Bom dia!A semana passada terminou com uma grande notícia para Roraima. Na sexta-feira, 17, cinquenta e sete comunidades indígenas realizaram uma assembleia geral na Comunidade da Boca da Mata, na BR-174, e decidiram, por unanimidade, aceitar a permanência da área urbana de Pacaraima, que abriga a Capital do município de mesmo nome.
Os habitantes não indígenas daquela cidade fronteiriça com a Venezuela vivem sob constante aflição em virtude de uma ação promovida pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para retirá-los de suas casas e estabelecimentos comerciais. A alegação da FUNAI, que como se sabe é instrumentalizada por organizações não governamentais, ambientalistas e indigenistas, é de que a área onde foi situada Pacaraima pertence à Terra Indígena São Marcos, cuja demarcação foi homologada por Fernando Collor de Mello no início dos anos 90 do século passado.
Pelo que foi deliberado na assembleia da última sexta-feira, os indígenas da TI São Marcos estão dispostos a aceitar a apartação de uma área de 1.008 ha, de uma área total de mais de 600.000 ha, o que permitiria regularizar toda a zona urbana do município, acabando com uma pendenga que só serve aos interesses inconfessáveis de instituições que, por razões ideológicas, não querem o desenvolvimento do Estado, muito menos o dos próprios indígenas. É claro, as comunidades da TI São Marcos querem algumas compensações para fazer a troca da área que se pretende ceder aos não índios. São todas exigências razoáveis e perfeitamente possíveis de cumprimento por parte do governo estadual.
A nota destoante desta iniciativa, que, segundo o secretário estadual de Planejamento, Alexandre Henklain, partiu da própria comunidade indígena foi a total ausência de representantes do governo federal, especialmente da FUNAI, bem como do Ministério Público Federal, órgãos que, a princípio, gestam e administram a questão indígena brasileira. Os dois órgãos foram convidados para a reunião, e se não compareceram, ignorando a iniciativa da comunidade – afinal são os índios os maiores interessados na solução do imbróglio -, demonstram que já definiram com quem dialogar, e só o fazem quando existe afinidade ideológica. É uma pena!SUPREMOSegundo informações do secretário estadual de Planejamento, Alexandre Henklain, o documento final com o resumo das deliberações dos indígenas de São Marcos sobre a questão da área urbana de Pacaraima vai ser levado a Brasília por representantes daquelas comunidades. A ideia é de que essas lideranças entreguem o documento a cada um dos onze ministros do STF. O relator da ação da FUNAI que quer a retirada dos habitantes de Pacaraima é o ministro Marco Aurélio Mello.CRIAÇÃOA governadora Suely Campos (PP) encaminhou mensagem à Assembleia Legislativa do Estado (ALE) acompanhando o Projeto de Lei para criar o cargo de Secretário Adjunto do Tesouro Estadual. O novo cargo terá salário de R$ 16.222,00 (dezesseis mil, duzentos e vinte e dois reais) e vai substituir o de Coordenador Geral do Tesouro Estadual, da estrutura da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), cujo salário era de nove mil reais.ENDIVIDAMENTOPor falar na governadora Suely Campos, ela deve ter viajado ontem, domingo, para Brasília para uma reunião, hoje, com o presidente interino Michel Temer (PMDB). Foi acompanhada pelo secretário estadual da Fazenda, Shiská Pereira, e do adjunto daquela pasta, Kleber Josuá. O objetivo da reunião de Temer com os governadores é para tratar do endividamento dos estados com a União, e a tarefa da governadora de Roraima é convencer o presidente de que sua equipe econômica tem de tratar os estados pelas suas diferenças.DIFERENTEO problema de Roraima não é igual ao de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, que devem uma montanha ao governo federal e querem uma redução dos juros cobrados sobre essas dívidas. O caso de Roraima é o sufoco sobre as contas do Estado devido a empréstimos tomados nos últimos sete anos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF). Só que a equipe de Henrique Meireles, ministro da Fazenda, não quer saber de convervar sobre esses empréstimos recentes. É o fim da picada.GREVEEm entrevista concedida ao programa Agenda da Semana, de ontem, domingo, o secretário estadual de Administração, Frederico Linhares, disse não acreditar na possibilidade de uma greve geral dos servidores do Estado. Linhares garantiu que o Plano de Cargos e Remuneração do quadro geral dos servidores estaduais está sendo implantado sem atraso – o prazo final, para tanto, só vence no começo de setembro próximo – e que algumas reclamações pontuais ocorrem por força da lei aprovada anteriormente à atual administração. No último dia 12, o deputado estadual Jânio Xingu (PSL) disse que hoje, 20, os sindicatos teriam uma reunião para unificar o movimento de pressão contra o governo.ORIGEMAdvogados de algumas das pessoas com prisão preventiva decretada por conta da Operação “Cartas Marcadas”, que tiveram acesso ao teor dos inquéritos já descobriram a origem das denúncias. E fontes da Coluna garantem que novos desdobramentos da operação podem atingir órgãos da administração estadual. Quem viver verá.