Opinião

Opiniao 23 09 201 3019

Ser pessoa com deficiência em Roraima – Vera Sábio*Dia 21 de setembro é comemorado o Dia da Luta da Pessoa com Deficiência e, por isso, mais uma vez, quero chamar a atenção para esta data, principalmente para esta classe de pessoas que cada vez mais aumenta e, mesmo assim, continua por muitos esquecida.Se prestarem atenção no título que coloquei, ele possui algo diferente. Afinal, não se é da mesma maneira pessoa com deficiência em qualquer lugar.Supostamente sim, cada deficiência tem sua particularidade, também a pessoa com deficiência tem seus direitos garantidos. Mas sabemos que o que impede a liberdade de ir e vir, o aprendizado, as capacitações e o progresso de uma pessoa com deficiência são todas as barreiras atitudinais, arquitetônicas e comunicacionais, que diferenciam o porquê existem pessoas com deficiências bem sucedidas e outras totalmente excluídas  socialmente.Cada pesquisa do IBGE relata uma quantia absurda de pessoas com alguma deficiência, aqui, em Roraima. Todavia, sabemos que a parcela de deficiência adquirida é quase 90% daqueles que possuem deficiência sendo elas 23% de toda a população do Estado.Este cálculo só nos faz perceber o quanto em Roraima ser pessoa com deficiência é o mesmo que receber um atestado de incapaz, visto que quase nada é feito efetivamente para a capacitação de quem tem uma limitação, ou seja, quem é cego, surdo, paralítico, tetraplégico e com limitações intelectuais. Não havendo do número de pessoas com deficiência, sequer 5% inclusas na sociedade que trabalhem, que estudem, que saibam lutar pelos seus direitos, que se sintam úteis, sejam independentes  e se reconheçam capazes.Afinal, aqui, em Roraima, o descaso com as políticas públicas em prol das pessoas com deficiência é totalmente ineficiente. Desde 2015 o Conselho Estadual de Direito das Pessoas com Deficiência (COED/RR) recebeu em sua Conferência Estadual a promessa de um fundo que o tornaria com maior autonomia para ajudar esta classe de pessoas. Porém, o descaso é tanto que até este momento esta Lei do Fundo ainda não foi assinada pela governadora.Assim lhes digo que uma coisa é você ter uma limitação física e possuir cadeiras eletrônicas, fisioterapias constantes, recursos financeiros que lhes permita várias adequações e acompanhantes se necessário for.

Outra situação é ser surdo e não ter um interprete sempre ao seu lado, possibilitando sua comunicação, sua independência e sua formação, tornando-o incapaz de ter um bom atendimento em um hospital por exemplo, onde não tem ninguém que entenda o que o surdo quer ou tem.Ser cego é ter que percorrer os diversos pisos tateies, cheios de obstáculos sobre eles e baixos para que o cego bata a cabeça ou, pior ainda, que vai de lugar algum para lugar nenhum; e para chegar a estes pisos ainda tem um percurso totalmente inacessível.Sem falar a respeito da pessoa com deficiência intelectual, sem alternativas de aprendizagem e estando na escola, porém não aprendendo nada.Vemos nas paraolimpíadas o quanto de superação existe entre diversas pessoas com deficiência que tiveram governantes em suas cidades e estados que ofereceram incentivos para seus treinos e acreditaram em suas potencialidades. Então, lhes pergunto: Por que aqui, em Roraima, não tivemos se quer um representante nas paraolimpíadas?É realmente diferente ser pessoa com deficiência em Roraima, onde sentimos grande desgosto, uma enorme tristeza, ao observar o que realizam  por nós, fazendo de formas maquiadas e sem efetividade, pois não buscam nossa participação, descumprindo a lei da convenção da ONU que diz: “Nada seja feito por nós sem a nossa colaboração”. Está acontecendo uma acessibilidade de faz de conta, apenas para dizer que ela existe, e não para ser útil a quem dela precise.Lutar pelas pessoas com deficiência é pelo menos cumprir as leis de acessibilidade com eficiência, realizar políticas públicas com seriedade, nos aceitar como somos, acreditar que existem muitas pessoas com deficiência totalmente capazes de serem preparadas para defender seus direitos, estudar suas limitações, modificar as ações deficientes e insignificantes que muitas vezes são parte das corrupções existentes e nada são de útil àqueles que realmente precisam delas.Que a população pare de ter as pernas e braços imobilizados e queira uma maior mobilidade a nosso favor. Que os políticos não sejam cegos, apáticos e surdos a nossos apelos, nos enxergando como suficientes, eficientes e nos preparando para luta.Não temos como viver sem limites, mas podemos viver bem com o limite que temos. Porém, não admitimos mais os limites impostos por uma sociedade medíocre que não é capaz de entender que temos direito à mesma escola, mesmo espaço e cidade que todos convivem, entendendo que o que torna uma pessoa deficiente não é a limitação que possui, mas a limitação de toda uma sociedade preconceituosa e que se acha superior a nós, ignorando nossa participação na construção de um local acessível, igualitário, honesto e preparado para receber cada pessoa com deficiência e a tornar eficiente como tantos paraolímpicos são. *Conselho Estadual do Direito da Pessoa dom Deficiência;Tel.: 21212600; presidente Maria Auxiliadora, cel.: 991176167; conselheira cel.:  (95) 991687731———————————————-

Passando pelo passado – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Quando se é demasiado curioso de coisas praticadas nos séculos passados, é comum ficar-se ignorante das que se praticam no presente”. (René Descartes)Uma das coisas mais difíceis para o ser humano é sair do passado. E por isso não conseguimos viver o presente dentro de uma evolução com racionalidade. Falo sério. Ainda não aprendemos que o tempo passa. Que o momento que estamos vivendo, agora, daqui a pouco será passado. E tudo que devemos levar dele é o que aprendemos com ele. São nossos erros que nos ensinam a aprender. E só quando aprendemos é que aprendemos a acertar. Simples pra dedéu. É partindo dessa premissa que chegamos ao nosso destino. Porque nosso destino, nós o construímos. Estamos nos aproximando de uma das decisões mais importantes para nossa vida social. Daqui a mais uns dias estaremos encarando as urnas eleitorais. E será que estamos prontos para o problema? Ou continuamos pensando que não é problema? O que queremos e o que esperamos dos nossos candidatos? Taí um problema que não está sendo encarado como problema. Durante a campanha eleitoral, estive analisando os candidatos que se apresentaram. Confesso que estou preocupado. Vai ser necessário muito cuidado e experiência para peneirar na urupema da civilidade, quem realmente deve nos representar. O fechamento do posto de combustível, por exemplo, é um exemplo de como o processo vem de arrastando, há décadas, sem que a justiça acordasse. Mas finalmente estamos tirando a venda. Mas tudo bem. Isso faz parte da nossa evolução. O importante é que aprendamos que ontem é ontem, e nós vivemos o hoje. Vamos mostrar para nós mesmos que somos merecedores do respeito que nós mesmos devemos nos dar. Vamos ser maduros para saber o que queremos para nosso futuro. Porque é nele que vamos viver. Não nos esqueçamos de que amanhã o hoje já será ontem. E que vamos viver o hoje e não o ontem nem o amanhã. E não se esqueça de falar pro seu candidato que ele dever, enquanto político e cidadão, lutar pela democracia que ainda não temos plenamente. E que é muito simples. É só se conscientizar que não há democracia com obrigatoriedade do voto. E que não há voto facultativo sem uma educação plena. Se ele for realmente um político, vai entender que o problema está na Educação. E que por maior que o problema possa ser, ele começa no começo. E o começo está no município. Só com competência formamos uma sociedade de pessoas competentes. Olhe nos olhos do seu candidato e veja se ele merece realmente seu voto que vai representar você como um cidadão. O respeito que você merece está em você. Pense nisso.*[email protected]