Nas mãos dos vândalosHá uns quatro anos, passei a praticar exercícios na praça principal do bairro Cidade Satélite, na zona Oeste, onde também levo meus filhos aos fins de semana para jogar bola nas quadras e campos de areia. Um ano atrás, a prefeitura construiu lá um ginásio coberto, inaugurada com festas e pompas.
Desse tempo para cá, o ginásio foi largado ao vandalismo, pois sequer existe um serviço de fiscalização por parte do poder público. A consequência disso é um prédio novo todo pichado, com alguns pontos precisando de manutenção urgente. E o curioso é que, no mês passado, foi plantado jardim e realizada uma pintura nas grades e telas das quadras ao redor, mas nenhuma pintura no prédio do ginásio.
Do jeito que está, provavelmente em alguns meses o ginásio ficará em ruínas, precisando mais do que uma pintura ou manutenção, o que significará a necessidade de uma revitalização muito mais cara para o bolso do contribuinte.
Esse ginásio não serve apenas para a prática de esportes, como também para ensaios de quadrilha junina e outros eventos da comunidade. Embora haja um cuidado por parte das pessoas em manter o local bem cuidado, não há como se livrar do vandalismo onde o poder público não se faz presente.
Um exemplo é a falta de fiscalização nesse serviço de pintura que foi feito por lá. Pintaram as grades, telas e traves das quadras, mas não mandaram consertar sequer uma das traves que está quebrada. Fora outros objetos que precisam de conserto nas quadras de futsal e basquete.
E assim ocorre com as demais praças e quadras esportivas que existem nos mais diversos bairros afastados do Centro. Espera-se o vandalismo destruir tudo para só depois anunciar reforma, porque aí terá como justificar mais gastos além do que seria necessário se houvesse um trabalho constante de manutenção.
Pelo que se vê, é como se houvesse uma determinação superior para deixar tudo largado para que se deteriore e justifique altos gastos, em vez de um serviço de manutenção periódica, que seria muito mais barato e ainda evitaria que as marcas do vandalismo avançassem, algo pode ser evitado quando o poder público mostra-se presente.
Na praça do bairro Cidade Satélite, no ano passado, ao menos um pequeno empreendedor foi obrigado a retirar seu quiosque de lá porque não suportou mais tantos furtos e vandalismo, o que só confirma a insegurança como parte desse processo de abandono dos espaços públicos nos bairros que ficam longe dos olhos do poder.
Quando o poder público quer, diante de vontade política, as coisas funcionam muito bem, a exemplo das praças que acabaram de ser reformadas. Mas, quando não há interesse, larga-se tudo nas mãos do vandalismo, como é o caso dos bairros da periferia.
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