Opinião

Opiniao 02 09 2016 2928

Quando a saudade bate forte – Flávio Melo Ribeiro*Às vezes a saudade bate forte no coração, para isso, basta ouvir uma estrofe de determinada música, sentir uma fragrância, ver um ambiente ou um objeto, e como se o tempo não tivesse passado. Imediatamente se revive o que já deveria estar esquecido, mas que teima em surgir e luta para se manter no presente. As imagens se formam, alternam em boas lembranças e situações que nunca existiram, mas que foram desejadas. Mas em nenhum momento o tempo passa nas lembranças, visto que a saudade impede o envelhecimento nas imagens formada das pessoas. Todos se mantém com a mesma idade e o corpo da época e então: a saudade.

Mas ela é verdadeira? Não há dúvida que sim, pois é o que sentimos. Mas será que teria o mesmo efeito caso enxergasse a pessoa ao vivo, alterada pelos anos? Com suas histórias e pessoas que hoje fazem parte da sua vida? Será que gostaria de novamente viver um relacionamento com essa hoje em dia? A resposta geralmente é não, quando em consultório é montado o cenário atual. E dessa forma se desliga de um passado que já ficou no passado e não faz mais sentido hoje. E mesmo que o desejo se mantenha, cabe-se na vida do outro? É interessante se questionar: Ainda sou querido pelo outro? Nada mais triste que viver meses, as vezes anos e quando cria-se coragem para encontrar quem tanto desejou, descobre-se que nem ao menos faz parte dos seus pensamentos. Ai descobre que só perdeu tempo.

Mas existe a saudade dos mortos. Esse não tem jeito, pois nunca em sua vida vai encontrar novamente. Nesse caso o melhor é lembrar das boas vivências, guarda-las com carinho e saber que pode revivê-las quando quiser. Mas o mais saudável é não cultivar essa saudade, mas sim, deixar o tempo abrandar a dor. Caso essa dor persistir, é hora de organizar um ritual de despedida. Tem certas histórias que se não ritualizar o fim, ela se mantém como saudade vívida e não como saudade de uma história resolvida. Porém é muito dolorido resolver essas situações sozinho, pois são vividas como dramas, caso isso esteja ocorrendo com você, procure ajuda de um profissional de psicologia. Ele servirá de facilitador para superar essa saudade.

*Psicólogo CRP12/00449——————————————Incomode-se e nunca acomode-se – Vera Sábio*Sejamos pacíficos ao indignarmos com a triste situação pela qual o Brasil está passando. Porém, não sejamos passivos e apáticos ao acomodarmos com os fatos sem pegarmos a responsabilidade que nos cabe em fazermos a nossa parte.

A revolta nos faz rancorosos e pode atingir mais aquele que a sente do que em quem ela está sendo destinada. É como uma história infantil na qual o  menino, ao chegar em casa superchateado com a coleguinha que o desprezou e foi injusta com ele. Disse a sua mãe o tanto que queria se vingar e falar a ela todo tipo de palavrão.

A mãe, em sua sabedoria, estendia roupas no varal quando viu, no quintal, uma saca de carvão e teve a excelente ideia, dizendo ao filho que, enquanto a raiva não passasse, ele poderia a cada palavrão e maldições que desejasse a sua colega ir jogando um pedaço de carvão em uma blusa branca que estava no varal.

Ao esvaziar a saca, sua mãe perguntou qual era sensação que o filho sentira. No qual ele, aliviado, respondeu que estava totalmente sujo, mas tinha sujado bastante a blusa… Conclusão: para atingir o outro, o que primeiro aconteceu foi ficar atingido. E, aí, esta sujeira compensa?

Incomodar-se é sair do comodismo, do assistencialismo, do egoísmo, dos interesses próprios, que permitem enxergar somente o umbigo, sem verificar que o desemprego aumentou, a educação diminuiu, a saúde esta na UTI, a segurança é inexistente e poucos estão milionários, enquanto o país nunca teve uma crise tão grande com uma corrupção jamais vista antes.

Nós, cidadãos comuns, devemos andar na lei, porém, onde está a lei da Ficha Limpa, quando foi comprovado até em rede nacional tantos políticos que são sujos e serão candidatos, refazendo as mesmas promessas em que anos e anos de parlamentar não os fizeram cumpri-las.

Pecamos muito mais por omissão, já que ela impede o cumprimento da justiça, do que por realizar o mal, visto que muitos o realizam simplesmente não fazendo o bem, empurrando para outros fazerem o que nos cabe.

Tenham olhos, ouvidos e raciocínio para observar o que o candidato que concorre às eleições tem como propostas eleitorais e o político que quer ser reeleito fez, por exemplo: quanto ele desviou, quanto superfaturou, se mudou de casa, de carro, de amigos, de nível; se ainda te conhece depois que foi eleito, se teve projetos relevantes que foram aprovados, se divulga na campanha algo que é da competência do cargo que irá assumir ou nem tem certeza do seu papel; se faz mascaradamente uma cidade bonita e não se preocupa de fato com a prioridade do cidadão, ou seja, educação, saúde, segurança etc.

Não devemos esquecer que as eleições estão próximas e que não vale a pena nos iludir por promessas vazias, pois, se isto acontecer, seremos nós mais corruptos do que eles, colaborando para que tudo piore cada vez mais.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected].: (95) 991687731—————————————–Trocamos seis por meia dúzia  – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Somos o único caso de democracia que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram”. (Joaquim Barbosa)Será que temos algum caso assim, aqui em Roraima? Finalmente terminou o carnaval do impeachment. E acabamos trocando seis por meia dúzia. Saiu quem não deveria estar e ficou quem não deve estar.

Verdadeira barafunda. Mas, ainda bem que só faltam dois anos para iniciarmos um novo carnaval político. O que, aliás, não é novidade nenhuma. O que esperamos da substituição do Temer em 2018? Nossa política virou um picadeiro. Os erros que cometemos onde deveríamos concertar erros, é um verdadeiro mingau de incompetências. Mas o mais importante, tanto quanto preocupante, é que só nós, eleitores, poderemos, ou poderíamos, resolver essa pantomima. E é ai que, novamente, a jiripoca pia.

Não importa de que lado você está. O que importa é que você tenha consciência plena de que está fazendo sua parte para melhorar esse “Brasil colosso imenso, gigante de coração de ouro e músculos de aço”.

Porque precisa ter músculos de aço para sustentar nossa incompetência como cidadãos. Que futuro queremos para nossos descendentes, se não somos capazes de escolher, e eleger, políticos competentes para preparar o futuro? Mudanças sempre foram e sempre serão necessárias. Não nos esqueçamos de que em quarenta anos a população do Brasil triplicou. E nossa política e nossos políticos continuam os mesmos. Os mesmos pensamentos hilários e anacrônicos. E fazendo de nós, “cidadãos”, personagens descritas pelo Rei da França, Henrique IV, lá pelos anos de 1560: “Todo povo é uma besta que se deixa levar pelo cabresto”.

Não vamos deixar que o Henrique IV continue com razão. Vamos sair do cabresto e evitar novos vexames na Presidência da nossa República. Lamento ter levado esse papo com você, hoje. Mas não tem como evitar, quando sabemos que só nós mesmos podemos reverter o papel desempenhado no nosso picadeiro. Vamos salvar o Brasil. “Brasil, esse colosso imenso, gigante de coração de ouro e músculos de aço, que apóia os pés nas regiões Antárticas, e que aquece a cabeleira flamejante, na fogueira dos Trópicos. Colosso que se estendesse um pouco mais os braços, iria buscar as neves dos Andes, para com elas brincar nas praias do atlântico”. Por que esconder a grandeza do nosso País na insignificância da nossa indiferença? Somos todos responsáveis pelos desmandos, tanto quanto pelo progresso, do nosso País desejado, admirado e nada respeitado no que realmente é. Vamos sair do círculo da ignorância e nos tornarmos cidadãos de fato. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460