Hospital e praças – Vera Sábio*Muitos me conhecem aqui, pela Folha de Boa Vista, porém outros lembram que fui candidata à deputada estadual, quando em praticamente todos os meus discursos levantava as seguintes questões, das quais ninguém sabia a resposta da 1ª pergunta e todos sabiam da 2ª. Será que agora as respostas são as mesmas?
– Quantas praças temos em nossa cidade de Boa Vista e em nosso Estado de Roraima? E, aí, sem investigar e contar, vocês saberão responder?
Então vai a próxima pergunta, a qual, com certeza todos saberão a resposta:
– Quantos hospitais temos?
Questionem também as precariedades destes hospitais. Eles possuem leitos, medicamentos, equipamentos e profissionais necessários e suficientes?
Através destes questionamentos, eu indagava sobre como teremos e gostamos de ter lazer, se não possuímos saúde, se não temos educação para manter as praças, nem segurança para usufruirmos delas. Enfim, qual nossa verdadeira prioridade?
Sempre questionei estes fatos, porém não tinha ainda enfrentado o desprazer de ficar no Hospital Santo Antônio com uma criança internada, e foi o que aconteceu nos meus últimos três dias. A pequena havia pegado malária há mais de 18 dias, mas demorou todo esse tempo para a doença se apresentar nos exames. Com isto, suas plaquetas ficaram muito baixas, o que necessitou de sua internação.
Quinta à tarde, a criança de 5 anos estava com 40 graus de febre, mas esperou mais de 10 minutos para que a médica que a atendeu prescrevesse a internação. Depois deste procedimento, mais uns 15 minutos para que lhe fossem aplicados um medicamento e soro e a conduzisse para o leito. Leito este que faltava lençol, tendo que aguardar sentada mais de uma hora até que o lençol secasse para que o trouxessem.
Nesse tempo, a enfermeira chega até nós e pergunta se esta criança está no seu 11º dia de tratamento de malária. Não entendi direito, pois a criança sequer havia tomado o 1º medicamento para melhorar a malária. Foi quando a enfermeira disse que tinha sim, já que no prontuário da criança estava descrito 11º dia de tratamento. Neguei firmemente e pedi que fosse verificar com a médica que há pouco tempo havia a atendido, pois estávamos acabando de chegar e não tínhamos nem lençol ainda.
Assim fomos salvos pela falta de lençol, fazendo a enfermeira ir verificar e descobrir que a doutora, em vez de marcar 1º dia, colocou 11º dia. Comecei a ficar assustada e acreditar o que já tinha escutado várias vezes. Neste hospital, entram com uma simples gripe e muitos saem mortos. Parecido a este fato, ao conversar, verifiquei o quanto aconteciam ao meu redor, tendo um caso pior do que o outro em um local com 12 crianças só internadas neste quarto, existindo inúmeras outras chorando e tomando soro pelos corredores, etc. etc. Senão, não acabo este meu texto.
No 2º dia de internação, chega a enfermeira dizendo e, graças a Deus, disse: que a criança que eu acompanhava tinha 40 quilos. Tomei um grande susto. Pois, logo na entrada do hospital, o 1º procedimento é pesar e medir a temperatura de toda criança que lá chega. Constataram assim que ela pesava 29 quilos e estava com 40° de febre, porém anotaram a febre no local do peso e, se eu não tivesse bem atenta, dariam medicamento na proporção errada de peso, o que poderia causar grandes complicações à saúde da criança. Irresponsabilidade total daqueles que não se preocupam com a vida de quem ali está.
Fora estes dois detalhes absurdos, havia tantas crianças pelos corredores esperando uma vaga para internar, e a que eu acompanhava poderia ter saído sábado à noite, visto que seu exame ficou pronto sábado às 20 horas, mostrando em seu resultado que as plaquetas tinham subido após ela tomar sangue.
Mas um enfermeiro me disse que não tinham médico naquele horário, que os médicos viriam se fossem chamados, assim somente dariam alta domingo pela manhã. Outro tremendo absurdo, pois quem está de plantão deve estar no local e não esperar que o chame e correr o risco de chegar depois da criança ter morrido. Cadê a responsabilidade como médico? Cadê a ética? Cadê o compromisso? Cadê a dedicação?
E, para concluir, fica a reflexão: o que os candidatos que cada um pensa em votar nestas próximas eleições? Estão realmente preocupados com a saúde e as prioridades de nossa cidade e Estado? Se você não liga para isto, saiba que, através do seu voto, pode matar mais um paciente, por falta de saúde adequada, já que seu voto é também responsável por isto.
Se reclama da vida e acha que estou exagerando, aproveite e faça uma visita ao Hospital da Criança e constate os absurdos que lá existem. O que seu candidato fará a esse respeito?
Precisamos muito mais de hospitais do que de praças, pois lá o fluxo é imenso, tendo que haver novas instalações, ampliações e maior qualidade nos atendimentos, com bons profissionais, materiais, medicamentos, equipamentos, e tudo para uma saúde melhor.
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected]. (95) 991687731———————————–Quando nos amamos – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Quando me amei de verdade, descobri que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato”. (Charles Chaplin)Quando nos valorizamos de verdade, não há como ser infeliz. E quando nos sentimos feliz vivemos plenamente. E viver plenamente é conhecer-se em si mesmo. E só nos conhecemos realmente quando somos conscientes nos nossos pensamentos. É quando sabemos que o que pensamos sobre nós mesmos torna-se verdade para nós. E a felicidade ou infelicidade vai depender do que pensamos sobre nós mesmos. Portanto, procure controlar seus pensamentos. São eles que transmitem ao seu subconsciente, o que você realmente quer. Nossas situações nós as criamos. Mas nem sempre somos capazes de perceber isso. E por isso não entendemos o que acontece conosco. Com certeza isso acontece, e com frequência, com você. E sempre que perceber que alguma coisa está lhe acontecendo sem que você saiba por que, cuidado. Procure ver o que há de errado em seus pensamentos. Mas não se torture. Apenas procure ser mais dono, ou dona, de você mesmo. Não se esqueça de que você é responsável pelo que acontece com você. E não caia no erro de querer botar a culpa nos outros. Mesmo porque se houver participação de alguém, com certeza, ele foi convidado por você, a participar do acontecimento, mesmo sem saber.
Sinta-se dono dos seus pensamentos. Não permita que eles ajam à revelia da racionalidade. Cada uma de nossas crenças cria uma experiência diferente. E só quando nos conscientizamos disso é que vivemos as experiências. Mas tenha muito cuidado com o que pensa. Só amadurecemos quando somos capazes de controlar nossos pensamentos. E controlá-los não significa restringi-los, limitá-los. Por mais espertos, ou expertos, que sejamos não somos capazes de usar mais do que cinco por cento da capacidade de nossas mentes. E é nelas que está todo o poder de que dispomos para vencer.
O nosso subconsciente aceita tudo que lhe transmitimos no que pensamos. Se é bom ou ruim, bem ou mal, é problema nosso. E tudo que queremos, transmitimos-lhe através dos pensamentos. Nossa mente aceita tudo que escolhemos para acreditar. Então procure ser racional. E ser racional é ter uma mente equilibrada, dentro da racionalidade. E só conseguiremos isso se nos amarmos de verdade. Porque quando não nos amamos não somos capazes de amar o próximo. E quem não ama o próximo não tem como viver em harmonia com sigo mesmo. Sorria sem medo de parecer tolo. No seu sorriso está sua identidade. E só sorrimos quando somos felizes. E só com a felicidade vivemos plenamente. Pense nisso.
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