Opinião

Opiniao 06 06 2016 2530

Anomia à la brasileira – Tom Zé Albuquerque* O Brasil vive uma crise sem precedentes. Por mais otimistas que sejamos, mas o caos parece fincar uma realidade assustadora e de perspectiva pouco promissora, sobretudo pelo estado anárquico que vivemos, em uma sociedade com baixíssimo senso de coletividade, de moral corroída e com um sistema jurídico perdido.

Em verdade, vivemos num estado de Anomia. O sistema social brasileiro indica a ausência de valores e, pois, uma cruel realidade alheia às normas e de firme crença à impunidade, seja pela não aplicação de penas, seja pela seleção discriminada e sinistra de quem irá ou não ser punido. Não à toa que o Sociólogo francês Emile Durkheim, ao cunhar o termo Anomia (em especial na obra “A educação moral”, 1902), utilizou as taxas de desvio do comportamento e o estado da lei e punição como índices para o estudo social.

Anomia trata sobremaneira na perda da capacidade em a sociedade regular o comportamento dos indivíduos, como também no surgimento da desorganização social e no enfraquecimento da integração entre os indivíduos. Segundo Durkheim, o quadro de desarranjo social, denominado Anomia, é culminado quando as regras sociais e os valores que guiam as condutas e legitimam as aspirações dos indivíduos se tornam in¬certos, perdem o seu poder ou, ainda, tornam-se incoerentes ou contraditórios.

A situação brasileira é preocupante devido ao egoísmo extrapolado de seu povo, e na ausência de sentido e de objetivos em enxergar uma sociedade por base na coletividade. Contribui-se com essa desordem a alienação de grande parte do corpo social, vez que através dela emerge a problemática de legitimar o controle social, acarretando numa dependência transloucada a um chefe de Estado apenas carismático, mas não dotado de moral, conhecimento ou postura compatível para conduzir seu povo.

Num estado anômico os limites sociais são pouco identificáveis, inexistem ou são carcomidos pela falta de princípios, pouco importando o que é justo ou injusto, legítimo ou ilegítimo, ou se esta condição está alicerçada pela isonomia e pela equidade; faltar-se-á, assim, referências sociais. No Brasil, essa debilidade é explicitada pelo adágio “jeitinho brasileiro” ou pelo imperativo nojento do “tudo pode”; afinal, a impunidade impera, e os mesmos crimes praticados são julgados de forma diferente gerando um sentimento desastroso de frustração para a parcela racional brasileira.

Superar a Anomia no Brasil consumirá várias décadas pela necessidade da geração de novas regras, novos comportamentos, novos anseios, reajustando o depravado estilo de viver do povo no país da corrupção.

Como brilhantemente pregou a filósofa alemã Hannad Arendt “O poder só é efetivado enquanto a palavra e o ato não se divorciam, quando as palavras não são vazias e os atos não são brutais, quando as palavras não são empregadas para velar intenções, mas para revelar realidades, e os atos não são usados para violar e destruir, mas para criar novas realidades”. *Administrador———————————-‘Face ToFake’ – Shirley Rodrigues*Virou moda. Com o advento das redes sociais, o mercado profissional e pessoal ganhou impulso, e desde a vida mais simplória, a mais badalada ganhou evidência. Infelizmente, nem tudo são flores, e no meio desse universo cibernético tão auspicioso, surgiram os piratas da Internet, que se aproveitam da amplitude desse “novo mundo” para cometer verdadeiros crimes. Batizamos esse artigo de “Face ToFake” exatamente em alusão a uma operação realizada pela Polícia Federal no Mato Grosso do Sul, deflagrada no ano passado, depois de receber diversas denúncias do uso de perfis falsos em redes sociais, os chamados Fakes, que protagonizaram uma verdadeira guerra de baixarias na campanha de 2014 naquele estado.

Aqui, desde meados de 2012, em meio a uma campanha eleitoral municipal, Roraima começou a conhecer essa triste realidade, que se asseverou terrivelmente no pleito passado.

Não é demais reforçar o que sempre estamos repercutindo na nossa Coluna Social no jornal Folha de Boa Vista: Inventar e propagar histórias sujas e mentirosas sobre adversários políticos, ao contrário do que se possa imaginar, prejudica mais a imagem dos adeptos dessa nefasta prática, do que os alvos dessas sórdidas investidas. É que um cidadão de bem, formador de opinião e com personalidade definida, não vai se deixar influenciar por textos apócrifos espalhados por mensagens e redes socais. Fica feio mesmo para os autores da baixaria e para quem os patrocina, pois numa cidade pequena como Boa Vista (com menos de 400 mil pessoas), todos sabem quem é quem, e as conversas sempre vazam.

Quem passa esses textos apócrifos adiantes é tão criminoso quanto quem escreve e posta pela primeira vez. Quem age assim está sujeito a ser condenado por calúnia, que tem pena de seis meses a dois anos; falsa identidade, que tem pena de três anos e multa; difamação, com pena de três meses a um ano, além da multa; e, injuria que tem pena de três anos e multa. E tudo isso por qual motivo? Apenas pelo “prazer” de se sentir julgador de alguém que muitas vezes nem se conhece.

Esse jogo baixo tem sido ainda mais acentuado no meio político. Agora, por exemplo, mesmo sem que a campanha eleitoral tenha iniciado, já tiveram início ataques gratuitos entre grupos políticos, geralmente, pelos “assessores” se municiam de fuxicos e querelas para atingir adversários políticos dos seus chefes.

Mas o resultado de todo essa sujeita virtual, na sua maioria, tem efeito contrário, fugindo a qualquer regra de marketing, e acaba se tornando positivo para o ofendido, que se torna a vítima e dessa forma, ganha ainda mais popularidade e o apoio dos eleitores.

Diante disso, os verdadeiros protagonistas da nossa política, deveriam parar, refletir e considerar a possibilidade de repensar suas estratégias, já que o mundo moderno já não tolera o estilo do historiador Nicolau Maquiavel que pregava que “os fins justificam os meios”.*Jornalista, autora de artigos e livros de Comunicação—————————————- O universo da amizade – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A amizade é como os títulos honoríficos: quanto mais velha, mais preciosa”. (Goethe)Cultivar amizade é cultivar felicidade. Nada mais gratificante do que um Abraço sincero, um sorriso franco, um aperto de mão firme. Não há como não se sentir feliz no encontro com um amigo de verdade. E nada mais importante nesse relacionamento do que a sinceridade, o respeito e a simplicidade. Aliás, nada mais edificante do que a simplicidade. Tanto é que poucos dão importância a ela. Geralmente é muito difícil fazer as pessoas entenderem a importância da simplicidade para a construção da felicidade. Você só é feliz quando se sente uma pessoa simples. Porque, mesmo que nem sempre percebamos isso, é na nossa singeleza que mostramos nosso valor. O exibicionismo pode até fazer os outros rirem, mas não os faz feliz. Podemos até estar num picadeiro disfarçado, quando pensamos que estamos no palco da exuberância máxima.

Não menospreze a beleza do relacionamento escudado nas relações humanas. Porque elas são fundamentais para a felicidade na simplicidade. O comportamento humano é fundamental para dizer, e mostrar, quem realmente somos. E não há um relacionamento sincero sem o respeito e a simplicidade. A maior dificuldade que encontramos para levar essa verdade para as pessoas que realmente necessitam de orientação para ser feliz, está exatamente na simplicidade. Porque é na faculdade do Asfalto que realmente aprendemos a viver. Porque é aí, no asfalto que está a simplicidade que nos mostra o valor da igualdade nas diferenças.

Não sei se você conhece os ensinamentos da Cultura Racional. Há mais de oitenta anos, ela nos orienta para a evolução racional através da simplicidade. E ainda resistimos por acreditar que na simplicidade não há valor. No primeiro volume da coleção “Universo em Desencanto” você se desencanta com a simplicidade dos livros na coleção. É um livro difícil de ler, porque rejeitamos a simplicidade dos livros. Eles são cheios de erros gramaticais e muitas repetições. Mas nos oitentas anos de publicações não é permitido corrigir-se os considerados erros. E a justificativa é: os livros não são escritos para intelectuais, mas para pessoas simples em busca da racionalidade. E quanto às repetições: o ser humano só aprende com repetições. E o importante é como atualizar os ensinamentos fazendo como que as repetições não sejam tantas, e sejam substituídas pela simplicidade no transmitir. Mas precisamos não confundir simplicidade com vulgaridade. Uma coisa nada tem a ver com a outra. Mas é por aí que chegamos onde queremos e devemos chegar. Pense nisso.*[email protected]—————————————-Com M de Mulher – Brasilmar Nascimento Araújo*Percorri as grandes planícies de belezas inigualáveis e lembrei-me de você, uma linda mulher! Que ama a natureza intensamente!

Cruzei a passagem de Drake, onde se encontram os oceanos Atlântico e Pacifico na extremidade sul da América do Sul e da Antárctica; com direção ao Hemisfério Norte para assistir ao espetáculo de luzes e cores do alvorecer nas montanhas canadenses; fez-me lembrar da luz que existe em você!

Louvei no alto das grandes cordilheiras que fascinam a humanidade há tempos milenares e vi a fortaleza que existe em você. Um ser extremamente belo!

Atravessei desertos escaldantes, mesmo com a aridez que é característica dessas montanhas de areias abrasivas, a vida pulsa sob todos os obstáculos; do improvável. Você é um símbolo de vida!

Rabisquei o mapa do mundo de alguns lugares que quero está com você. Frequentaremos os cafés parisienses impregnados da poesia de Simone Bevoir (1908-1986) e da filosofia de Jean Paul Sartre (1905-1980), na França do Arco do Trinfo e museu do Louvre. Visitaremos ainda Berlim, Moscou, Londres, Roma, Istambul e Atenas, na Grécia, berço dos Jogos Olímpicos e da civilização ocidental. A Grécia dos grandes filósofos da Antiguidade Sócrates, Aristóteles e Platão.

Iremos também às cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, na Ásia de cultura milenar e na África, onde se encontram as maiores espécies da fauna da Terra. Continuando a nossa viagem rumo à costa australiana, na Oceania, por onde passou o naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), autor do livro “A Origem das Espécies”.

Subiremos as principais montanhas do mundo, seja o Everest como o topo do mundo com seus incríveis 8848m de altura situado entre a fronteira da China e o Nepal, na Ásia ou o monte Rainier (4392m.), nos Estados Unidos. Na América de Rosa Parks (1913-2005), símbolo dos movimentos dos direitos civis dos negros americanos. A América da monumental cidade de Nova Iorque e sua famosa 5ª Avenida, onde celebraremos a vida!

Seguiremos pela rodovia Pan-americana e seus fantásticos 25.000 mil Km, que compreende do Alasca até o sul do continente sul-americano. Uma odisseia inesquecível retornando ao Brasil tropical e belo. O Brasil que vai do monte Caburaí, em Roraima ao Chuí, no Rio Grande do Sul, seus pontos extremos, Norte e Sul. O Brasil de belezas exuberantes seja na sua abundante fauna e flora ou no belíssimo e extenso litoral com mais de 7mil km, onde tem dunas, mangues, restingas e praias paradisíacas.

Alcançaremos marcas históricas em comemoração pela vida. Jamais nos cansaremos em difundir que a vida é o maior de todos os espetáculos, é a sublime conquista! É viver intensamente. É amar a todas as pessoas como elas são, incondicionalmente. É amar a todas as mulheres como elas merecem ser amadas. É assim que quero te amar, você com M de Mulher! *Articulista e [email protected]