HONRA E HÁBITOS – João Silvino*Hábitos e fatos existentes em nossa vida são essencialmente necessários. Trocamos a roupa suja que usamos de um dia para outro, por outra mais limpa, uma roupa velha por outra novíssima na medida do possível.
Livramo-nos de algumas amizades, quando descobrimos falsidade, que esta trabalha exclusivamente para a maldade. Mudamos de ideia, quando erramos feio e para não sofrermos outras novas consequências.
Quando alguma alimentação que consumimos esteja nos fazendo mal, deixamos de comer para não morrermos pela gula. Sacrificamos alguma diversão às vezes, por medo de sairmos de casa. Estes e outros hábitos são quase automáticos, menos a honra, um dom natural para poucos.
Se tivermos compromissos com a honra, não devemos jamais retroceder. Uma pessoa de palavra firme é considerada nobre.
Quem empenha a palavra e não a cumpre é desconsideradamente pessoa. A firmeza da palavra é o maior dos diplomas acadêmicos que alguém possui. Mudamos de atitude, mas não de personalidade. Mudamos de religião, mesmo sabendo que Deus é um só para quem merece, mas nunca trocamos a honra. Quando desrespeitamos os compromissos assumidos é porque somos enganadores. Podemos enganar uma comunidade, um bairro, uma cidade, um Estado, um país inteiro, mas enganar a Deus é impossível, pois somente ele é capaz e saberá com honra nos mostrar o caminho da nossa própria felicidade.*Articulista————————————–DOBREM A LÍNGUA E A NOVILÍNGUA! – Percival Puggina*De uns tempos para cá, a novilínguagramscista encontrou no sufixo “fobia” um pé-de-cabra semântico muito útil ao seu trabalho desonesto no plano da cultura. Basta aplicar o sufixo a um determinado vocábulo para impor silêncio à divergência. Assim, por exemplo, a palavra xenofobia tem sido usada em relação a quem considere excessivamente permissivo o ingresso no Ocidente de imigrantes oriundos do mundo islâmico. Os mais exaltados chegam a identificar essa atitude com o nazismo, como se simples recomendações à prudência equivalessem à construção e uso extensivo de câmaras de gás. E não faltam papagaios para, desde seus poleiros nos meios de comunicação, correntinha ideológica presa à perna, repetirem incessantemente a mesma tolice: “Xenofobia! Xenofobia!”.
Ora, o Islã político (dificilmente dissociável do ensino do Profeta) assusta o mundo, insistente e desabridamente. Ataca o Ocidente com ameaças, palavras e obras. É a jihad, que já conta 15 séculos. Não há paz onde ela se manifesta. Um enorme conjunto de organizações terroristas proclama seu objetivo de acabar com os “infiéis” (ou seja, eu e vocês que me leem). O dito califado, do autodenominado “Estado” islâmico, explicita acima de qualquer dúvida intenções de espalhar pelo mundo seu poder e as monstruosidades que pratica na Síria e no Iraque. Não há limites à sua demoníaca malignidade. Então, a prudência não pode ser desprezada, como não a desprezaríamos em nossas casas ao acolher alguém.
Aqui no Brasil, setores da mídia ainda não decidiram se: 1) o capitalismo acabou, a Europa quebrou e viva o socialismo!, ou 2) o capitalismo é um sucesso e a Europa, rica, deve acolher com generosidade os infelizes da Terra. Para eles, porém, num caso ou noutro, em quaisquer circunstâncias, hoje e sempre, o Ocidente é culpado de tudo.
Não nego que a xenofobia pode se manifestar em qualquer sociedade. Inclusive entre os ocidentais que odeiam o Ocidente. Pode, mas não é essa a regra. Quem pôs fogo num imigrante senegalês em Santa Maria é indivíduo enfermo, portador de uma fobia que merece contenção e tratamento. Essas pessoas não são representativas de coisa alguma, exceto da própria enfermidade.
O que escrevo e descrevo não é difícil de entender, mas pode se tornar incompreensível se os conceitos forem espancados até formarem uma massa única e disforme, como pretendem os papagaios da ideologia. Se o mesmo viés fosse usado para todas as manifestações dessas mesmas pessoas, teríamos que criar os vocábulos e correspondentes execrações públicas para os “cristofóbicos”, os “meritofóbicos”, os “machofóbicos”, os “brancofóbicos”, os “milicofóbicos”, “europofóbicos” e assim por diante.
Então, ativistas, dobrem a língua e a novilíngua. Saibam: o uso desonesto do vocabulário para difundir conceitos errados com fins políticos é apenas mais uma dentre as muitas formas em que a corrupção se manifesta.*Membro da Academia de Letras, Arquiteto, Empresário e Escritor————————————–AS DEFICIÊNCIAS DOS POLÍTICOS – Vera Sábio*Há uma estatística revelando que existem mais de 24% da população brasileira com alguma deficiência. Porém nada é declarado sobre aqueles que se denominam cegos, surdos, deficientes intelectuais e paralíticos, presentes nos políticos e fixados principalmente através da imunidade parlamentar.
Talvez pelo único motivo de que querem parecer verdadeiros, honestos e capazes de denunciar a terrível corrupção ocorrente. Mas simplesmente, não fazem isto, porque não viram nada, não sabem de nada, não ouviram nada e não participaram de nada…
Usam em seus olhos, ouvidos e consciência uma “venda” extremamente eficiente, chamada “dinheiro”.
O poder fornecido pelo dinheiro e a ambição de tornarem-se ricos; ofusca os olhos, tapa os ouvidos, trava os passos e retira o raciocínio que diferencia os seres humanos dos outros seres vivos.
O respeito ao bem público, a ética, a moral, a honestidade e o que sempre pregam em campanhas eleitorais: (estamos aqui para servirmos a população, cuidarmos do país e melhorar a pátria…) São palavras levadas pelo vento, que apenas em momentos de tempestade, quando estão correndo o risco de desmoronar; retornam com a doçura de inocentes, com o mesmo jeito de “cegos, surdos, lentos de raciocínio e paralíticos” de antes.
Só não fazem nada de bom, porque são paralíticos, impossibilitados de dar um passo e ganhar um tiro no pé.
Só não falam nada pois “surdos” nos seus interesses, nada ouviram e nada podem declarar.
Só não propõem uma mudança transformadora para melhor, pois seriam descobertos e presos, se esta mudança realmente fosse feita.
E só não enxergam nada, pois o comodismo da “cegueira” é útil para sua sobrevivência no poder.
Assim multiplicam as mentiras, adiam-se as soluções e empurram os fatos com a barriga; na certeza de que brasileiro é de memória curta e basta um grande evento, a copa do mundo, as olimpíadas, algum lazer e benefício; para logo tudo ser esquecido. Assim as contas dospolíticos, vão para o exterior, tornando-se cada vez mais gordas enquanto o Brasil magro, desnutrido e empobrecido arrasta-se para um futuro sem boas perspectivas.
Não gosto desta verdade nua e crua; pois ela dói mais do que viver na ilusão que tudo será melhor. Todavia se os brasileiros não tomarem posse dos direitos de cidadãos e agirem com empatia a todos, sabendo que podemos bem mais do que imaginamos.
Já que não tem como modificar esta realidade somente com palavras de otimismo, as quais são bonitas, porém vazias de ações. Precisamos colocar nossa mão na massa, mostrar nossa indignação, revelar nossa força e se a política está com quase todos os “políticos deficientes”. É nossa hora de enxergar, ouvir, falar, raciocinar e dar o primeiro passo para uma grande transformação.*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/0450cel. 991687731E-mail: [email protected]———————————————Quase saudosista – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos”. (Bob Marley)Devo estar parecendo um saudosista inveterado, mas não sou. Na verdade não sou muito ligado a isso, mas não há como fugir do passado quando ele valeu. E como no fim de semana falei da minha amiguinha Munira, a história pareceu meio esquisita. Aí, resolvi tentar esclarecer, se for possível. Certo dia eu ia pelo Viaduto do Chá, quando me encontrei com o amigo Osmar. À época ele estudava na USP. Paramos e ele me falou alegre:
– Eu e o Antônio estamos terminando a faculdade, este ano. E resolvemos criar um curso preparatório para o início do vestibular que vai ser criado. E quando os professores da USP souberam disso nos prometeram que se o curso for realmente de qualidade, eles virão lecionar por um ano, na gratuidade. Vamos abrir o curso mês que vem e queremos você lá, conosco, tá?
Puxa, o Osmar acertou na mosca. Um tipo de aventura que sempre adorei na minha vida. Eu não estava nem aí para faculdade, mas não perderia, por nada, a oportunidade de estudar com os melhores professores das grandes faculdades de São Paulo. E foi ali que tive contato, e conheci grandes nomes da literatura brasileira. Foi no jornalzinho “O Barão”, que escrevi a crônica “O Casarão Mal-assombrado”; posteriormente publicada no meu livro “O caçador de marimbondos”, com um prefácio extraordinário, do Jornalista Plínio Vicente.
Estudei dois anos no Barão. Foram dois anos enriquecedores. Além da Munira, fiz grandes amizades que duram até hoje. Mesmo porque amizades são construções que não se destroem. Quando uma amizade morre é porque não era amizade. E por isso não deve ser relembrada. Deve ser jogada no baú do esquecimento. Mesmo porque todos nós estamos à mercê de falsos amigos. E por que perder tempo lembrando-se deles? Construímos tantas amizades vida afora, que não devemos perder tempo com as mal construídas. Se seu fim de semana não foi tão agradável assim, não perca seu dia, hoje, lembrando-se do que não deu certo ontem. Mesmo porque só vivemos o momento atual. Não há como você viver o ontem nem o amanhã. Você só vive o hoje e agora. O dia passado é passado.
Mas não deixe de aproveitar tudo que você aprendeu com os erros de ontem. Porque os erros são um ensinamento. Quando não sabemos aprender com eles, eles nos derrotam. Os entendidos sabem que quando erramos não erramos, aprendemos como não fazer. Aproveite e faça tudo que você tem que fazer, hoje, da melhor maneira que você puder fazer. E você sempre pode fazer melhor até mesmo no melhor que você fez. Pense nisso.*[email protected]