Bom dia!Nos anos 90 do século passado, o economista paraibano Celso Furtado, um nordestino que pela sabedoria foi transformado em cidadão do mundo, especialmente na França, onde lecionou por vários anos na Universidade de Sorbonne, disse sobre a equipe econômica montada por Fernando Henrique Cardoso, que tinha como figura de proa o economista Pedro Malan: “Eu não sei se esses rapazes são brasileiros representantes do país no Fundo Monetário Internacional (FMI) ou no Banco Mundial (Bird), ou se representam os interesses dessas instituições no Brasil”. Furtado, que já ultrapassara 80 anos de idade, queria se referir à visão internacionalista de uma equipe tecnicamente preparada, mas com pouca sensibilidade para com os problemas existentes num país tão desigual como o Brasil.
Fazemos aqui, na Parabólica, a reminiscência do pensamento do mestre Celso Furtado para falar um pouco sobre a equipe econômica do presidente interino, Michel Temer, que tem no engenheiro Henrique Meireles sua referência principal. Sem dúvida, a equipe de Meireles, até onde ele conseguiu resistir à pressão dos políticos, é a única capaz de marcar uma diferença entre este governo, até agora provisório, e sua antecessora Dilma Rousseff (PT). O restante da equipe do novel governo está na mesma altura, inclusive de imoralidade, do governo passado.
Acontece, como era esperado, que a equipe de Meireles é composta basicamente por operadores de mercado. São economistas com boa formação teórica, alguma bem sucedida experiência administrativa e, sem muito histórico de bandalheira, com boa parte da equipe de Temer. Eles são acreditados pelo mercado, especialmente o financeiro, mas o Brasil é muito maior que isso. Somos mais de 200 milhões de almas cheias de sonhos e aspirações, e que seguramente não estaremos dispostos a ter paciência com erros de quem não elegemos.PLACADa prefeita Teresa Surita (PMDB) recebemos mensagem, via WhatsApp, dando conta de um desmentido sobre a nota publicada cá, neste espaço, ontem, sobre a retirada da placa alusiva à inauguração da Praça das Águas com o nome do ex-prefeito Ottomar Pinto, em cuja administração a obra foi construída. Teresa disse que, ao contrário, a antiga placa não só foi mantida como revitalizada. Na verdade, a prefeita tem razão. A Coluna foi lavada ao erro por acreditar numa publicação feita em rede social.PASSARÃO 1Entre outras causas, a estiagem que se abateu sobre Roraima fez com que boa parte dos hortigranjeiros que se encontra hoje no comércio local venha de fora. No domingo, por exemplo, um dos nossos redatores comprou banana-maçã vinda do Pará, precisamente da região do Baixo Amazonas. Pois bem, faz quase três décadas que o Governo do Estado tenta implantar o projeto de irrigação do Passarão, cuja área, se realmente explorada, tem capacidade de abastecer Roraima e ainda exportar para Manaus (AM).PASSARÃO 2O Projeto Passarão fica à margem direita do rio Uraricoera, com solos de boa qualidade e água com fartura. Está ligado a Boa Vista por estrada asfaltada, a cerca de 50 km, e dispõe de energia elétrica trifásica. Além do mais, em várias administrações, o Governo do Estado já enterrou naquele projeto uma montanha de dinheiro, foram milhões de reais que nunca deram o retorno esperado. Segundo fontes da Coluna, ainda hoje tem recursos liberados pelo Governo Federal – algo em torno de R$ 19 milhões para a conclusão do Passarão. O que não se entende é por que o atual governo ainda não deu prioridade àquele projeto.CANDIDATURAO ex-senador Mozarildo Cavalcanti (PTB) esteve ontem na Redação da Folha. Ele disse que, pessoalmente, está decidido a ser candidato à Prefeitura de Boa Vista, concorrendo com a atual prefeita, Teresa Surita (PMDB), que é candidata à reeleição. Ele disse que a direção nacional de seu partido vai abraçar sua candidatura e que está se ocupando de conversar com futuros aliados. Tido como um dos mais fiéis correligionários da governadora Suely Campos (PP) e do ex-governador Neudo Campos (PP), o líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Brito Bezerra (PP) diz que Mozarildo é a melhor opção como candidato governista: “Vou lutar para que ele receba o apoio do PP e do governo”, disse.SEMO vice-governador Paulo César Quartieiro continua sem partido e divide seu tempo entre Roraima e Pará, para onde se transferiu depois que foi expulso da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Ele e família são produtores de arroz irrigado na região da Ilha de Marajó, onde viraram referência para outros produtores daquela tradicional região paraense. Roraima, sem dúvida, perdeu um grande empresário rural. Perguntado pela Coluna sobre seu futuro partidário, Quartieiro disse não ter pressa para defini-lo, mas lembrou que tem ótima convivência com Helder Barbalho, que é do PMDB, e deve ser o futuro governador do Pará.ASSUMIRÁO deputado Federal Édio Lopes deverá assumir, na próxima semana, a presidência do Diretório Municipal de Boa Vista do Partido da República (PR). À Coluna ele disse que o PR não deverá lançar candidatura própria à Prefeitura da Capital e que hoje a tendência da sigla é apoiar a reeleição da prefeita Teresa Surita (PMDB). Édio também deverá ser indicado vice-presidente regional do PR.