Social

Coluna Social 17 09 2016 2992

Em Baixa* Mais uma “jaca” no sistema carcerário local que, pelo visto, é mesmo incontrolável. Desta vez, foi o assassinato de um preso dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo que, segundo consta, estava em cela separada, justamente por ser jurado de morte pela facção criminosa contrária a sua.  Como se não bastasse, depois disso, os presos promoveram o início de uma rebelião, quebrando trocentos cadeados das celas de pelo menos três alas. Em Alta * A UFRR publicou o edital do processo seletivo de candidatos ao ingresso no mestrado do Programa de Pós-graduação em Sociedade e Fronteiras, disponível na página http://ufrr.br/ppgsof/. As inscrições estarão abertas de 26 de setembro a 20 de outubro de 2016, na sala 41, Centro de Ciências Humanas (CCH), campus Paricarana. O curso possui duas linhas de pesquisa. A primeira é Sociedade e Política. A segunda é Fronteiras e Processos Socioculturais.

Nosso colega, jornalista Ricardo Gomes (chefe de Redação da Folha), e sua esposa, Francisca Jorgiana, que hoje fica um ano mais maravilhosa 

Emergência* Muita gente elogiou a decisão do ex-governador de Roraima, Chico Rodrigues, de se candidatar a vereador pelo Município de Boa Vista, por entender essa decisão como um ato de humildade do veterano político.* Entretanto, ontem foi anunciado que ele não mais disputará uma das vagas à Câmara Municipal, em outubro próximo. Ele precisa fazer uma cirurgia de emergência, em Brasília, por isso teve de abrir mão de sua candidatura.Balcão* Neste sábado, a governadora Suely Campos vai entregar equipamentos a 20 micros e pequenos empreendedores cadastrados no programa Balcão de Ferramentas.  * A ação acontece a partir das 9 horas, durante a 23ª Caravana do Povo, na escola Irmã Teresa Parodi, no Residencial Vila Jardim, bairro Cidade Satélite. EquocaipiraLogo mais, às 18 horas, o Centro Estadual de Equoterapia Thiago Vidal Magalhães Pinheiro, realiza a 3ª edição do Arraial Equocaipira, com apresentação de quadrilha, leilão solidário, desfile do Rei e Rainha Equocaipira, passeio a cavalo e comidas típicas.* O evento, que será aberto ao público, terá participação musical com o cantor Zerbine Araújo. O Centro de Equoterapia fica no Parque de Exposições Dandãezinho, na BR-174, no Monte Cristo.

A linda Larissa Prado (na foto com seu irmão Guilherme Pará), trocando de data neste fim de semana

Fantasia  * É hoje, no Ville Roy Grill, a Festa a Fantasia que promete bombar reunindo descolados e descoladas da Macuxiland.* As atrações do mega evento serão as bandas Dark V8 e PONTO 3 e mais os DJs Phe-lipe Riguethi, DJ Estrela e o internacional DJ Naif.  Ingressos da M.Officer e Lourinho celular. Informações: 99113-8744. No Domus  * O Espaço Domus apresenta, neste sábado, a festa “Domus Privilege”, com cinco diferentes atrações.* Estarão no palco daquela casa Fabinho Faria, Remela de Gato, Grupo Pagode com Stylo Xote Bruto e DJ Tonioli. Ingressos antecipados na BV Formaturas e Academia Vip Fitness. Contatos: 99118-6898 e 9111-5527.

O internacional DJ Naif será a atração principal da Festa a Fantasia no Ville Roy Grill

Trânsito livre* O Espaço D’Rosi promete bombar neste sábado, a partir das 21h. Por lá, familiares e amigos celebrarão os 15 anos da preciosa Ana Beatriz, filha de Gildecina Diniz e Euzivadro Vieira.* Inaugurando idade nova neste sábado Enriete Marques, coronel-aviador Ricardo Mendes e Dr. Fernando Oliveira. * Mais de 150 atletas participam neste domingo, 18, do primeiro BV Fast Triathlon e da Maratona Aquática. A largada será às 7h, no Iate Clube de Boa Vista, com chegada na Marina Meu Caso após percurso de 1 km. * De lá, os competidores seguirão por 20 km nas bicicletas pela Av. Getúlio Vargas até o Parque Caçari. Após duas voltas, inicia o percurso da corrida pedestre, de 5 km.* Por conta disso, no domingo, a av. Getúlio Vargas, no trecho que compreende da Av. Major Willians até o Parque Caçari será interditada durante a realização da prova. *O evento recebe o apoio da Fetec e a prova de triatlo será estudada para ser incluída na próxima edição dos Jogos de Verão.

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  Perfil  

Dílson Ingarikó: “Que todos tenham a compreensão de que o ser humano e a natureza coexistem de forma harmoniosa e equilibrada”

*O professor Dílson Ingarikó é formado no Magistério Indígena, foi presidente do Coping (Conselho do Povo Indígena Ingaricó) e fez parte do colegiado da Federação de Reocupação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Lecionou na aldeia Manalai, no Município de Uiramutã, foi gestor da Escola Estadual Sales Ingaricó e membro suplente da CNPI (Comissão Nacional de Política Indigenista), além de ter exercido dois mandatos como vereador por Uiramutã. Atuava como secretário adjunto na Secretaria Estadual do Índio e, em julho, assumiu como titular da Pasta.* Como e quando você decidiu ser professor? Em 1986, ainda criança, eu vi o sofrimento do meu pai, pois não havia ninguém para explicar o que estava escrito nos documentos dos não índios. Desde então, decidi estudar para ser multiplicador e, como professor, ajudar a comunidade a defender os seus direitos. Em 1994, me formei no magistério indígena e, em 2004 passei no concurso para professor. Hoje, trabalho com todos os povos, além dos Ingarikó, e me orgulho da decisão corajosa que tomei.* Como se deu sua entrada na política? A decisão de entrar na política não foi minha, mas sim uma decisão coletiva do povo Ingarikó em Assembleia Geral. Essa decisão aconteceu depois de participarmos de muitas eleições elegendo candidatos não índios, mesmo tendo votos suficientes para eleger um Ingarikó. Com isso, o povo se uniu e me elegeu duas vezes vereador. * Você tem intenção de algum dia ser candidato a prefeito do seu município? Já pensei, sim, mas eu só me candidataria se fosse uma decisão conjunta dos povos indígenas da região, uma decisão com todas as organizações, pois Uiramutã é o município com a maior população indígena do Brasil. Lá é legítimo que seja um índio prefeito para representar e fortalecer a participação dos povos indígenas nas tomadas de decisões das políticas públicas.  Não gostaria de ser prefeito apenas para deter um título e poder, mas para tomadas de ações efetivas. Porém, por enquanto, meu maior objetivo é fazer uma boa gestão à frente da Secretaria Estadual do Índio. * Sobre sua atuação como titular da Secretaria Estadual do Índio? Assumimos há dois meses a secretaria e, como titular, me preocupo em não haver sobressalto nas atividades, pois temos muitos desafios no atual cenário econômico e político. Nossa prioridade é fortalecer a agricultura familiar indígena, com foco na segurança alimentar e autonomia das comunidades. A orientação que recebi da governadora é de fazer tudo que for possível e mais um pouco para melhorar a produção agrícola nas comunidades, sem esquecer as questões de apoio à saúde, educação, turismos e infraestrutura, etc. * Na sua opinião, o que mudou com a homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol? Toda mudança foi para melhor, mesmo que os desafios sejam grandes. Com a homologação, aconteceu a afirmação do direito à terra que é essencial para a consolidação de todos os outros direitos inerentes ao ser humano. Os indígenas estão retornando às comunidades preocupados com a produção, a gestão territorial e o etnodesenvolvimento. Isso é muito importante, contudo, surgem novos desafios, tais como o aumento da população que tem gerado mudanças na organização social, dirimindo conflitos e, com isso, reduzir as mortes entre indígenas.   * Nosso Estado tem indígenas de várias etnias. Qual delas é considerada mais vulnerável? Acredito que temos que apoiar a todas as etnias do Estado, no entanto, os povos Yanomami e Ingarikó apresentam maior vulnerabilidade. Os Yanomami, mesmo tendo a maior terra indígena do Brasil, ainda têm muitos invasores, a exemplo de garimpeiros que, de forma ilícita, exploram e degradam a natureza e as riquezas da região.  Temos ainda a questão da saúde que carece de mais atenção dada à distância e o ‘isolamento’ de algumas aldeias. * Como o titular da Secretaria do Índio vê  a Saúde Indígena em Roraima? O Governo do Estado não tem medido esforços para proporcionar melhor atendimento à saúde dos povos indígenas no atendimento secundário e de alta complexidade.  Mesmo sendo o atendimento primário uma competência da União, o Estado tem atendido com os recursos disponíveis em parceria com a Secretaria de Saúde Indígena e Distritos Sanitários. Recentemente, fui indicado titular do Conselho Distrital de Saúde, sendo esta uma forma de permitir que os indígenas tenham protagonismo no controle social da saúde. * E a Educação Indígena? A Secretaria Estadual do Índio está levantando a situação da educação, principalmente das escolas, pois muitas necessitam de reforma e ampliação. Outra questão importante é referente à formação de professores em nível de Magistério Superior, que está sendo feita por polos da Universidade Estadual de Roraima em algumas regiões do Estado.    * Quais são os projetos da Secretaria Estadual do Índio, a curto, médio e longo prazos? Temos o projeto Chuva na Roça, implantado em 40 comunidades; o Proinf, que prevê a instalação de três unidades de produção de sementes crioulas e uma casa de farinha mecanizada para beneficiamento de mandioca; a aquisição de gado bovino geneticamente melhorado destinado ao povo Ingarikó; a certificação de qualidade da farinha produzida pelo povo Wai-Wai; e apoio a hortas escolares, gestão de resíduos sólidos. Na área social, temos o acompanhamento da situação carcerária de indígenas apenados e a realização de eventos para sensibilização sobre políticas públicas.

* Que mensagem você deixa aos “parentes” e “karaiwás”?Eu espero que todas as pessoas possam viver pacificamente, respeitando o meio ambiente, as diferenças étnicas e culturais, sem nenhuma forma de discriminação, exclusão ou intolerância. E acredito que as pessoas tenham o direito à alimentação saudável, trabalho, moradia e o direito de viver de maneira saudável, com direito à saúde, educação, segurança e lazer. Que todos tenham a compreensão de que o ser humano e a natureza coexistem de forma harmoniosa e equilibrada. Que os povos indígenas fortaleçam seus convívios sociais e as lideranças sejam valorizadas.