Cotidiano

Servidores do INSS aceitam proposta do governo e devem voltar ao trabalho

Técnicos previdenciários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em todo o país anunciaram a aceitação da proposta do Governo Federal que contempla os interesses da categoria quanto à série de reivindicações e começaram a retomar as atividades após 57 dias em greve. Em Roraima, a paralisação dos servidores deve encerrar na próxima quarta-feira, 30.

Apesar do avanço nas negociações, a assinatura do acordo que irá pôr fim à greve deverá ocorrer somente em assembleia, após o colhimento de todas as deliberações. Segundo o representante do Comando Geral da Greve do INSS em Roraima, Luiz Felipe Sousa, muitos estados ainda aguardam a decisão da categoria. “Vai haver uma assembleia nacional plenária, onde vão ser contabilizados os votos”, informou.

Conforme ele, tudo indica que a greve encerre após as deliberações. “Nós estamos aguardando essa plenária nacional para dizer quando todo mundo vai retornar.

O governo deu um prazo para que a gente assine o acordo. Depois disso, esperamos retornar o mais rápido possível para os nossos postos”, disse.

De acordo com o servidor, os grevistas avaliaram a proposta oferecida pelo governo de reajuste salarial de 10,5%, dividido em dois anos, com direito à renegociação ao final do período, e a consideraram como satisfatória. Os trabalhadores pediam, inicialmente, 27,6% de aumento salarial, em parcela única.

“Apesar de não ser o que a categoria pedia, entendemos que o atual cenário da economia não era capaz de nos dar esse aumento e também não era um ponto primordial”, afirmou.

O governo ofereceu também aos servidores, a proposta sobre realização de concurso público e a incorporação das gratificações, que representam cerca de 70% dos salários. Além disso, garantiu obedecer à lei de progressão funcional em 12 meses, que era desobedecida pelo INSS, e a redução de 10 horas semanais de trabalho para determinados postos de serviços.

Trabalhadores de três das quatro agências do órgão no Estado se juntaram ao movimento nacional e permanecem paralisados há mais de dois meses. Na agência da Capital, 70% permaneceram trabalhando. Servidores dos municípios de Alto Alegre, região Centro-Oeste, e Rorainópolis, ao Sul, aderiram à greve. Apenas a agência de Caracaraí, Centro-Sul de Roraima, não paralisou as atividades.

Ainda assim, de acordo com o representante do movimento grevista, grande parte da população foi afetada com a suspensão de serviços essenciais. “Os servidores que aderiram são diretamente ligados ao atendimento ao público. Em Boa Vista, por exemplo, não houve nenhum tipo de atendimento assistencial durante a paralisação”, frisou. (L.G.C)