Propinoduto Brasil – Jessé Souza*Dias desses, soube do caso de uma empresa local que tenta receber o pagamento pelos serviços que presta a governos para que possa sobreviver e pagar salários e os direitos trabalhistas de seus funcionários, os quais prestam serviço a órgãos públicos. Missão difícil esta porque, por onde seus representantes andam, tentando fazer seus processos correrem, aparece alguém pedindo propina.
Esse caso representa o resumo de tantos outros que alimentam a corrupção nesse país do impeachment. É praticamente um tormento um empresário honesto querer sobreviver prestando serviço para governos, a começar pela licitação, pois geralmente ela é dirigida para quem faz parte dos esquemas, geralmente uma empresa que se submete à propinagem ou que pertence a políticos.
Diante desse quadro, é difícil explicar aos extremistas que atacam movimentos sociais que lutam pelos direitos da coletividade e de minorias, que é essa batalha não é necessariamente contra o capitalismo nem em favor do socialismo ou comunismo (sim, há diferença, mas essa gente também desconhece os significados).
Essa grande luta é contra o capitalismo corrupto que existe não só no Brasil. Os brasileiros nunca experimentaram o capitalismo que não seja corrupto, esse das grandes empresas metidas até o pescoço com a sujeira da política partidária. E isso não foi inventado agora. Vem de longos anos.
O capitalismo corrupto enriquece as grandes corporações e os políticos desonestos, empobrecendo ainda mais a população que depende dos serviços públicos ou da geração de emprego e renda baseada nos direitos trabalhistas e na justa distribuição de renda.
Mas os defensores da bandalheira costumam confundir a cabeça da opinião pública, colocando aqueles que criticam a corrupção e a injustiça social advinda dela como “coisa de comunista”. Lutar por direitos é a expressão máxima de um cidadão consciente em um país comandado pela corrupção e por empresas que adotaram o capitalismo corrupto, sugando dinheiros dos cofres públicos e explorando os trabalhadores, como ocorre com empresas terceirizadas em Roraima.
O empresário que não se submete a estes grandes esquemas acaba pagando um preço caro, pois não consegue sequer vencer uma licitação ou, se conseguir furar o bloqueio, acaba se endividando quando deixa de receber por não aceitar pagar a propina, até não mais suportar, como é o caso citado no início deste artigo.
Houve outro caso, em um passado não muito distante, de uma grande empreiteira que abandonou a obra de reforma no trecho norte da BR-174 porque não suportava mais pagar a propina para um parlamentar que se passa como bonzão. Esse é o Brasil que precisa ser passando a limpo. Sem isso, não haverá desratização do país. No máximo haverá a troca de presidente, de forma legítima ou não.
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