Bom dia!Apesar de todos os esforços do atual Governo Federal para dizer que o pior já passou e que a economia começa a estancar a crise, para quem é bom observador, a coisa não é tão clara assim. Em Roraima, a percepção da melhoria de um cenário de crise que se aprofundava, para outro, onde as coisas começam a acontecer na economia, é menos visível ainda. Na verdade, a influência do cenário nacional na economia local acontece depois de algum tempo, afinal, somos dependentes, mais do que outros estados, do que acontece no Brasil.

Aqui, como se sabe, mais de 70% da economia estadual dependem do setor público, incluindo aí os governos federal, estadual e municipais. Se as finanças públicas estão em situação de emergência e de quase colapso, é evidente que a situação econômica do Estado como um todo acompanha essa trajetória. Tal cenário de pasmaceira econômica é agravado pelas condutas adotadas pelos atuais governos estadual e municipal, que não priorizam contratar empresas locais. Cada contrato firmado com empresas de outros estados significa o sangramento de rendas que poderiam animar um pouco mais a anêmica economia local.

É claro, os apaninguados, que vivem de mamar nas ainda generosas tetas dos cofres públicos, não percebem – ou não se preocupam em saber – sobre este cenário de uma crise quase desesperadora. Mas basta dar uma volta no comércio local, de qualquer segmento, para perceber balcões vazios. Mesmo nos shoppings, quando a afluência é maior, basta olhar para o interior das lojas para perceber vendedores de braços cruzados por falta de clientes.PREÇOOs criadores locais de peixe, especialmente os de tambaqui, já começaram a sentir a concorrência, especialmente com relação aos produtores do Estado de Rondônia, onde o custo da ração é 40% menor do que em Roraima. Um criador de peixe, que tem uma lâmina d’água de 15 hectares, disse ontem à Parabólica que o preço máximo que os importadores amazonenses estão dispostos a pagar pelo tambaqui local é de R$ 5,50/kg. “Este preço continua sem aumento já faz três anos, enquanto o da ração quase dobrou no mesmo período”, disse o desalentado produtor.ZEEPor falar em produção no campo, a novela da elaboração e aprovação do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do Estado de Roraima está longe de terminar. A elaboração desse estudo, fundamental para organizar territorialmente os espaços produtivos de Roraima, começou em 1998, no governo Neudo Campos. Faz quase 18 anos nesse chove-não-molha e ainda agora ninguém é capaz de definir uma data segura para sua conclusão. Técnicos do atual governo estimam a conclusão para o primeiro semestre de 2017. Será?ÁGUAPara não dizerem que só falamos de coisas negativas, aí vai uma positiva. Um produtor rural, que veio do Ceará para Roraima há cerca de três anos, comprou uma pequena fazenda na região do Água Boa. Mandou perfurar oito poços artesianos, dos quais jorraram, em média, 40 mil metros cúbicos de água cristalina, o que, segundo suas estimativas, são capazes de irrigar 16 hectares cada.  A empolgação do produtor é tamanha que ele já está plantando melancia, melão, abacaxi e macaxeira. Tudo irrigado. Ele também pensa em iniciar um confinamento de bovinos, cuja atividade ele já desenvolvia no Ceará.DISTRIBUIÇÃOHá gente muito poderosa em Roraima distribuindo, para alguns candidatos a vereador, a bagatela de R$ 50 mil nesta última semana de campanha. Fala-se, inclusive, da preparação de centenas de cheques ao portador para “boca de urna”, na medida em que ficou difícil sacar o dinheiro em espécie nos bancos por conta da greve. O mesmo esquema foi utilizado nas eleições de 2014, que, apesar de denunciado com provas, até hoje a Justiça eleitoral não puniu os transgressores da lei. Eles sabem da impunidade, logo vão continuar fazendo maracutaias e findam ganhando a eleição.FALTANDODevido ao volume das vendas feitas aos venezuelanos, algumas usinas de beneficiamento de arroz não têm conseguido atender ao mercado local com regularidade. Pequenos comerciantes que tentam comprar uma quantidade mais reduzida de fardos do produto só conseguem encomendar com 24 horas. Isso é bom, e não é razoável querer criticar os produtores por estarem aproveitando o momento. Cada venda feita aos consumidores e comerciantes do país vizinho é renda que fica em Roraima para aquecer os negócios.SELVAGERIANo Estado do Rio de Janeiro, em menos de um ano, foram assassinados nada menos que 16 candidatos, quase todos a vereador. O último deles, no fim de semana passado, o presidente da Escola de Samba Portela, uma das mais tradicionais do carnaval carioca, foi sumariamente executado no interior de seu comitê eleitoral. Ele era candidato a vereador pelo PP. Se essas mortes tivessem acontecidos em qualquer Estado do Norte ou do Nordeste, a imprensa sulista já estaria dizendo que éramos uma sociedade de bárbaros e primitivos. Como ocorre num dos estados mais desenvolvidos do País, capital cultural tupiniquim, tudo parece muito normal.JULGARÁEmbora até ontem, terça-feira, ainda restassem mais de 40 processos a serem apreciados pelo Pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o secretário-geral da instituição, Alex Fin, acredita que até sexta-feira, 30, última sessão plenária, serão julgados todos os recursos referentes a pedidos de registros e de impugnações de candidaturas para as eleições de domingo (02/10).