Jessé Souza

S O S Seguranca 2654

Jessé Souza*Por mais que possa haver boa vontade dos policiais, a segurança pública definhou na mesma medida em que o crime organizado avançou no sistema prisional e a bandidagem cresceu na Capital, com uma onda de assalto jamais vista em todos os tempos. Diariamente, são assaltos praticados muitas vezes à luz do dia para tomar até mochila de estudantes que saem da escola.

Com toda precariedade que a Polícia Militar tem trabalhado, ainda é possível ver viaturas policiais nas ruas, algumas vezes fazendo abordagem a motociclistas, já que boa parte desses assaltos é feita por duplas que utilizam moto, geralmente roubadas ou furtadas.

Porém, não se tem visto a Polícia Civil agir com mais ênfase, investigando os casos e chegando aos autores dos crimes. Nem mesmo as prisões por tráfico de droga, que é um dos motivos do crescimento da violência, têm ocorrido com a agilidade que a sociedade cobra.

É bem verdade que o governo não tem proporcionado boa estrutura para a Polícia Judiciária, mas parece que as coisas estão mais lentas do que se pode esperar, ainda que a estrutura não seja a ideal. Ou será que há alguma ordem para reduzir o número de presos para não inflar ainda mais a superlotada Penitenciária Agrícola de Monte Cristo?

O fato é que o Estado precisa mostrar uma reação à altura para inibir ao menos essa onda de assalto que não tem poupado nem mesmo as crianças e adolescentes, uma vez que as mulheres no meio da rua já vinham sendo alvos fáceis dos bandidos há um certo tempo.

Da forma que a situação chegou, os assaltantes perderam completamente o medo das polícias e desafiam as autoridades constituídas, que se mostram imóveis e incompetentes para encarar esse grave problema que aflige principalmente a população dos bairros mais afastados do Centro, onde as famílias não têm condições de se proteger sem o aparato do Estado.

O cidadão comum corre o risco de ser a próxima vítima a qualquer momento, seja quando está se deslocando em uma moto (veículo preferido dos bandidos), ou quando está chegando em casa no seu carro, ou até mesmo a pé, na rua, caminhando para casa ou para o trabalho. Ou, ainda, dentro da sua casa, na hora sagrada do sono, quando os bandidos invadem a residência armados.

Talvez agora o Estado dê um pouco mais de atenção à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, evitando as constantes tentativas de fugas e motins. Porém, a Segurança Pública precisa sair dos repetidos discursos e das propagandas que não se sustentam na realidade. O povo pede socorro. Resta saber se as autoridades vão sair de seus gabinetes refrigerados, rodeados por segurança paga com o dinheiro público, para ouvir esse pedido da população e agir.

*JornalistaAcesse: www.roraimadefato.com/main