Social

Coluna Social 03 09 2016 2929

Em Baixa* Mesmo sabendo que o povo já não aguenta mais os desmandos do seu governo, que levou a Venezuela a um estado de penúria, Nicolás Maduro, Diosdato Cabello (procurado por tráfico de drogas pelo FBI) e seus aliados resistem. E nem a Marcha “Tomada de Caracas” fez com que recuassem e atendessem ao apelo pelo Referendo Revogatório, que por certo os tirará do poder. Querem porque querem que isso aconteça só em 2017, quando tudo continuará na mesma com o vice-presidente. Em Alta * Funcionária pública e membro do Conselho Estadual de Cultura, Meire Saraiva  foi homenageada, na manhã de sexta-feira,  dia 2, pela Secretaria Estadual de Cultura, por seus 27 anos como chefe da Divisão de Patrimônio Histórico do Estado de Roraima. Meire completa, neste domingo, quase três décadas de bons serviços prestados à Cultura do nosso Estado, com dedicação e competência. Homenagem mais que merecida, na qual esteve presente a secretária de Cultura, Selma Mulinari.

A secretária estadual da Cultura, Selma Mulinari, durante a merecida homenagem a chefe da Divisão de Patrimônio Histórico, Meire Saraiva

Convocação* A MDU – Mesa da Unidade Democrática, que representa a oposição venezuelana, logo após a manifestação “Tomada de Caracas”, convocou uma nova marcha para o próximo dia 7 de setembro ante a sede da CNE e em todas as capitais da Venezuela. * O porta-voz da oposição também pediu um panelaço para mostrar ao mundo que a Venezuela quer mudança. Se nem assim for convocado o Referendo Revogatório, o povo terá de permanecer nas ruas, Ad Eternum, ou tirar Nicolás Maduro na marra do Palácio Miraflores. Oração* As igrejas evangélicas brasileiras estão se movimentando em convocação para que todo cristão, ao meio-dia do dia 7 de setembro, ore cinco minutos; isso mesmo, apenas cinco minutos,  em Oração pelo Brasil. * Estão sendo esperados 40 milhões de pessoas de joelhos dobrados nesse dia para dobrar os joelhos pela Nação Brasileira. O país, decididamente, precisa. Descontos * O Pátio Roraima Shopping está com uma promoção de ingressos nos shows que acontecerão em breve no seu estacionamento. * O cliente que apresentar notas fiscais de compras, no valor mínimo acumulado de R$ 100,00, ganha 50% de descontos na compra de até um ingresso dos eventos que serão realizados pela Fábrica de Eventos.

Auxiliadora e Fabrício Macedo, celebrando a idade nova dele

Balcão * A governadora Suely Campos resgatou anteontem o “Balcão de Ferramentas”, linha de crédito para o pequeno empreendedor individual urbano e rural, como forma de possibilitar a aquisição de ferramentas necessárias para o desempenho das atividades.*Lançado no governo Neudo, à época, o programa atendeu duas mil pessoas e a meta agora é dobrar o número de empreendedores beneficiados, já que as linhas de créditos foram reformuladas e os empréstimos chegam a até R$ 3 mil. Mudança * A OAB-RR divulgou uma alteração na data de realização do curso “Leis Penais Especiais”, que será ministrado pelo advogado criminalista Raimundo Gomes. As inscrições continuam abertas e podem ser feitas na sala da Escola Superior da Advocacia.* Ao invés de quatro dias, agora o curso foi formatado para três dias: de 22 a 24 de setembro (quinta e sexta-feira, das 19h às 22h, e no sábado, das 8h30 às 12h30).

 Eles nasceram no mesmo dia, mesmo mês e mesmo ano. Namoraram desde criancinha e estão casados há anos. Karina Mota e Onésimo Cruz, casal lindo que tem muitos motivos a comemorar, além do aniversário duplo

Trânsito livre* A página de hoje é dedicada ao engenheiro Carlos Calheiros, que recebe kilométricas homenagens por conta de sua troca de data.* Também inaugurando idade nova neste sábado Camila Assis, Dra. Ilaine Pigliarini, deputado Jhonatan de Jesus, Catarina Figueiredo e Elmer Brito. * Domingo quem fica um ano mais atuante são a Dra. Magnólia Rocha e a querida Glauciane “Dezinha” Ferreira.* Ainda de aniversário no fim de semana Amanda Almeida Pires, Milene Thomé e Waldir Freitas.

Perfil

Jaider Esbell: “Que recolhamos nosso lixo, respeitemos sempre os mais velhos e honremos crianças e mulheres”

O roraimense Jaider Esbell, Makuxi de Normandia, recebeu seu primeiro Prêmio de Arte, ainda criança, em 1994, no Concurso de Desenhos para Catequistas Indígenas na aldeia Kanauanin. Desde então nunca mais parou. Escritor, artista plástico e produtor cultural, foi premiado no Concurso de Poesias do Sesi e pela Funarte/MinC de Criação Literária. Sempre intercalando literatura e artes plásticas, é autor dos livros “Terreiro de Makunaima – Mitos, Lendas e Estórias em Vivências” e “Tardes de Agosto, Manhãs de Setembro, Noites de Outubro”. Participou de várias exposições locais, nacionais e internacionais (coletivas e individuais), entre elas: “Cabocagem”, “Mostra Jaider Esbell de Artes Integradas”, “Vacas nas Terras de Makunaima”, “Índios”, “Îtekre-Ekaremenen – O Mensageiro”, “Vacas da Amazônia”, entre muitas outras. É idealizador e coordenador do grande “Encontro de Todos os Povos”, evento anual que reúne artistas indígenas de todas as etnias e deu visibilidade à produção de arte local. Morou nos Estados Unidos, onde ministrou oficinas de arte na Universidade de Los Angeles, trabalho que realiza também em Roraima, na Galeria Jaider Esbell de Arte Contemporânea e vários outros locais, como em Maturuca – TI Raposa Serra do Sol. Atualmente, Jaider se encontra em Natal-RN com a exposição Itinerante “It Was Amazon”, que passará três anos percorrendo cidades brasileiras. Recentemente, ele venceu o Prêmio Pipa de Arte 2016.* Quanto daquele menino indígena de Normandia ainda existe em você?Sim, ele existe plenamente, está muito vivo em mim. É ele que me faz suportar a dura realidade da vida adulta. É com o olhar desse curumim que eu percebo as realidades, as paisagens e os cenários que divido com as pessoas por meio de minhas artes. O curumim de Normandia sempre quis contar histórias e eu converso com minha infância todos os dias como um alimento.* Quando você se deu conta de que sua arte poderia ter toda essa visibilidade?Eu sabia que teria uma missão, ou oportunidade, de me destacar em alguma atividade. Esporte, academia e religião foram as artes. Em 2010 eu recebi o prêmio Funarte/Minc na primeira vez que havia tentado um edital. Entre centenas de projetos, eu tive uma das cinco bolsas, de 30 mil reais. Não tive mais dúvidas. Era com arte e literatura que eu ia contar minhas histórias. Eu comecei bem. Obrigado aos ancestrais.* A Galeria Jaider Esbell tem descoberto outros talentos indígenas, como o Taurepang Mário Flores, por exemplo. Como você concilia o artista com o empreendedor de arte?A Galeria, de fato, é meu estúdio e divido com os artistas indígenas. O Mário Flores pode conhecer mais sobre seu próprio talento num ambiente de galeria. Hoje podemos passear por todas as esferas da cadeia produtiva da arte e a galeria proporciona essa estrutura de aprendizado prático coletivo. Eu sou produtor cultural, faço minha autoprodução. Compartilhar minhas experiências com os artistas indígenas é a melhor forma de apresentar uma proposta de diálogo focado em interatividade entre culturas diferentes, com arte.* Se tivesse de escolher entre a Literatura e as Artes Plásticas, por qual optaria?Os índios têm muita dificuldade em ver as coisas em separado. Hoje, mais ainda, tenho minha existência enraizada em tudo e, ao escolher a literatura, seria só para descrever uma linda paisagem para virar memória na arte, na pintura, no contraste.* Qual é a expectativa para o Encontro de Todos os Povos 2016?O Encontro é um esforço coletivo de vários amigos, parceiros e instituições. Caminhamos para a 4ª edição, e a UFRR, nossa principal parceira, solicitou o espaço União Operária, nosso palco, para reforma. A itinerância surge nesse intervalo como uma estratégia de divulgar nosso trabalho, nosso lugar, nossas potencialidades. Tão logo o Espaço União Operária esteja pronto, realizaremos o Encontro de Todos os Povos na capital Boa Vista-RR.* Sobre a Exposição Itinerante “It was Amazon?É a primeira coleção neste formato. A Amazônia que precisa ser concebida. Um lugar que guarda a nossa respiração, em destruição acelerada. It Was é muito impactante, sufocante e eu precisa sair, levar a coleção para respirar, para ser vista e adotada, aceita em responsabilidade, em ver-se parte das soluções. Fala de xamanismo à tecnologia de ponta e da falta de diálogo em unir esses conhecimentos, habilidades e ferramentas. Causa forte impacto.* Você foi destaque na mídia nacional após vencer o Prêmio Pipa 2016. Qual é o significado desse prêmio na sua carreira?Eu sou artista e a mídia é fundamental, estou feliz. Claro, explicamos sempre de onde vem a nossa mídia, ou qual mídia achamos melhor mostrar nossa história. O prêmio foi uma vitória coletiva, desde sempre, uma construção. Minha relação com a arte é da infância e o prêmio vem certificar a capacidade de agregar, de informar, ser transparente em comunicar-se com arte contextual. O prêmio reforça a identidade do índio brasileiro, sinaliza fortemente para o grande circuito novos fatos, provoca a literatura especializada, marca um tempo.* Como você pretende seguir com a exposição itinerante “It was Amazon” pelo país e desenvolver outros projetos?Eu estou buscando focar na itinerância. Minha dinâmica é acompanhar ao máximo a exposição, permanecendo na sala enquanto pinto ou desenho. A itinerância envolve idas a comunidades tradicionais e, ao longo das vivências, fotografo, posto nas redes sociais, atualizo meu site e vendo obras de artes para a sustentabilidade das viagens. Escrevo o livro “Antes do Céu Cair” durante a itinerância. Ao final da itinerância, vou depurar e viver um novo momento. Eu trabalho pela internet e uso muito os Correios.* Quais são seus planos a curto, médio e longo prazo?Curto, concluir a itinerância, registrar minhas assinaturas. Médio, voltar para casa e organizar integralmente a proposta da Galeria. E, a longo prazo, deixar paulatinamente as atividades para um período de outras experiências vendo as coisas bem encaminhadas.* Que mensagem você deixa para a população, especialmente aos seus “parentes” indígenas?Que percebamos a coletividade. Que acreditemos novamente nas boas faculdades humanas. Que tenhamos a autoestima de viver em estado de ação e esperança. Que cuidemos sim de nossa espiritualidade, que recolhamos nosso lixo, respeitemos sempre os mais velhos e honremos crianças e mulheres. Que estudem como puderem, conheçam suas histórias, suas trajetórias e se permitam viver plenamente no mundo como um palco comum, único e maravilhoso de conquistas honestas. É importante conquistar e ter.