Bom dia!Em meio aos fogos dos Jogos Olímpicos – eles não serviram apenas para abafar as vaias destinadas a Michel Temer no Maracanã -, eis que o Ministério das Minas e Energia, um velho reduto do PMDB do senador Romero Jucá, anuncia que a Companhia Energética de Roraima (CERR) não pode mais gerar ou distribuir energia elétrica para o interior do Estado. É o desfecho de uma trama urdida desde o governo de José de Anchieta Júnior (PSDB), quando o governo estadual contraiu uma dívida de mais de R$ 600 milhões, para um ardiloso programa de saneamento financeiro da estatal estadual, cuja execução foi entregue a um preposto da Eletrobras.

Depois de comandar o ardiloso programa de saneamento, cujo objetivo era preparar a CERR para ser “federalizada”, uma armadilha que jamais seria concretizada através da Eletrobras, o Governo Federal, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), recusou-se a renovar a licença de concessão da empresa estadual. Era a sinalização de que o objetivo verdadeiro da intervenção branca – afinal, depois de conseguir a bolada milionária, o governo Anchieta Júnior entregou a CEER para ser administrada pela Eletrobras -, era desvalorizar a empresa para que ela fosse absorvida pela estatal federal com um mínimo de recursos indenizatórios.

É o que vai acontecer agora, depois dessa decisão do Ministério das Minas e Energia. Neste processo de privatização que se anuncia, tanto o da distribuição para o Sistema Boa Vista quanto para o interior, o que resta de ativo (patrimônio) da CERR deve entrar no bolo com valor irrisório, ficando com o governo estadual o peso de pagar o milionário empréstimo, cujo destino dos recursos é um mistério; e a dificílima tarefa de demitir mais de 700 trabalhadores.POLITICAGEMEm entrevista à Rádio Folha, ontem, domingo, no programa Agenda da Semana, o deputado estadual licenciado Oleno Matos, que ocupa a Chefia da Casa Civil do Governo do Estado, disse com todas as letras que a decisão do Ministério das Minas e Energia de desautorizar a CERR para distribuir energia elétrica para o interior de Roraima tem objetivo o político de prejudicar o governo estadual. Sem revelar nomes, Oleno revelou que o governo Suely Campos (PP) tem convicção das digitais que estão impregnadas na portaria ministerial que fulminou a CEER.BILIONÁRIAA Parabólica não tem ainda os cálculos definitivos, mas especialistas ouvidos por nossos redatores garantem que o rombo que a decisão do Ministério das Minas e Energia de fulminar a CEER, como empresa geradora e distribuidora de energia elétrica para o interior do Estado, vai deixar para a administração do governo Suely Campos uma conta bilionária a ser paga. Isso mesmo, com certeza o buraco passa de um bilhão de reais, uma montanha de dinheiro que o Tesouro do Estado não tem de onde tirar. Dá para entender como se faz para inviabilizar um governo?INDEFINIÇÃOO último dia para as Convenções Municipais que definiriam os candidatos ao cargo majoritário de prefeito e dos nomes que disputarão as 21 vagas à Câmara Municipal de Boa Vista foram marcados pela indefinição de nomes e de coligações. Foi um Deus nos Acuda, a cada minuto, os nomes de candidatos e de partidos mudavam ao sabor das intensas negociações de bastidores, que eram feitas em reuniões e por telefone. E, de fato, muitas decisões só foram tomadas no dia seguinte, 06.08 (sábado), quando o prazo legal havia expirado. São coisas do mundo político tupiniquim.GRANAUm experiente observador da cena política roraimense disse à Parabólica que tudo continua como dantes na política local. “Quem acompanhou de perto a dança das candidaturas e das coligações formadas para disputar as eleições em Boa Vista e também no interior pode perceber que quase todos os ajuntamentos estiveram estribados na força do dinheiro. É um claro sinal de que a caça aos votos vai continuar um grande mercadão, apesar das modificações na legislação eleitoral”, disse nosso observador. Será que ele tem razão?FISCALIZAÇÃOO mesmo observador político lembrou à Parabólica o indispensável papel do Ministério Público na fiscalização do processo eleitoral contra o cometimento de crimes por abuso de autoridades políticas, e de poder econômico. “Muitas pessoas com as quais tenho conversado ultimamente ainda não têm qualquer noção do papel reservado aos promotores de Justiça, em cada Comarca; e como será a função dos procuradores do Ministério Público Federal, junto ao TRE-RR. Essa falta de informação sobre essas funções fará com que muita gente não saiba a quem procurar para fazer as denúncias sobre os crimes eleitorais que presenciarão. Ninguém até agora esclareceu isso”, disse nosso observador.AMBIENTALISMONinguém contesta a beleza plástica de que esteve revestida a festa de abertura dos Jogos Olímpicos no Maracanã. Contudo, que ninguém se engane com os motivos reais que levaram a imprensa estrangeira a aprovar com entusiasmo a solenidade de abertura, que foi feita sob a batuta do cineasta Fernando Meireles. O que agradou mesmo os corações dos estrangeiros foi o conteúdo de ambientalismo, que serviu de cenário ao evento. Bem ao gosto dos gringos e das organizações internacionais que já decidiram fazer do Brasil o grande laboratório para suas ideias. Yes, nós temos banana!