Fisiologismos – Walber Aguiar*E há ferrugem nos sorrisos… Renato RussoJesus também foi desinstalado, pois, do Egito foi para a região da Galileia, que no hebraico quer dizer círculo. Ali era um círculo pagão, formado pelas dez cidades chamadas Decápolis.
Ora, amado pelo Pai, Jesus vai ao Jordão para ser batizado por João.
João Batista era diametralmente oposto aos que hoje pregam. Ele, aos homens da religião, aos que viviam domesticados pela religião institucionalizada, com sua aparência externa, seu legalismo, sua casca, seu fisiologismo, dizia: produzi, pois, frutos dignos de arrependimento. Isso porque, evangelho é vida, é transformação, é metanoia. Não adianta o discurso vazio sem a efetivação do evangelho no chão da vida.
João confrontava autoridades perversas, gordas de opressão e injustiça. Hoje, os que se arvoram pastores, agem como caudilhos, oprimindo o povo e encarnando o “politicamente correto”, vivem nos gabinetes acarpetados do poder atrás de acordos espúrios e favores duvidosos. A voz profética deles deu lugar à influência política pelos votos de cabresto e seu poder numérico.
Amam o prêmio de Balaão e viram as costas para o cotidiano sofrido dos que buscam a verdade divina em sua essência: o carpinteiro de Nazaré.
Daí a pregação atualíssima de João Batista. Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento.
Não adianta serem filhos de Abraão nem filhos do sistema religioso, da instituição sem vida.
Até as pedras podem ser transformadas pela mão divina…
*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de [email protected]————————————Cristianismo empresarial – Marlene de Andrade*Mas enchei-vos do Espírito Santo, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais…” (Ef 5:18-20).Edificação espiritual e avivamento nada têm a ver com gritaria dentro da Igreja, falar em línguas estranhas, óleo ungido, orar em cima do monte e entre outros, engatinhar dentro da igreja. Tudo isso é tentativa de enganar os bobos, ou imaturidade espiritual.
Outra prática dentro de algumas igrejas, hoje em dia, são as danças, diga-se de passagem, bem erotizadas durante os louvores. O Culto é um serviço que se presta a Deus, e não ao ser humano. E tem mais: Igreja não é teatro.
Muitos invocam a Deus entendendo que Ele é nosso escravo e, como tal, deve se colocar a serviço dos invocadores. Outros pensam que o culto é uma festa espiritual e que tem o objetivo de alegrar os fiéis. Nesse raciocínio, quanto mais festivo for o referido culto, mais “espiritual” ele será. Acontece que o Culto não é algo lúdico e nada tem a ver com veneração a ídolos mortais como qualquer um de nós e que não podem sob hipótese alguma, se transformar em símbolo e objeto de nossa atenção e veneração como tantos cantores gospels de hoje em dia.
Em algumas igrejas o culto se transformou em uma feira-livre, onde o “pastor” tenta vender as bênçãos de Deus, muitas vezes a peso de ouro. E o interessante é que geralmente os mais pedintes são aqueles que menos servem a Deus, ou seja, são as pessoas correndo atrás das bênçãos, e não do Deus abençoador.
Além de tudo isso, as igrejas empresariais transformam o culto numa sessão ordenatória e cheia de cobrança, onde eles travam uma luta entre o Deus do bem contra o deus satânico. Nessas igrejas não há pregação, pois a doutrina satânica substitui o pregador por um ‘perfeito exorcista’. Nesse contexto o culto espiritual é entre Deus e Satanás.
Nessas igrejas o “pastor poderoso e supercrente” usa palavras cheias de autoritarismo exigindo de Deus respostas imediatistas às suas ordens. Assim sendo, passam então a cobrar direitos de um “deus escravo”, pois o “pastor” se torna o “comandante” e Deus o “subordinado” do “poderoso pastor”. Essa é a doutrina da prosperidade, na qual a pregação da Santa Palavra de Deus não tem vez.
O culto litúrgico é um precioso instrumento para levar os fiéis a uma disposição espiritual adequada, onde haja comunhão, adoração e alimentação da alma, através da Palavra de Deus. Ele, o Senhor, não é Deus de confusão.
*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMThttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47————————————–Cuidado com a inguinorança – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Fama e fome são dois grandes agentes e instrumentos de infâmia e glória”. (Marquês de Maricá)O prefeito falava, arrogantemente, em seus comícios: “A inguinorança é qui astravanca o pogrécio”. Embora a fala fosse de cunho hilário, cômico, ainda continua ameaçando nosso progresso. Ainda temos políticos, Brasil afora, falando quase assim. Um pouco melhor, claro, mas quase assim, no sentido da palavra. São os que, mesmo falando corretamente, ainda vivem nadando no pantanal da fama. E é nesse pantanal que é gerada a fome, gerada da infâmia e alimentada pela glória. Vamos dar um jeito nisso educando-nos para que possamos melhorar nossas vidas. E não se esqueça de que toda mudança depende de nossa evolução pessoal: da nossa educação. Enquanto não enfrentarmos o monstro da ignorância com coragem e decisão, continuaremos marionetes dos da fama e da infâmia. Deu pra sacar? Vamos fazer nossa parte. Chega de vexames sofridos por nós, por conta do mau caráter que elegemos ingenuamente.
Detesto iniciar o dia batendo um papo desagradável com você. Mas fica difícil pra dedéu, a gente fingir que não se magoa com os descasos dos que são responsáveis pelo nosso bem estar. Deixou-me bem preocupado o arrufo justificável, daquele estudante esbravejando contra os policiais que agiram “grosseiramente” contra eles. Justificável porque o estudante não tem a menor idéia do erro que está cometendo. E sem querer dar uma de João-sem-braço, acho que a culpa pelo comportamento do estudante, é de quem não o educa politicamente; é da Educação que está no fundo do poço lamacento. E como a Educação não pode mudar se não a mudarmos, transfiro a culpa do arrufo estudantil para os dirigentes da Educação. O que nos indica que teremos que mudar nosso quadro político para que tenhamos leis mais eficientes. Vamos mudar o cenário. Mas para isso é preciso que mudemos primeiro a nós mesmos. Afinal, cada um de nós é responsável pela política que temos.
Só quando tivermos uma Educação firme e respeitável é que aprenderemos que nenhum cidadão deve invadir um prédio público, sem punição. Só então, nosso excesso de leis será peneirado e muitas serão substituídas por leis realmente eficientes, criadas por legisladores culturalmente eficientes. Um prédio público é um patrimônio público, que pertence a cada um de nós, cidadãos, de fato e de direito. E se é assim, nenhum de nós tem o direito de apropriar-se dele. Invadi-lo caracteriza invasão a propriedade alheia. E isso é crime entre os povos civilizados. Vamos nos educar para que possamos ser um povo considerado civilizado. Pense nisso.
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