Opinião

Opiniao 15 08 2016 2842

AS MÁQUINAS VALEM MAIS DO QUE A VIDA -Vera Sábio *Pensamos na valorização da vida e analisamos várias situações.

As calçadas locais para que os pedestres andem em segurança são intransitáveis: ou porque têm buracos ou têm degraus ou têm postes ou têm árvores, lixeiras, canteiros, etc. e mesmo porque não têm iluminação.

Isto é comprovado, no número enorme de mortes ocorrentes todos os dias pelo trânsito desgovernado, que mata sem escolha e sem piedade.

Outro problema surge quando verificamos o quanto são realizados pregões e licitações de materiais e equipamentos, enquanto os treinamentos, qualificações, boa remuneração, valorização dos trabalhadores e todos os direitos trabalhistas, diversas vezes são negados ou realizados precariamente.

Observem o quanto é gastado em reformas de praças, estádios, prédios públicos e alugueis também desnecessários se houvessem uma manutenção dos prédios existentes, os quais estão em total descaso. E o quanto é investido nos hospitais, medicamentos e tratamentos; também na preservação dos rios; na segurança pública e no ensino tão pouco valorizado.

Foi mostrado no Fantástico o quanto é lucrativo a compra de equipamentos; destinando a somente uma mulher a utilização de cinco próteses para a mama.

Quer aberração maior? Quer comprovação maior da corrupção existente nas compras indevidas, onde a valorização da vida, não é nem de longe uma preocupação latente.

Pacientes morrem sem socorro, pela ganância desmedida. Aumentam as doenças indevidas, através do esgoto que bebemos, no lugar da água limpa que nosso rio fornece. Ficamos presos em casa, enquanto os criminosos estão soltos pelas ruas. Observamos que a casa dos legisladores será reformada com o nosso dinheiro, enquanto não temos condições de um local seguro e confortável para morar; e as escolas dos nossos filhos estão caindo sobre as suas cabeças.

Se eu quiser, continuo relatando as tragédias sem fim. Porém prefiro amar, lutar e planejar um futuro melhor.

Todavia isto não impede de enxergar à realidade existente a minha frente, pois quando deixo meu otimismo em plena cegueira, estou me iludindo e não ajudando os outros a perceberem o quanto precisam comprometer-se com a “vida”. Na consciência de que um voto errado, pode colocar toda uma nação a perder.

Tenho fé, porém a fé sem ação é incapaz de lutar, progredir, persistir e modificar o mundo.

Aprendamos a valorizar sobre tudo a vida, se quisermos conquistar os bens materiais; máquinas, objetos, equipamentos e toda a tecnologia que nos rodeiam, facilitando a vida e proporcionando o conforto merecido.*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega———————————–DEMOCRENTE – Daniel Severino Chaves*Segundo a história ocidental, procura-se atribuir a Sócrates o surgimento do sentimento da democracia quando este atribuía ao demônio o ser capaz de persuadi-lo e estimulado a busca do conhecimento. Mesmo num universo grego clássico com inúmeros deuses, o demônio era visto com desconfiança, temor e ódio. Atribui essa afinidade de Sócrates com o demônio o motivo para envenenarem o filósofo.

Com base na experiência socrática e ensinamentos bíblicos entendo que antes da democracia existia o democrente. Isaias apresenta um ser angelical, o mais exaltado, ser destituído de sua função originaria tudo porque almejou para si um próprio reino e ainda ser semelhante ao Altíssimo.O resultado dessa ambição democrática atingiu o reino terrestre, onde o trono das vaidades, o poder, não pertence à pessoa e sim a aquele que se assenta no trono. Enquanto lá estiver mais poder do demo terá e mais demos tentarão arrancá-lo para poder ocupar seu lugar. O demo deseja o lado norte do universo, tem crente pregando que vai junto, mas usa o nome de Cristo.

Neste contexto do demo está inserido o democrente, que é aquele que detesta qualquer governante, que sonha secretamente em estar na cúpula do poder, mas não tem coragem suficiente para lutar pelos seus ideais, mas em contrapartida são especialistas em bajularem os mais poderosos e espalhar picuinha entre os seus. O democrente é o mais capaz como cabo eleitoral, embora seja o mais odiado pelos eleitores. Estes adoram o trono das vaidades não importa quem esteja sentado nele.

Os democratas são aqueles que de certa forma sonham em ter assento na cúpula do poder, isso quer dizer que não pertencem a ela, mas veem nitidamente a possibilidade de conquistá-la. Os democratas são mais leais com os aliados do que ao trono das vaidades, por isso volta e meia estão fora e na outra volta e meia estão dentro dele.Os democratas têm as melhores ferramentas para virar o jogo político, vez que a massa, o povo, não tem assento no trono das vaidades, logo tirar o que lá está assentado aumenta a possibilidade da massa ser menos massacrada.

O democrente nunca perde uma eleição, vez que a eleição para este não está ligada a pessoas e sim ao poder.Pessoas no poder são tão inúteis quanto são aquelas que almejam ocupar o seu lugar. O democrente sabedor disso bajula a função. Suas palavras são sempre: O governador! O senador! O deputado! O prefeito!Eu citei que a massa não tem assento no trono, mas não quer dizer que o povo seja democrata, este está muito mais para democrente. Desta forma a influência dos prefeitos, poder mais próximo, democratas ou democrentes são de grande valor na manipulação da massa falida.

O democrente como Demócrito, é crente na indivisibilidade do átomo. O democrata como Demóstenes, é mestre da eloquência e declamação. No sistema demótico agem democrentes e democratas.O democrente trabalha sete meses somente para pagar imposto para o governo, trabalha de sol a sol o ano inteiro e depois diz com orgulho sou brasileiro. O democrata se revolta com a carga tributária comunista, odeia o governo e a política imbecil, mas no fundo se orgulha de pertencer ao Brasil. Em suma, democrente é o vira-lata que late, late, late e não sabe morder. O democrata é o cão valente preso na corrente do poder sem poder morder.*Sociologia Prospectiva————————————PAULO FREIRE, VEM DAR UMA OLHADA! – Percival Puggina*Em duas páginas, o Zero Hora [jornal do Rio Grande do Sul] de 12 de agosto exibe reportagem sob o título e com o tema da “Educação prejudicada por insegurança”. São dados alarmantes porque se referem, precisamente, ao espaço e à atividade dos quais se esperam soluções para o problema civilizacional brasileiro. Afinal, é ali, bem ali, exatamente ali, que nossos pedagogos, saídos do forno onde é cozida a massa sovada pela pedagogia paulofreriana deveriam estar aplicando sua educação redentora, libertadora.

Oh, Paulo Freire, vem dar uma olhada no estrago! Os dados da violência no universo educacional (é a exata expressão usada pelos autores da matéria), se referem apenas aos casos em que os atos praticados geraram BOs, ou seja, boletins de ocorrência policial. Não incorrerá em exagero quem supuser que os números reais, não levados a registro, são, necessariamente, muito maiores. Eis os números computados:

•    23.930 atos de indisciplina em sala de aula,

•    4.861 atos de violência física entre alunos,

•    4.811 agressões verbais a professores e funcionários,

•    1.275 depredações ou pichações dentro da escola,

•    294 casos de posse ou tráfico de drogas,

•    199 agressões físicas a professores ou funcionários.

Não, não são números referentes a todas as escolas, nem cobrem um ano letivo inteiro. Os dados foram coletados em apenas 1.255 colégios estaduais (menos da metade da rede) e informam ocorrências relativas a seis meses letivos (dois últimos de 2015 e quatro primeiros de 2016).

A matéria nada diz quanto às questões de aprendizado. Mas deixemos isso para lá pois não é bem o que interessa numa pedagogia que atribui significado máximo à tal “construção da cidadania”. É ela que ganha vida nesses números.*Arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.——————————————–Corpo e Alma – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A higiene do corpo e a higiene da alma são inseparáveis”. (Rui Barbosa)É na higiene da alma que fazemos a higiene do corpo. Porque nosso corpo pode até não estar sadio, mesmo sem a presença de doenças, se não tivermos uma alma sadia. Nossa alma também adoece. Procure um especialista e ele lhe dirá se sim ou não. Vamos ao que nos interessa. Você é uma pessoa crítica por natureza? Se é tome cuidado. Os críticos geralmente são verdadeiros cricris. Adoram azucrinar. Mas não deixe de criticar quando houver realmente necessidade. Mas obedeça sempre a racionalidade. E ela nos diz que devemos criticar o ato, e não quem o praticou. E é aí que está a diferença entre o crítico e o que azucrina.

Há várias maneiras de alguém azucrinar alguém. Por exemplo: azucrinar, chatear, atazanar, atenazar e muitas outras maneiras. Mas há aqui, uma curiosidade. Se você quer atenazar alguém, você até pode, embora não deva. E esta é uma maneira um tanto perigosa, porque você pode se entusiasmar. E o entusiasmo pode levar você ao uso da tenaz, o que pode constituir crime. Logo cuidado. Atenaze, mas sem usar a tenaz. Parece brincadeira, mas não é. Cuidado com seu comportamento com as outras pessoas. Procure ser amável, independentemente do seu sexo. A simpatia é uma característica do ser humano. Não interessa se é homem ou mulher.

Cuidado com seu comportamento no seu ambiente de trabalho. Ainda estamos iniciando o que teve início há sessenta anos no Brasil: o uso das relações humanas no trabalho e na família. Instrumento que é fundamental para o desenvolvimento profissional. O relacionamento da família com o trabalho deveria ser mais observado, tanto pelas empresas quanto pelas famílias. Sem uma boa formação de relações humanas não temos como sermos profissionais nota dez. Talvez a maior dificuldade em entendermos isso, seja a simplicidade na formação. Ainda estamos iludidos com a fantasia de que o aprimoramento está na complexidade. E é aí que a jiripoca pia. E continuaremos a ter chefes arrogantes e funcionários carrancudos por não poderes ser o que o chefe é. Ainda não aprendemos que a empáfia ainda é um mal que assola através da ignorância. Ainda tratamos nossos subordinados como se eles fossem insignificantes. Quando na realidade, os arrogantes não têm competência para medir sua incompetência. Ainda queremos mandar, em vez de liderar. E não sabemos liderar orientando. Estamos vendo o maior exemplo de nossa ignorância nas relações humanas, no mau desempenho do nosso futebol. Não queremos que ele seja o melhor do mundo, mas o exemplo de um Brasil preparado. Pense nisso.*[email protected]