Bom dia!A quebra do sigilo da delação do ex-senador Sérgio Machado (PMDB) aos procuradores da Lava-Jato, a cargo da Procuradoria-Geral da República (PGR), deixou o País atônito. E isso não é bom para o Brasil, muito menos para o seguimento da própria Lava-Jato. Esse trauma causado pelas revelações de Sérgio Machado, que envolvem mais de 20 parlamentares e políticos de vários partidos, num espectro que vai da esquerda (PC do B e PT) até a direita (DEM e PP) precisa que sejam lançadas luzes sobre ele. É um cenário onde são colocados num mesmo cesto o joio e o trigo, o alho e bugalho. E explicamos as razões que nos levam a tal conclusão.
Uma análise, mesmo que superficial, sobre os nomes arrolados pelo ex-presidente da Transpetro demonstra que a verdadeira corrupção foi praticada por, no máximo, cinco nomes dos mais de vinte citados. Machado diz, por exemplo, que deu “mesada” repassada por empresas que mantinham contrato com a estatal para Renan Calheiros (R$ 300 mil/mês); Edson Lobão (R$ 300 mil/mês), Romero Jucá (R$ 200 mil/mês) e José Sarney (R$ 200 mil/mês). E disse ainda que tais repasses aumentavam em período eleitoral, o que reforça a tese de que, nos interstícios eleitorais, ninguém sabe o destino da grana.
No caso do senador Romero Jucá, Sérgio Machado disse que, ao final de cada mês, ia ao Senado Federal entrando pela garagem do prédio, seguindo direto para o gabinete do senador. Quem conhece os meandros daquele prédio sabe que o gabinete do senador peemedebista é um dos poucos com acesso direto da garagem. A delação mostra ainda detalhes de como o dinheiro era entregue. Nalguns casos, os filhos do delator podem apontar o destino de contas no exterior abastecidas com o dinheiro oriundo da corrupção.
A manutenção do alho e do bugalho no mesmo cesto (políticos que não praticaram corrupção) só serve para confundir a opinião pública nacional. Dentre nomes citados por Sérgio Machado, existem parlamentares que praticaram atos dentro da legislação de então, que ainda permitia a contribuição de empresas a partidos e candidatos durante o pleito eleitoral. Nesses casos, é possível listar, inclusive, o do presidente interino, Michel Temer (PMDB). Ele solicitou uma ajuda de um correligionário (Sérgio Machado) para outro correligionário (Gabriel Chalita), candidato à Prefeitura de São Paulo. É claro que não seria possível a Temer saber da origem criminosa da grana.
Diante de quadro preocupante, a única saída é apelar para que o Ministério Público Federal comece imediatamente a separar o joio do trigo, e a única forma de fazer isso é apresentar as denúncias contra os que realmente se beneficiaram pessoalmente da bandalheira para que não reste a impressão de que todos são canalhas e que só uma anistia geral da canalhice pode salvar o Brasil. Vamos separar o trigo para jogar o joio no lixo da história.TERCEIRIZADAEmbora com atraso, pelo qual pedimos desculpa, a Parabólica publica hoje notas da Secretaria de Comunicação Social do Governo de Roraima sobre publicações feitas neste espaço. Em relação à nota “Terceirizada”, veiculada na coluna desta quarta-feira, 15, a secretaria informa que todas as notas de serviços da empresa terceirizada Cometa, que presta serviços para a Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seede) estão pagas. Ressaltou que da Educação não há nenhuma nota com pendência para pagamento e que a empresa foi contratada para realizar serviço de copeiragem nas escolas da Capital e do interior. Ao todo, são 37 funcionários contratados para desempenhar funções nessa área.CODESAIMAPela mesma razão, publicamos nota da Assessoria de Comunicação da Codesaima sobre atraso de salários dos servidores. Em resposta à nota intitulada “Atraso”, veiculada na coluna desta quarta-feira, 15, a assessoria informou que os salários dos funcionários da empresa, referentes ao mês de maio, foram pagos na segunda-feira, 13, no período da tarde. Está feito o registro.DOIDEIRAEsta é a melhor forma de expressar o que está acontecendo com a volta da inflação no Brasil como um todo; e no Estado em particular. Para que se tenha uma pálida ideia do que está acontecendo com os preços aqui, na terra macuxi, vamos dar alguns exemplos: A saca de 20 kg de batata está custando R$ 300,00 (R$ 15,00 kg); a de farinha, que não chega a pesar 50 kg, não sai por menos de R$ 350,00; e o feijão carioca não é encontrado por menos de R$ 12,00 kg. É um Deus nos acuda no momento em que o emprego está cada dia mais curto.FIMCausou boa impressão para muita gente a declaração do promotor de justiça Marcos Antônio Bordin de Azeredo, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime organizado (Gaeco), que disse que a Operação Cartas Marcadas é apenas o começo do fim da corrupção em Roraima. Será que o MPRR está de retorno às origens?MISTÉRIOÉ estranho o mistério que se está fazendo em torno da propriedade privada ameaçada de invasão que fica ali pelas bandas do Bom Intento. A área, que fica no limite da Zona Urbana de Boa Vista, é um latifúndio com cerca de 2.500 ha, dentro dos quais estão sendo realizadas obras que, a princípio, não têm licenciamento ambiental. E que fique claro que os redatores não concordam com as ações de invasores profissionais.