal como desenvolvemos os sentimentos, as emoções, as artes, a razão, a lógica, a capacidade de observar, inferir, deduzir, enfim, a tomada de consciência e a capacidade de pensar.

A fé precisa de ser implantada e assimilada na cabeça de cada um, por si mesmo, baseada num esforço que vence as barreiras contrárias à sua existência, à custa de repetição dia a dia, de formação de conceitos que se tornam inatacáveis e por isto mesmo passam despercebidos quanto à sua real veracidade. Daí poder-se dizer que a pessoa pode estar criando uma fantasia que mostre uma luz ao final do túnel mais agradável, começando com pequenas inverdades para si própria, depois com inverdades maiores com a máxima das boas intenções (afinal não enganará ninguém a não ser ela própria).

Aparentemente um potencial prejuízo é somente para ela, porém via de regra, durante os fanatismos e julgamentos dos próximos, afloram os sentimentos baseados nesta fé imutável, que pode possuir pontas afiadas, ferir e distorcer a realidade em torno da própria pessoa, embora, costumeiramente, isto jamais será admitido por ela mesma. O julgamento de uma pessoa de fé sobre outra que não a possui, pode chegar às raias da hostilidade, fato comumente observável.

A formação inicial do processo da fé, disfarçada pela capa da bondade e da pretensa submissão a um deus maioral, tem de fato uma origem e fim muito parecidos com o pensamento de Dostoievski no clássico Irmãos Karamazov: “O homem que mente para si mesmo e escuta as próprias mentiras chega a um ponto em que não pode distinguir a verdade e a mentira dentro de si ou ao redor de si, e assim perde todo o respeito por si mesmo e pelos outros”.

Por isto, e não é uma regra e sim apenas constatações pontuais, pessoas que não possuem fé, podem ser mais confiáveis socialmente, ter mais sentimento de humanidade e serem melhores para os seus pares do que as que a manifestam.

Isto pode até soar mal se não for analisado exclusivamente sob o ponto de vista psicológico, sem preconcepções e sem que a afirmação tome conotação de ataque, o que é difícil de não ocorrer.*Articulista – Passos – MGhttps://rrbarbieri.wordpress.com/————————————–O SAFADO E A ROLHA DE POÇO – Valdir Fachini* Safado! Era assim que ela se referia a ele quando queria lhe colocar os grilhões, quando fazia comentário com amigos e parentes que envolvesse a sua pessoa, ou simplesmente quando queria te xingar e humilhar.

Na casa, a prole e até o papagaio chamava ele assim e aqueles parentes (da parte dela, é claro)que se achavam os donos da verdade também tiravam uma casquinha.

Rolha de poço! Era assim que ele chamava ela, mas só em pensamento e ainda assim pensava bem baixinho.

Tudo começou quando Epaminondas, que era um homem de Deus, católico mas não muito frequente, executivo de uma firma grande com um salário bem grande também ofereceu carona pra sua secretária numa tarde muito chuvosa. A danada era muito bonita com um belo par de coxas, seu Nonô até que deu uma olhadinha, mas ficou na sua.

Mas teve um espírito de porco que achou por bem contar pra dona Laudicéia Cristina (dona Cris, também católica mais frequente que o marido, porém o diabo habitava aquele corpo balofo que com o tempo embalofou mais).

Ela passou a mão na cabeça e gritou ….é isso que eu mereço seu traste, chifre?

Desse dia em diante sua mansão passou a ser a casa dos fundos junto com os ratos, só entrava na casona pra fazer algum serviço que os pamonhas dos filhos não sabiam fazer.

Chegou janeiro, férias calor, a galera toda foi pro nordeste, menos seu Nonô e o papagaio. Lagosta, água de coco, camarão, brisa gostosa, massa adiposa bronzeando, mas na hora de pagar a conta… danou-se, o cartão estava bloqueado. Ficaram os relógios e joias pra pagar a conta, a filha mais nova teve até que dar um beijinho no gerente pra ter um desconto e voltaram pra casa no meio das férias.

Na garagem da casona tinha uma caminhonetona da hora 0KM as portas da casa nem adiantava tentar abrir, seu Nonô trocou todas as fechaduras, mas a casa dos fundos estava a inteira disposição, seu Nonô só pediu pra não machucar os ratos pois ele tinha pego amor nos bichinhos.

Mas agora está tudo bem, eles estão felizes na edícula, dona Cris, os parasitas e o papagaio.

Na casona, de caminhonete mais nova ainda também está muito feliz o Pepezinho (apelido que ele ganhou da namoradinha trinta anos mais nova que ele arranjou), mas isso eu não posso afirmar, me contaram. *Escritor————————————-A felicidade nas vantagens – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A felicidade não se produz por grandes golpes de fortuna, que ocorrem várias vezes, mas sim por pequenas vantagens que ocorrem todos os dias”. (Benjamin Franklin)Inicie sua semana procurando a felicidade. Mas não caia na esparrela de sair por aí, procurando-a. Cometemos esse equívoco em toda a nossa vida. Raramente aprendemos que a felicidade está em nós mesmos. A dificuldade está em acreditarmos nisso. E quando não acreditamos nisso é porque não acreditamos em nós mesmos. E se não acreditamos é porque não nos valorizamos. E é aí que a jiripoca pia. Em vez de procurarmos ver o que há de errado conosco, ficamos botando a culpa na coitada da sorte que não tem nada a ver com isso. Ela, a sorte má, não é mais do que o resultado do nosso despreparo. A boa sorte é o resultado dos nossos conhecimentos no que realmente somos.

O que você é ou o que pensa que é? Já sabemos que somos o que pensamos, mas nem sempre somos o que pensamos que somos. Quando nos conhecemos somos o resultado positivo de nossa origem. Porque somos todos da mesma origem. Viemos todos do mesmo Universo, para onde voltaremos. E é na nossa evolução racional que alcançamos o caminho de volta à nossa origem. Aproveite a semana que se inicia para refletir sobre o que você é, e o que quer e vai ser. Porque a decisão é sua e de mais ninguém. Espelhe-se na sua beleza espiritual. Não permita que nada, nem ninguém, faça de você um boneco marionete ou títere de alguém.

Aproveite cada momento do seu dia a dia. Cada segundo de sua vida é muito importante para a sua evolução racional. Cultive sua beleza no que você é. Ame-se com orgulho de ser o que é. A beleza traz a felicidade. E você não vai encontrar a felicidade vendo o mundo e as pessoas como coisas feias e indesejáveis. Lembre-se de que somos todos iguais nas diferenças. E se é assim, não há diferenças. Sua beleza está em você e não na cor de sua pele. Não importa a cor dos seus olhos, desde que neles brilhe a beleza da felicidade. E, acredite, tudo vem através do amor. Então ame. É no amor que está a entrega. Inicie sua semana espraiando a felicidade. Você tem todo o poder de que necessita para isso. Não desperdice seu precioso tempo com maus pensamentos ou coisas que lhe tragam tristeza. Tudo que acontece em nossas vidas faz parte da vida. É a vida que queremos viver que vivemos. Nossa felicidade, ou infelicidade, está dentro de nós mesmos. Cabe a cada um de nós escolher o que realmente quer e buscar dentro de si mesmos. Os obstáculos que enfrentamos nas nossas vidas estão aí para nos fortalecer. Pense nisso.

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