Bom dia! Estamos entrando na reta final da campanha eleitoral municipal, cuja votação está prevista para o próximo dia 02 de outubro. A reforma eleitoral de conveniência aprovada pelos deputados e senadores, no ano passado, está sendo testada nestas eleições, e o que se pode antecipar como resultados mais visíveis dessas reformas não é nada alentador para a democracia como um todo, e muito menos como mudanças no cenário dessa política apodrecida patrocinada pelos políticos de plantão.
O encurtamento do prazo de campanha, com uma brutal desigualdade na distribuição dos tempos gratuitos de rádio e televisão, que privilegia os candidatos cujos partidos têm mais parlamentares federais, ou que tenham dinheiro para comprar tempos das siglas de aluguel, no mercado negro da política, é flagrantemente inibidora ao aparecimento de candidatos menos conhecidos do grande público.
Apenas as velhas raposas tiveram visibilidade para mostrar suas propostas, na verdade, a repetição de tudo que já prometeram. É desalentador dizer tudo isso, mas é a mais pura realidade, neste país dominado por políticos que, nas palavras de Nelson Rodrigues, não passam de canalhas.ABANDONOU 1Uma matéria publicada ontem, na Folha, é reveladora da ação oportunista do Governo Federal, desde os tempos de Dilma Rousseff (PT), com relação ao que se passou com a Companhia Energética de Roraima (CERR). No governo de Anchieta Júnior (PSDB), os estatutos sociais da CERR foram modificados para exigir que o diretor-presidente e o diretor administrativo-financeiro da empresa fossem indicados pela Eletrobras, a holding das estatais federais do setor elétrico brasileiro. Anchieta foi convencido e ajudado a tomar um empréstimo de mais de R$ 600 milhões junto a um banco federal, e entregou boa parte dessa grana para ser administrada por um preposto da Eletrobras.ABANDONOU 2A promessa dos dirigentes da Eletrobras, quase todos indicados pelo PMDB, era a de “federalizar” a CERR e depois de saneá-la, com o recurso do empréstimo que deveria ser pago pelo Tesouro estadual. Os prepostos do Governo Federal torraram toda a montanha de recursos que o governo estadual colocou à disposição da CERR e, depois disso, abandonaram-na, e devem ter contribuído para que sua concessão como geradora e distribuidora de energia elétrica para o interior de Roraima não fosse renovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). MUDANÇAAgora, ficou claro que a tal de “federalização” da CERR não passou de uma balela para engalobar o governo Anchieta Júnior e para que aqueles prepostos federais destinassem, sabe lá com que interesse, uma montanha de dinheiro que o povo de Roraima está pagando. Foi por isso que, de novo, o Estatuto Social da CERR voltou a ser modificado, agora para retirar a exigência de que seus maiores dirigentes sejam indicados pela Eletrobras, afinal, já não há o que desviar.REPÚBLICASQuem tiver disposição para dar uma volta nos bairros mais afastados do Centro de Boa Vista vai encontrar com bastante facilidade muitas casas abrigando dezenas de migrantes estrangeiros, especialmente de venezuelanos. Quase todos muito pobres, esses migrantes se reúnem para alugar essas casas, transformando-as em verdadeiras “Repúblicas”, o que torna o aluguel por pessoa mais barato. Instalados, eles vivem da forma que podem, quase sempre fazendo “bicos” em trabalhos que não exigem qualificação. É gente pra dedéu, como diria o mestre Afonso Rodrigues.EFEITO POSITIVOUma leitora, observadora atenta das coisas da política local, disse ontem, à Parabólica, que a greve dos bancários, que já completou 15 dias, pode ter um efeito benéfico para a moralização das eleições no próximo domingo, 02/10. “Com a greve, os endinheirados não poderão sacar somas elevadas para comprar votos. E, sem grana, fica difícil pagar a desavergonhada “boca de urna”. A não ser que alguns sejam ao mesmo tempo endinheirados e poderosos, capazes de receber tratamento especial dos gerentes de bancos, sacando a grana por debaixo do pano”, disse. E ela tem inteira razão, dizemos nós.SÓ?Enquanto escrevemos a Parabólica, estamos acompanhando o noticiário sobre a prisão do ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma, Antônio Palocci. E uma realidade não é possível esquecer: o esquema montado para roubar a Petrobras e as empresas federais do setor elétrico foi arquitetado e operacionalizado pelo consórcio dos caciques do PT e do PMDB. É difícil saber quem roubou mais, mas o estranho na história é que apenas gente do PT está caindo na malha da Operação Lava Jato. E os graúdos do PMDB? Por que continuam rindo de nossa cara, e ainda patrocinando a distribuição de dinheiro público? Dá para entender?VÃOFaltando menos de uma semana para as eleições, em todo o Brasil são milhares os candidatos que ainda não obtiveram o registro de suas candidaturas junto à Justiça Eleitoral. E não há mais tempo para que sejam apreciados todos os recursos nos Tribunais Regionais Eleitorais e no Tribunal Superior Eleitoral. Por conta disso, os nomes e números desses candidatos foram para as urnas eletrônicas. Se mais tarde os pleitos e recursos forem negados, os votos dados a esses candidatos serão anulados, o que poderá alterar o coeficiente eleitoral. E a incerteza vai angustiar muita gente, com prováveis novos recursos dos que se julgarem prejudicados.