Opinião

Opiniao 01 06 2016 2510

O estupro coletivo! – Dolane Patrícia*Nada justifica um estupro!

Forçar alguém a ter relações sexuais contra sua vontade, é no mínimo, uma atitude covarde!

Assim, quando uma conduta como essa é praticada por 33 homens contra uma mulher e ainda aparece alguém para colocar a culpa na vítima, fica bem clara a cultura do estupro.

Houve quem acreditasse que as vítimas eram os estupradores, porque “se ela estivesse em casa lavando pratos, isso não teria acontecido”…

Houve ainda quem  culpasse a adolescente porque no mínimo estava com uma saia curtinha…

Estupro é crime hediondo e a culpa nunca é da vítima! Mas existem aqueles que acreditam que a mulher é a única culpada. No entanto, como diz  Albert Einsten: “Grandes espíritos sempre encontraram oposições violentas de mentes medíocres.”

Na verdade, “o estupro é… um processo consciente de intimidação através do qual todos os homens mantêm todas as mulheres debaixo do medo.” É o que afirma Susan Brownmiller, e é o conceito mais próximo que se chega dessa conduta absurda, praticada por mentes doentes.

Uma adolescente de 16 anos foi violentada por 33 animais selvagens. Mas é injusto chama-los assim, porque os animais merecem nosso respeito!

Não se contentando em apenas estuprar a vítima, os estupradores ainda fizeram um vídeo e publicaram nas redes sociais. Rapidamente se espalhou em todo país,  viralisou e foi amplamente compartilhado. Os internautas não estavam preocupados com o fato de que,  compartilhar esses conteúdos é considerado crime.

De acordo com a lei brasileira, divulgar e compartilhar fotos ou vídeos de conteúdo pornográfico ou erótico envolvendo crianças ou adolescentes é crime, com pena prevista entre quatro e oito anos de prisão.

Os vídeos foram parar na internet oculta, onde os responsáveis  são mais difíceis de identificar. São redes onde circulam também vídeos de pedofilia,  pornografia e abusos sexuais.

No vídeo, alguns estupradores  se vangloriavam, tirando fotos junto ao corpo nu da vítima e pousavam para a filmagem como se estivesse acabado de praticar um ato heroico.

Se não bastasse o trauma de ser estuprada por mais de  30 homens, ter sido amplamente exposta nas filmagens por toda rede mundial de computadores, ainda teve de conviver com a acusação de que era a culpada do estupro que abalou o país.

Jornais como o “The Times of India”, dentre outros, destacaram que o crime contra a menor brasileira aconteceu a menos de dois meses do início das Olimpíadas. A inglesa “BBC News” afirmou que a divulgação do vídeo com o estupro coletivo da adolescente chocou o país e provocou uma campanha contra a cultura do estupro nas redes socais. OGLOBO

A reportagem também lembra que o grupo UN Women, das Nações Unidas, divulgou na quinta-feira um comunicado condenando o crime e pedindo a investigação. OGLOBO

O Reino Unido e a Espanha também se pronunciaram, dentre outros países  e divulgaram também índices de violência de estupro no Brasil: “Ocorre uma violência (sexual) a cada 11 minutos, segundo o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, cujos dados mais recentes são de 2014”.

Se não bastasse toda violência sofrida, a vítima do estupro coletivo teve que conviver com a desconfiança do delegado que não acreditava nela e nem na existência do estupro.

Durante uma conversa num grupo de WhatsApp, obtida pelo EXTRA, o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), desqualifica a jovem ao denunciar o estupro coletivo a ele. No texto, o policial – afastado do caso neste domingo, após um pedido da então advogada da vítima, Eloisa Samy – afirma que não houve estupro.

Foi afastado do caso! Talvez se fosse alguém de seu convívio, tivesse dado um pouco mais de crédito a vítima.

A investigação passou a ser conduzida pela delegada Cristiana Bento, que considerou ser o vídeo, prova suficiente da ocorrência do estupro.

Entretanto, quando saiu o exame de corpo delito e não havia sinais de violência, foi suficiente para se ouvir o coro: “Não falei que não havia estupro nenhum!”

Mas, o laudo pericial foi prejudicado por causa da demora da vítima em fazer o registro na polícia e o exame de corpo de delito. O exame foi realizado no dia 25 de maio, quatro dias após o crime.

Um dos jovens suspeitos afirmou que a gravação é uma farsa, e que a adolescente criou a história do abuso coletivo para escapar de uma possível punição dos pais, que são praticantes religiosos.

De acordo com informações do jornal Extra, os homens do vídeo chegam a dizer que a menina estaria grávida de mais de 30. Ele faz comentários pejorativos. Uma foto postada em uma rede social mostra um dos suspeitos com a língua para fora, ao lado da vagina da moça. Ele diz que abriu um “túnel” no local. Durante o momento do fato, a jovem estaria desacordada.

Mas ela não era a culpada?

O vídeo foi compartilhado no Twitter por um brasileiro identificado na rede social como Michel e gerou revolta e mobilização na internet.

Segundo noticiado vastamente pela imprensa, o vídeo mostra em detalhes os seios e os órgãos genitais da garota, cercada de homens que diziam claramente tê-la estuprado coletivamente. Na legenda, Michel escreveu: “Amassaram a mina, intendeu ou não ou não intendeu? Kkk” (sic). Um internauta que compartilhou as imagens afirma que a vítima teria sido estuprada por 30 homens.

O chefe da Polícia Civil do Rio, Fernando Veloso,  tem a seguinte opinião. “As imagens retratadas no vídeo mostram mais de uma voz, fazem narrativa do estupro acontecido antes. Ele toca e manipula a jovem, que parece estar desacordada. Este ato é um estupro. Este estupro está evidenciado nas imagens.

Estamos falando de um dos crimes mais terríveis da Terra. Existe uma frase muito comum que é postada na internet, quando se fala em conduta como a descrita: “O problema dos grupos que lidam com o estupro é que eles tentam ensinar às mulheres como se defenderem. Enquanto que o que precisa ser feito é ensinar aos homens a não estuprarem.”

É uma conduta covarde que precisa chegar ao fim!

Às vezes a cadeia parece que não é o bastante… É assim que pensa até mesmo os presidiários…

 “O maior medo dos homens na prisão, é de serem estuprados, imagina só  se eles soubessem que esse é o maior medo das mulheres, o tempo todo!”

 Eu luto pelo fim da cultura do estupro!

*Advogada, juíza arbitral, personalidade da Amazônia e Personalidade BrasileiraTwitter: @DolanePatrícia_ Facebook: Dra. Dolane Patricia. #dolanepatricia. You Tube: Dolane Patricia RR—————————————–Autodireção – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A autodireção defende o significado e o valor do eu; e o resultado é um senso mais completo do valor e competência de si mesmo”. (George O`Neil)Ontem à tarde, porque ficamos a sós, enchi a paciência de uma de minhas noras, com o assunto, relações humanas. Mas ela sabe o quanto sou apaixonado por este assunto. Meu primeiro encontro, com os cursos de Relações Humanas, foi na década dos anos sessenta, em São Paulo. Foi aí que adquiri o hábito de observar o comportamento das pessoas no seu ambiente de trabalho. Depois do papo com minha nora, fui a um supermercado. O sufoco que passo nos mercados, com a inflação, é sufocante. Mas o que me chama a atenção naquele supermercado, é o comportamento dos funcionários, no todo. Nessas horas ando, circulo, falo com eles, mexo nas prateleiras, pinto e bordo. Confesso que aprendo com eles independentemente do comportamento de cada um. O que me importa é observar até onde está sendo desenvolvido o comportamento das empresas, em relação à preparação profissional dos seus funcionários.

Não foi a primeira vez que fomos àquele supermercado e sempre observo o ambiente e o comportamento profissional. Já estávamos no caixa quando a funcionária, simpática, que embalava as mercadorias começou um papo com a dona Salete. E é aí que me concentro. E valeu. As perguntas da funcionária foram simples, divertidas, mas dentro de um padrão profissional, e enquadrado nas relações humanas no trabalho. Se ela foi treinada, não sei, mas acredito que sim. O que me deixou feliz, porque me agrada saber que o mundo dos negócios continua procurando o caminho certo para obter sucesso. Porque sem o aprimoramento no ambiente de trabalho não tem como termos uma produção condizente com o progresso e desenvolvimento nacionais.

A autodireção é fundamental para o aperfeiçoamento profissional. É quando aprendemos a nos dirigir, que aprendemos a governar o barco da nossa competência profissional. O profissional competente é aquele que faz o que a empresa quer que ele faça, mas por vontade dele mesmo. E foi isso que observei no contado direto, na conversa rápida e sem programação, com aquela funcionária. Ela sabe, e tem o poder de não confundir o simples com o vulgar. Quando nos preparamos profissionalmente aprendemos que a conversa mais simples pode expressar profundidade e maturidade profissional, independentemente do ambiente onde estamos e com quem estamos. Não importa o que você faz. O que importa é como você faz o que faz. É no que você faz que você mostra o que você realmente é. Tudo depende de como você faz no que faz. Pense nisso.

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