A polícia prendeu, ontem pela manhã, Tarcísio da Silva Queiroz, vulgo “Capetinha”, de 20 anos, acusado de ter matado a tiro um jovem em fevereiro passado, no bairro Sílvio Leite, zona Oeste. Em entrevista à Folha, ontem à tarde, na recepção do Instituto Médico Legal (IML), ele confessou ter matado a mando de um traficante de drogas, que está preso na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), zona rural.
“Ele estava devendo o fornecedor. Aí eu recebi as ordens para ‘fechar’ o cara. Então, eu e um chegado, de moto, ‘quebramos’ [matamos] o cara na esquina de uma pousada, lá no Sílvio Leite. É o quarto que eu ‘apago’”, confessou o jovem, que deixou bem claro que trabalha como matador para os traficantes da Pamc.
“Capetinha” foi preso por policiais civis do setor de Operações da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH), no quarto da sua casa, no bairro Tancredo Neves, zona Oeste. Ele é acusado de ter matado Victor Gabriel Silva de Lima, de 24 anos, às 23h do dia 26 de fevereiro passado, com um tiro na testa. A morte foi instantânea.
A delegada Mirian Di Manso, que conduziu as investigações, disse que a vítima já havia sido indiciada pela morte a pauladas do militar Yan Jefferson, de 31 anos, crime ocorrido em agosto do ano passado. Victor, ainda segundo a delegada, também era traficante e usuário de drogas. Ele teria morrido porque estava devendo para o fornecedor, hoje na Penitenciária.
“Tarcísio confessou o crime e esta semana vamos escutar o suposto mandante. Os dois serão indiciados por homicídio qualificado. Tarcísio também confessou que já participou de outros assassinatos, com o mesmo ‘modus operandi’. Tudo está sendo investigado e, neste último caso, o crime está solucionado”, frisou a delegada.
Descontraído no banco do IML, “Capetinha” disse à Folha que para matar, basta um “bom dinheirinho e drogas”. “Se pagar bem, eu mato”, enfatizou o acusado. Questionado se não temia por sua vida na prisão, ele sorriu e disse que lá ele estava “de boa”. Ainda ontem à tarde, o acusado fez exame de corpo de delito no IML e foi entregue na Penitenciária Agrícola, onde aguardará o pronunciamento da Justiça. (AJ)